Nova Toro com velho 1.8 é até 35% mais lenta, mas mais econômica que a turbo
O grupo Stellantis adotou uma estratégia arriscada de munir a Fiat Toro 2022 com o velho motor 1.8 E.torQ de 135/139 cv e 18,8/19,3 kgfm (gasolina/etanol) na versão de entrada, a Endurance. Clique aqui para ver a lista completa de versões, preços e itens de série da picape reestilizada.
Por R$ 5.100 a mais, esta mesma opção de acabamento poderá ser equipada com o novíssimo propulsor Turbo 270, um 1.3 turboflex com injeção direta e sistema MultiAir III, capaz de render 180/185 cv e 27,5 kgfm (qualquer combustível). Nos dois casos o câmbio é automático de seis marchas da Aisin.
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Parece muito mais vantajoso pagar um pouco a mais pelo ganho desempenho. Não apenas a nova Toro Turbo 270 é cerca de 33% mais potente e tem até 46% mais torque: seu pico de torque aparece logo a 1.750 rpm, 2 mil giros a menos do que o topo alcançado pelo E.torQ 16-válvulas naturalmente aspirado e com injeção eletrônica indireta. Já a potência máxima aparece na mesma faixa de rotação para os dois motores: 5.750 rpm.
Na prática, a diferença na aceleração entre as duas Toro Endurance flex, segundo dados oficiais da própria fabricante, chega a 34,6%. Com gasolina no tanque, enquanto a picape equipada com o motor Turbo 270 vai de 0 a 100 km/k em 10,7 segundos, a versão equivalente empurrada pelo antigo 1.8 precisa de 14,4 segundos, 3,7 segundos a mais.
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Com etanol a diferença é um pouco mais baixa: 10,6 segundos demandados pela Toro Endurance Turbo 270 contra 12,9 segundos da 1.8. São 2,3 segundos ou 21,7% a mais de tempo para que a nova Toro com o velho E.torQ atinja os mesmos 100 km/h a partir da imobilidade.
Na comparação com a versão Endurance empurrada pelo 2.0 MultiJet turbodiesel de 170 cv (a 3.750 rpm) e 35,7 kgfm (a 1.750 rpm), com tração 4x4 sob demanda e caixa automática de nove velocidades da ZF, a Toro 1.8 AT6 é 24,1% e 11,2% mais lenta nas respectivas acelerações de 0 a 100 km/h com gasolina ou etanol no tanque. Confira os números oficiais:
Toro Endurance 1.8 flex AT6 2022 – 0 a 100 km/h: 14,4 s (G) / 12,9 s (E)
Toro Endurance Turbo 270 flex AT6 2022 – 0 a 100 km/h: 10,7 s (G) / 10,6 s (E)
Toro Endurance Turbodiesel 4x4 AT9 – 0 a 100 km/h: 11,6 s
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Como consequência, a nova Toro 1.8 também é a configuração que alcança a menor velocidade máxima entre todas as opções da gama, em índice quase 13% inferior ao da variante Turbo 270 e quase 10% abaixo da derivação turbodiesel. Veja os dados:
Toro Endurance 1.8 flex AT6 2022 – Velocidade máxima: 178 km/h (G) / 179 km/h (E)
Toro Endurance Turbo 270 flex AT6 2022 – Velocidade máxima: 200 km/h (G) / 202 km/h (E)
Toro Endurance Turbodiesel 4x4 AT9 – Velocidade máxima: 195 km/h
Outra desvantagem da Toro Endurance 1.8 AT6 está na capacidade oficial de carga: apenas 650 kg, menos do que qualquer configuração da nova Strada, que oferece 705 kg nas versões Cabine Duplas e 720 kg nas Cabine Plus. Já a motorização Turbo 270 tem 750 kg de capacidade em qualquer versão e a 2.0 turbodiesel, 1 tonelada.
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Mas o veterano propulsor aspirado ainda tem um motivo para se gabar: ele fará a nova Toro beber menos de combustível do que a usina turbinada de 1,3 litro, mesmo esta última tendo menor capacidade cúbica e auxílio de turbocompressor, injeção direta de combustível e controle variável inteligente das válvulas de admissão.
Na cidade, a Toro Endurance 1.8 AT6 registra 9,5 km/l quando abastecida com gasolina e 6,7 km/l usando etanol , de acordo com o (PBVE) Programa de Etiquetagem Veicular do Inmetro. Na estrada, ela faz 11,3 km/l e 8,1 km/l, respectivamente.
Já a irmã 1.3 turboflex obteve as seguintes médias, sempre respectivamente com gasolina e etanol: 9,7 e 6,6 km/l em uso urbano; 10,7 e 7,9 km/l no ciclo rodoviário. Ou seja, apenas com gasolina na cidade a Toro Turbo 270 se mostrou mais eficiente do que picape com propulsor 1.8, na ordem de 2,1%. Nas demais provas, a Toro aspirada apresentou consumo superior em 1,5% (etanol em uso urbano), 2,5% (etanol em rodovia) ou 5,6% (gasolina na estrada).
Surpreendente, não? Para completar, o tanque de combustível da Toro 1.8 tem 60 litros de capacidade, a mesma da versão a diesel, ante os 55 litros da variante Turbo 270. Ou seja, a autonomia entre as visitas ao posto será maior na opção naturalmente aspirada.
E a Toro turboflex não poderá culpar a aerodinâmica, visto que ambas possuem o mesmo vão livre do solo (25,08 cm), a mesma dianteira e o mesmo ângulo de ataque (24,8°). Além disso, a configuração Endurance Turbo 270 AT6 é 4 kg mais leve do que a Endurance 1.8 AT6 (1.646 kg contra 1.650 kg), justamente por utilizar um propulsor mais compacto, apesar de incrementado com turbo e um cabeçote mais elaborado.
A relação de marchas de ambas também é idêntica: 1ª – 4,459; 2ª – 2,508; 3ª – 1,556; 4ª – 1,142; 5ª – 0,852; 6ª – 0,672; Ré – 3,185; Diferencial – 4,067. Onde estaria a vantagem do 1.8, então? Provavelmente é no próprio deslocamento superior. O 1.3, apesar de todos os auxílios, ainda é um 1.3 e, a depender da circunstância, terá de se esforçar mais para empurrar a picape.
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Já a configuração Endurance turbodiesel é a mais econômica de todas, apresentando médias 35,6% e 39,1% superiores às da versão homônima 1.8 quando a comparação envolve etanol. Com gasolina, os percentuais são 8,6% e 15% favoráveis à motorização de ciclo diesel.
Isso mesmo pesando quase 200 kg a mais (1.833 kg), por ter um conjunto de motor e câmbio maiores e mais pesados, além de transmissão com cardã e diferencial traseiro. O problema é que ela cobra quase R$ 40 mil a mais do que a opção 1.8 aspirada, e mais de R$ 33 mil a mais do que a 1.3 turboflex.
Confira as diferentes autonomias da picape no Inmetro registradas pelas versões Endurance:
Endurance 1.8 AT6 – consumo
Ciclo urbano: 9,5 km/l (gasolina) / 6,7 km/l (etanol)
Ciclo estrada: 11,3 km/l (gasolina) / 8,1 km/l (etanol)
Endurance Turbo 270 flex - consumo
Ciclo urbano: 9,7 km/l (gasolina) / 6,6 km/l (etanol)
Ciclo estrada: 10,7 km/l (gasolina) / 7,9 km/l (etanol)
Endurance Turbo Diesel AT9 – consumo
Ciclo urbano: 10,4 km/l
Ciclo estrada: 13,3 km/l
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Jornalista Automotivo