Homens se sentem menos másculos ao dirigir carros elétricos, diz estudo

Estudo norte-americano aponta relação entre “masculinidade frágil” e rejeição por carros elétricos
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30.09.2024 às 17:43
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Estudo norte-americano aponta relação entre “masculinidade frágil” e rejeição por carros elétricos

Os carros elétricos ainda têm certa desconfiança do público consumidor, isso é fato, mas por quê? Alguns apontam para falta de confiabilidade e outros para falta de emoção ao volante. Porém, há quem diga que o motivo está relacionado com a masculinidade de certos homens

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A hipótese foi formulada por Mike C. Parent, pesquisador da Universidade de Austin (UT), dos Estados Unidos. Segundo o professor, homens que tentam agir de acordo com estereótipo do “homem de verdade” acreditam que os carros elétricos podem prejudicar sua imagem.

 

Mas como se chegou a essa conclusão? A pesquisa analisou um grupo de 400 homens norte-americanos com idades entre 18 e 85 anos a partir do conceito de “contingência masculina”.

A “contingência masculina” é uma noção que se refere ao grau em que um indivíduo constrói sua autoestima a partir de padrões culturais de masculinidade. Dentre esses padrões, pode-se citar a resistência por tudo que é percebido como minimamente feminino.

 

Os participantes foram solicitados a discordar e concordar com uma série de afirmações sobre masculinidade, como "Não posso me respeitar se não viver de acordo com o que significa ser um 'homem de verdade'".

Todas as respostas, no final, foram comparadas com os hábitos de compra e preferências desses homens em relação a determinados tipos de carro, como a combustão, híbridos e elétricos.

 

O resultado foi que cerca de 40% dos participantes classificaram os veículos elétricos como sua opção menos preferida. O interessante foi que, dentro desse montante, a maioria desses homens são aqueles que possuem visões mais tradicionais de “homem de verdade”.

Segundo Mike C. Parent, a relação não é à toa. “As decisões de compra de bens de consumo são feitas, até certo ponto, com consideração sobre como essas compras refletem identidades pessoais", explicou o pesquisador.

 

O próprio professor, porém, reconhece a limitação de sua pesquisa e afirma que não existem dados concretos que comprovem a ligação entre masculinidade e preferência por carros elétricos. Vale ressaltar também que as preferências dos entrevistados foram baseadas em situações hipotéticas e não reais.

No fim, o que se pode dizer é que há uma ligação entre o conceito de “contingência masculina” e os hábitos de compra do consumidor masculino de carros. Se isso é válido ou não cabe a cada um dizer, mas as montadoras parecem reconhecer a relação.

 

A Tesla aposta na robustez da picape Cybertruck e a Ford na tradição do nome do Mustang Mach-E. Algumas outras, como a Ferrari, desenvolvem roncos fake para seus elétricos. Será isso o suficiente? Resta apenas esperar.

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