Yuntu, o SUV elétrico chinês com porte de Fiat Pulse e preço de Mobi
Se há um aspecto em que os automóveis chineses destoam – e muito – dos brasileiros, tanto dos fabricados por aqui, quanto dos importados, é o estilo. Visualmente, não há como negar que existe um distanciamento entre os modelos equipados com motor a combustão interna que dominam nosso mercado e os novos EVs asiáticos.
A exemplo do que ocorreu quando da chegada dos primeiros Hyundai no país, ainda nos anos 90, quando só de pronunciar os nomes Excel, Accent e Galoper, o sujeito já arriscava perder a namorada (de tão feios e mal-acabados), compreende-se os apelidos pejorativos dados para quase tudo que vem de trás da Grande Muralha.
Mas as coisas estão mudando e, acredite, rapidamente. Prova disso é o novíssimo Yuntu, um “SEV” chinês de linhas modernas e atraentes, que, lá, já pode ser encomendado pelo equivalente a R$ 69 mil – praticamente, o mesmo preço da versão de entrada de um Fiat Mobi nacional.
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O Yuntu – alguns devem se lembrar que este foi o nome da versão conceitual do Grand Commander, da Jeep – é o mais recente lançamento da Yudo Auto, marca de EVs do grupo Fujian Motors. A montadora, fundada em 2015, conta hoje com três veículos em seu portfólio – um deles é derivado do Haval H1/M4, da Great Wall.
Apesar de ser um fabricante da nova geração, a Yudu já passou por altos e baixos, quase encerrou as operações, mas recebeu um aporte de fundos, no primeiro semestre do ano passado, e retomou a produção.
O Yuntu assinala, portanto, uma espécie de renascimento da marca e suas linhas inspiradas no coelho do horóscopo chinês representam o intervalo astrológico que vai durar até fevereiro de 2024.
Só 4 cm menor que um Pulse
Para além do simbolismo, o Yuntu sobressai pela autonomia de até 415 quilômetros, sem necessidade de recarga das baterias de fosfato de ferro-lítio (LFP). Seu motor – TZ180XS30HP, produzido pela Hepu Power – fornece 70 kW (equivalente a 95 cv) o que não é, exatamente, um portento de força.
Mas estamos falando de um EV que custa menos da metade do preço de qualquer SUV compacto à venda no Brasil. Com 4,03 metros de comprimento, o chinesinho é apenas 6 cm menor que o Fiat Pulse, mas, com 1,62 m de altura, bate o modelo nacional em 8 cm.
Sua largura, de 1,73 m, é 4 cm inferior à do Pulse, e sua distância entre eixos, de 2,48 m, também é 5 cm menor. O porta-malas, com 310 litros de capacidade volumétrica, é similar ao do Fiat – que nunca teve o volume em VDA revelado.
Mas estamos falando de um SUV elétrico que custa o mesmo que um Citroën C3 em sua versão de entrada e, inclusive, tem porte similar a ele. Seu valor também é equiparável ao de um Fiat Mobi Like.
E se em termos de valor de aquisição o novo Yuntu rivaliza com o C3, não há como comparar seus faróis de LED e as rodas de liga leve aro 16 (opcionalmente, aro 17) com um popular de entrada, autêntico pé-de-boi.
Infelizmente, não há informações sobre o interior do novo Yuntu e, para além das poucas imagens oficiais, o consumidor chinês faz sua reserva na base da confiança, mas nada que se compare ao “la garantia soy yo” com que os brasileiros vêm se acostumando.
Lembrando que o modelo está em pré-venda, mas os irmãos maiores π1 Lite e π3 Pro dão a deixa de que, dificilmente, quem arriscar um valor tão módico vai se decepcionar.
E se o leitor ainda não se convenceu, basta dar uma conferida no filme publicitário da versão “esportiva” do π3, denominada E-Shock (http://www.yudoauto.com), para ver que os chineses não estão, mesmo, para brincadeira...
Jornalista Automotivo