Chevrolet Tracker teve vida a partir de um Suzuki e tinha motor diesel

SUV tinha proposta mais raiz com tração 4x4 e bom desempenho no fora de estrada
Diego Dias
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07.07.2024 às 14:05 • Atualizado em 12.11.2024
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SUV tinha proposta mais raiz com tração 4x4 e bom desempenho no fora de estrada

Terceiro carro mais vendido pela GM no Brasil, o Chevrolet Tracker se consolidou no Brasil apenas na atual geração, afinal, ele entrou para seara dos SUVs compactos como conhecemos desde 2020, quando sua quarta geração foi apresentada. A parte curiosa é que o utilitário surgiu como um irmão gêmeo do Suzuki Vitara, numa clássica situação de rebadge – quando um veículo é vendido sob outra marca.

Carros que entram nessa seara são mais comuns do que se imagina e temos vários exemplos como Dodge Journey/Fiat Freemont, Dacia Duster/Renault Duster e Chyrsler 300/Lancia Thema. O mais interessante ainda é que o Chevrolet Tracker não só surgiu da espinha de um carro da Suzuki, como trazia também um motor diesel turbo debaixo do capô.

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E se você está confuso o motivo dessa parceria entre a Suzuki e a Chevrolet, aqui vai uma explicação. A General Motors (GM) e a Suzuki iniciaram uma parceria global no início da década de 1980, sendo que a empresa norte-americana comprou 5,3% de participação na Suzuki naqueles tempos, sendo que ao final da década de 1990 essa influência da GM dobrou.

O Chevrolet Tracker existe desde a primeira geração do Suzuki Vitara no exterior, mas somente a segunda geração que o SUV chegou no Brasil. Assim o utilitário vinha importado da Argentina em 2001, sendo basicamente um Suzuki Grand Vitara com o emblema da Chevrolet. Existia uma sinergia entre a subsidiária brasileira e argentina naqueles tempos, assim a GM enviava o Suzuki Vitara como Chevrolet Tracker para o Brasil, enquanto a GM brasileira enviava o Chevrolet Celta como Suzuki Fun para os hermanos.

O visual do Chevrolet Tracker 2001 era idêntico ao Suzuki Grand Vitara, e se diferenciava apenas pelos logotipos da gravata dourados na grade frontal e na tampa traseira, bem como a inscrição com o nome do carro e as lanternas, que traziam a luz indicadora de direção em âmbar (o Suzuki era vermelho).

A curiosidade é que debaixo do capô o Chevrolet Tracker trazia em sua primeira safra um motor 2.0 turbodiesel de origem japonesa, de origem Mazda, com o código motor batizado de Mazda RF e que curiosamente equipou outros veículos como o Kia Sportage. Esse propulsor 2.0 turbodiesel entregava módicos 87 cv de potência a 4.000 rpm e 22 kgfm de torque a 2.000 rpm, trabalhando sempre com um câmbio manual de cinco marchas. Dureza era a aceleração de 0 a 100 km/h, cumprida em 21,7 segundos.

Logo em 2002 o motor 2.0 turbodiesel Mazda foi trocado por outro também de 2,0 litros turbodiesel, só que mais potente com 108 cv a 4.000 rpm e 25,5 kgfm a 1.750 rpm de origem Peugeot, que dava um desempenho melhor, com aceleração abaixo dos 18 segundos. A transmissão também era manual de cinco velocidades. Além de contar com motor diesel, o SUV era mais raiz e trazia tração 4x4 com acionamento por alavanca, com direito a reduzida.

O Chevrolet Tracker tinha essa clara aptidão para o off-road, pois combinava a tração nas quatro rodas com bons ângulos de ataque (34 graus) e saída (31 graus), enquanto a altura em relação ao solo ficava em 195 milímetros.

O Tracker com motor turbodiesel foi comercializado de 2001 a 2004, quando a GM cessou sua importação devido ao baixo sucesso comercial. Voltou em meados de 2006 com motor 2.0 a gasolina de 128 cv e proposta mais urbana para enfrentar SUVs compactos da época como o Ford Ecosport, mas a estratégia não vingou e saiu de linha três anos depois.

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