Antes de bombar com elétricos, BYD quase vendeu clone do Corolla no Brasil
Apenas dois anos depois de começar a vender automóveis no Brasil, a BYD já figura entre as dez marcas mais vendidas no país. Com um portfólio formado por veículos eletrificados, a fabricante chinesa vem apostando numa estratégia ousada e nos preços agressivos para ganhar espaço no mercado nacional.
Mas bem antes de ter uma gama de produtos competitivos, a BYD lançava mão de carros inspirados em modelos de fabricantes tradicionais, tanto que o seu primeiro automóvel era uma cópia descarada do Toyota Corolla de nona geração.
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O BYD F3 foi lançado na China em 2005, numa época em que a indústria automotiva chinesa ainda dava os seus primeiros passos antes se tornar um mercado de mais de 10 milhões de veículos produzidos anualmente.
Além da semelhança visual com o Corolla, o F3 era equipado com um motor de 1,5 litro aspirado de quatro cilindros a gasolina oriundo da Mitsubishi. O propulsor entregava 100 cv de potência e 13,6 kgfm de torque, associado a um câmbio manual de cinco marchas ou automático de quatro velocidades.
O F3 ganhou uma versão hatchback em 2007 e manteve o visual de Corolla até 2014, quando passou por um facelift e ganhou estilo próprio. Anos depois, o modelo chegou a ser vendido na China em versão híbrida plug-in, antes de sair de linha, em 2021.
Clone do Corolla quase foi vendido no Brasil
Em ascensão no Brasil e investindo na construção de uma fábrica na Bahia, a BYD quase desembarcou no país há mais de uma década por meio da Sandrecar, extinta rede de concessionárias Ford sediada no Grande ABC, na região metropolitana de São Paulo.
A empresa, que pertencia a Pacifico Paoli, empresário italiano que foi presidente da Fiat do Brasil nos anos 1990, chegou a trazer carros da BYD ao Brasil para testes de homologação sob a supervisão de engenheiros chineses.
No entanto, o negócio, que também envolvia um grupo de investidores e a própria BYD, não foi levado adiante pela inviabilidade financeira provocada com o anúncio do Inovar-Auto. O regime automotivo, que vigorou entre 2013 e 2017, visava incentivar a indústria automotiva brasileira, elevando a alíquota de impostos para veículos importados para estimular a produção nacional.
Dessa forma, os carros BYD chegariam mais caros e, consequentemente, perderiam o seu principal apelo de compra, que era a relação custo-benefício frente aos carros nacionais similares.