Renault Sandero: relembre história do hatch que sai de linha no Brasil

Modelo teve seu fim decretado pela fabricante francesa, embora sua carroceria continua viva através do Stepway
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10.10.2022 às 22:05 • Atualizado em 29.05.2024
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Modelo teve seu fim decretado pela fabricante francesa, embora sua carroceria continua viva através do Stepway

 O Renault Sandero saiu de linha no Brasil antes mesmo do que se esperava, pelo menos quando se trata do nome. A razão é muito simples: a marca francesa resolveu trocar a versão S Edition, a última do modelo ainda em fabricação, pelo Stepway Zen 1.0, um modelo derivado da versão de seu primogênito.

A Mobiauto já falou sobre o novo Renault Stepway 1.0, que tomará o lugar do Sandero após 15 anos de mercado. A inédita versão do hatch aventureiro foi criada para bater de frente com o novo Citroën C3.

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Como o próprio Stepway foi emancipado de uma antiga versão aventureira do próprio Sandero, o Sandero Stepway, a um modelo com nome próprio a partir de 2017, a troca do Sandero S Edition pelo Stepway Zen 1.0 significou a morte do nome Sandero no mercado brasileiro.

Se é verdade que a carroceria do Sandero de segunda geração seguirá viva através do Stepway por mais algum tempo em nosso mercado, a verdade é que o Sandero enquanto modelo nos deixou. Por isso, vamos relembrar a história de um produto que deixou sua marca em nosso país.

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A história do Renault Sandero no Brasil

Modelo teve seu fim decretado pela fabricante francesa, embora sua carroceria continua viva através do Stepway

O Renault Sandero foi desenvolvido pela Dacia, marca romena pertencente ao grupo Renault, com foco especial no mercado brasileiro. Derivado da plataforma M0 da terceira geração do Clio, teve sua cara apresentada pela primeira vez no Salão do Automóvel de Frankfurt, em 2007.

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Em sua primeira geração, o hatch era baseado no sedan Logan, criado pela mesma Dacia três anos antes. O carro começou a ser fabricado no Brasil em dezembro de 2007, em São José dos Pinhais (PR), já como linha 2008, em seis versões diferentes a princípio.

Duas delas com motor 1.0 16V de 76/77 cv (gasolina/etanol), e quatro possuindo o 1.6 8V de 92/95 cv, ambos flex e com quatro cilindros. Já no seu primeiro ano cheio no país, vendeu quase 40.000 unidades, demonstrando boa aceitação por parte do consumidor local.

Afinal, desde o lançamento o Sandero seguiu a cartilha sagaz do irmão Logan: ótimo espaço interno, robustez e uma construção simples, focada em custo-benefício. 

Curiosamente, o Sandero Stepway surgiu como versão aventureira do hatch na linha 2009, com a pegada off-road para brigar com VW CrossFox e companhia.

O hatch recebeu seu primeiro e único facelift para a primeira geração em maio de 2011, com mudanças principalmente focadas no interior, além de retoques no para-choque frontal e na grade.

Uma coisa que prejudicou muito a reputação do Sandero foi o teste de segurança realizado pelo Latin NCAP em 2012, no qual o modelo atingiu somente uma estrela para ocupantes adultos e duas para crianças.

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Sandero de segunda geração

Modelo teve seu fim decretado pela fabricante francesa, embora sua carroceria continua viva através do Stepway

A segunda geração foi apresentada pela Dacia na Europa no Salão do Automóvel de Paris de 2012, chegando ao Velho Continente no fim daquele ano. Usava uma evolução da base M0, batizada como B0, que já era usada pelo SUV Duster.

Por aqui, seu lançamento como um produto Renault só ocorreu em junho de 2014, mantendo os mesmos motores 1.0 16V (recalibrado para 77/80 cv) e 1.6 8V da família HiPower. A novidade ficava por conta da adoção de um câmbio automatizado monoembreagem, batizado de Easy’R, nas versões de topo com motor 1.6. 

Fornecida pela ZF, a caixa tinha comportamento claudicante, abaixo da média até quando comparado a outros automatizados da época, como i-Motion e Dualogic. Ficou em linha somente até 2019.

