Câmbio do Hyundai Creta: qual a polêmica por trás da transmissão?
O Hyundai Creta ganhou um novo visual neste ano. O modelo que está em sua “segunda geração” trocou de visual para ficar alinhado à proposta de design global da marca, e ganhou, na versão mais cara e completa, um novo motor e um câmbio inédito.
Agora o Hyundai Creta é vendido na versão Ultimate com o motor 1.6 turbo a gasolina do Tucson. Ele rende 193 cavalos de potência e 27 kgfm de torque. Para gerenciar tudo isso, a marca acoplou à usina uma transmissão automatizada de dupla embreagem a seco – que também é usada no SUV.
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O nível de consumo do motor 1.6 é quase o mesmo do 1.0 turbo flex quando abastecido com gasolina. Além disso, tornou o Creta o SUV compacto mais potente da categoria. No entanto, foi o câmbio usado na versão de topo que mais chamou atenção.
Isso porque as caixas automatizadas de dupla embreagem a seco não têm um bom histórico no Brasil, e faz a clientela torcer o nariz. Embora seja um câmbio que garanta melhor performance por causa das trocas mais rápidas e ainda contribua para uma melhor eficiência energética do motor, teve problemas crônicos que marcaram sua trajetória aqui.
Entre os principais problemas estão o superaquecimento, justamente por causa da embreagem não ter um resfriamento com óleo, e as mecatrônicas mais bem elaboradas por causa do jogo de pré-engate das duas embreagens e as engrenagens das marchas. Esse segundo ponto é uma das principais causas para deixar a manutenção ainda mais cara.
Aqui no Brasil já tivemos alguns exemplos de aplicação de transmissões desse tipo, seja em algumas versões de carros da Ford, como New Fiesta e Focus, que usavam o câmbio Powershift, ou em produtos da Volkswagen, como Golf ou Tiguan, que tinham o DSG.
Ainda que sejam tecnologias complexas e, muitas vezes, problemáticas, isso não impediu de os veículos serem vendidos no Brasil e ficarem um longo tempo no mercado. Com o Hyundai Creta não deve ser diferente, afinal, é um mecanismo já usado no Tucson e que foi atualizado para o SUV compacto – afinal, esta é uma segunda geração do câmbio DCT da marca.
A polêmica em relação ao câmbio foi uma falha na comunicação durante a apresentação do produto. A Hyundai apresentou como “transmissão banhada a óleo”, mas banhada a óleo é apenas a caixa de engrenagens e as embreagens são secas, o que causou grande confusão.
Pouco tempo após a apresentação do modelo, a Hyundai atualizou seus materiais públicos informando que a transmissão conta com engrenagens banhadas a óleo e embreagens a seco.
Gerente de conteúdo
Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.