Exclusivo: Renault Duster terá futuro só turbo e isso é ruim para o Captur
Há um entendimento geral na Renault de que apostar em dois produtos para um mesmo segmento, no caso os SUVs compactos Duster e Captur, foi um erro. Ainda mais quando o SUV cupê compacto-médio Arkana estava lá dando sopa, usando a mesma base B0.
Pois a fabricante corrigirá a rota nos próximos. A Mobiauto pode afirmar que já há uma decisão por parte da empresa de manter apenas o Duster vivo em longo prazo. O Captur, que foi reestilizado e ganhou motor 1.3 turbo no ano passado, seguirá vivo por mais algum tempo, porém sem previsão de receber novas atualizações.
Já o Duster, que entrou em sua segunda geração no Brasil em 2020, tem um facelift programado para meados de 2024, já como ano-modelo 25. Seu lançamento ocorrerá depois do projeto HJF, um SUV de porte menor – sucessor do Stepway –, que concorrerá no segmento de Fiat Pulse e Volkswagen Nivus.
As mudanças visuais serão as mesmas aplicadas recentemente ao Dacia Duster europeu: faróis mais afilados e com duplos guias de LED formando uma assinatura em forma de flecha, novo para-choque frontal e lanternas traseiras redesenhadas, trocando a assinatura em X estilo Renegade por diodos que também formam a silhueta de flechas.
A maior novidade, porém, é que esse novo Duster adotará uma motorização 100% turbinada. Nas versões básicas, o motor 1.6 SCe dará lugar ao 1.0 TCe já confirmado pela Renault, inclusive com produção nacional. Trata-se de uma usina três-cilindros turboflex 12V com injeção direta de combustível.
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Suas especificações ainda não estão confirmadas, mas podemos esperar por potência na casa de 120 cv com etanol e torque perto dos 20,4 kgfm de Pulse e Nivus. No novo Duster, esse propulsor equipará as versões de entrada, aliado sempre a um câmbio CVT com simulação de marchas.
Já as opções mais caras seguirão trazendo o 1.3 TCe. Sua diferença principal em relação ao 1.0 é a presença de um cilindro a mais – e, consequentemente, quatro válvulas extras –, o que amplia a capacidade cúbica para 1,3 litro. A potência é de 162/170 cv (G/E) e o torque, de 27,5 kgfm independentemente do combustível presente no tanque.
Por dentro, o desenho do painel deve seguir a base atual, com atualizações na central multimídia (que talvez passe a ser flutuante, como na nova Oroch) e no quadro de instrumentos, além de novas soluções para o acabamento dos bancos. E ficará nisso.
A ideia da Renault é deixar a segunda geração do SUV em linha no Brasil pelo menos até 2028. Já o Captur deve ser descontinuado justamente em 2024, tão logo o irmão se renove. Afinal, com as mudanças, a tendência é que o novo Duster ocupe as suas faixas de preço, sendo posicionado acima do projeto HJF.
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New Duster aqui, all new Duster na gringa
Curiosamente, o Duster II será reestilizado no Brasil no mesmo ano em que está previsto o lançamento de uma terceira geração do modelo pela Dacia na Europa. Isso significa que ficaremos meia geração defasados em relação ao Velho Continente.
Por lá, o utilitário esportivo adotará a plataforma CMF-B e motorização híbrida. Será derivado do Bigster, um SUV de sete lugares que ganhará vida nos próximos anos global e está previsto para o Brasil, mas só deve chegar aqui entre 2025 e 26. Essa terceira geração eletrificada do Duster não deve ser realidade em nosso mercado antes de 2028.
Veja mais sobre detalhes sobre o modelo no vídeo do quadro O Que Vem Pra Pista:
Projeções: Kleber Silva/Mobiauto
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Jornalista Automotivo