Modelo teve seu fim decretado pela fabricante francesa, embora sua carroceria continua viva através do Stepway

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O icônico Sandero RS

Modelo teve seu fim decretado pela fabricante francesa, embora sua carroceria continua viva através do Stepway

Em 2015, ganhou vida o ousado Sandero RS, hot hatch desenvolvido pela Renault Sport, divisão esportiva da marca francesa. Com ajustes mecânicos importantes na suspensão e no câmbio, além de adotar o motor 2.0 do Duster recalibrado para render 150 cv.

Com desempenho empolgante e comportamento dinâmico surpreendente esportivo, logo se tornou queridinho dos amantes de track days. Acabou saindo de linha no final do ano passado, por conta da nova legislação de emissões vigente no Brasil a partir deste ano, o Proconve L7.

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Novos motores da família SCe

Voltando a falar do Sandero “civil”, em 2016 a Renault trocou os motores HiPower flex por um 1.0 e um 1.6 da família SCe. Também flexíveis, eram mais modernos e prometiam até 19% de economia em consumo de combustível. 

Entre as atualizações, traziam bloco e cabeçote de alumínio, pesando cerca de 20 kg a menos que os antecessores. Também contavam com corrente no lugar de correia dentada, comando de válvulas variável na admissão e escape e sistema ESM, que controla a carga da bateria de maneira mais eficiente.

O 1.0 tinha a particularidade de ter três cilindros e 12 válvulas, rendendo 79/82 cv. Já o 1.6 mantinha a arquitetura com quatro cilindros, porém com 16 válvulas em vez de apenas oito, alcançando 118/120 cv (reajustados para 115/118 cv mais recentemente, por conta do Proconve L7).

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Emancipação do Stepway

Em 2017, a Renault resolveu emancipar o Stepway e modelo com nome próprio, deixando de se chamar Sandero Stepway. Curiosamente, seria uma medida crucial para antecipar o fim do nome Sandero agora em 2022.

O último facelift e câmbio CVT

Modelo teve seu fim decretado pela fabricante francesa, embora sua carroceria continua viva através do Stepway

Em 2019, o Sandero passou de segunda geração passou por uma reestilização de meia vida no Brasil, tendo como grande novidade a adoção de lanternas traseiras bipartidas e com LED, um desenho exclusivo em relação ao Dacia Sandero europeu.

Outra estreia foi a do câmbio automático CVT nas versões de topo do próprio Sandero e do Stepway, sempre aliado ao motor 1.6 SCe. O Stepway, por sua vez, passou a ser chamado de “SUV” pela fabricante, embora mantivesse a mesma carroceria do Sandero hatch.

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Ocaso e fim de linha

Modelo teve seu fim decretado pela fabricante francesa, embora sua carroceria continua viva através do Stepway

Com vendas em queda diante de rivais bem mais modernos e atraentes, o Sandero foi perdendo fôlego e versões rapidamente nos últimos dois anos. Primeiro, deixou de contar com o câmbio CVT, que passou a ficar reservado apenas ao Stepway.

Depois, abandonou de vez o motor 1.6 e passou este último ano tendo apenas o motor 1.0 à disposição. Nos últimos meses, vinha sendo oferecido em versão única de acabamento, a S Edition. 

Enquanto o Sandero ficou esquecido por aqui, na Europa tanto ele quanto o Logan possuem uma terceira geração lançada pela Dacia, com plataforma CMF-B e muito mais tecnológicos.

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Os projetos chegaram a ser cogitados por aqui, mas acabaram abortados pela Renault. Em vez deles, ela apostará em um SUV inédito, baseado no Dacia Sandero Stepway de terceira geração, porém com visual próprio e outro nome.

Conhecido atualmente pelo código de projeto HJF, será lançado no começo de 2024 e terá produção em São José dos Pinhais, marcando também a chegada do motor 1.0 TCe turboflex ao país.

Após ficar estagnado e esquecido o mercado em relação aos principais concorrentes, o Sandero se despede do Brasil sem muito alarde, mesmo tendo emplacado mais de 900.000 exemplares no Brasil entre dezembro de 2007 e setembro de 2022.

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