Stellantis pode cortar produção de seus modelos a combustão já em 2025
Não é novidade que as leis de emissão de carbono impactam diretamente na indústria automotiva, mas seus possíveis efeitos sobre a Stellantis são de surpreender. Graças às novas diretrizes de produção de gases poluentes, o conglomerado pode cortar a produção de seus modelos a combustão já em 2025, ao menos na Europa.
Você pode se interessa por:
- Flagra: Jeep Renegade pode ter sistema híbrido e consumo de Kwid em 2025
- Stellantis seguirá estratégia de BYD e GWM para alavancar vendas
- Este Citroën é feito na Rússia sem autorização da Stellantis
- Chevrolet seguirá passos da Stellantis para lançar novo SUV elétrico no Brasil
Segundo Carlos Tavares, atual CEO da Stellantis, o grupo automotivo está comprometido em cumprir as novas regras e se opõe a qualquer atraso quanto às novas leis de emissão da União Europeia. O “problema” é que estas diretrizes começarão a ser válidas a partir de 1 de janeiro, ou seja, o tempo é curto.
As novas regras irão reduzir o limite de emissão média de gás carbônico (CO2) que determinada frota de veículos de uma montadora pode ter na Europa. O número, que ainda é de 106,6 g/km, será de 95 g/km. Além disso, serão cobrados € 95 por grama excedente para cada veículo que violar as novas diretrizes.
Com essa situação em vista, Jean-Philippe Imparato, recém nomeado diretor de operações da Stellantis na Europa, revelou ao portal Automotive News que o grupo pode reduzir sua produção de modelo a combustão para atingir as novas metas de emissão.
De acordo com o executivo, os cortes na fabricação de veículos térmicos podem começar já a partir de novembro, para que a cadeia de produção seja impactada logo no início de 2025.
Aos que não sabem, a Stellantis é um conglomerado automotivo que agrupa marcas como Fiat, Peugeot, Citroën, Dodge, Jeep, Lancia e Ram. Assim, o corte na fabricação de modelos a combustão poderá ter impacto direto no catálogo de montadoras tradicionais em todo o mundo.
Vale dizer que, caso ocorra, essa medida será válida apenas na Europa, pois seguirá somente as novas leis de emissão de lá. Por aqui, a situação da Stellantis não é tão crítica, mas graças as novas diretrizes do Proconve L8 todos os carros 1.0 turbo da Stellantis deverão se tornar híbridos no Brasil em 2025.
Outras soluções
Além do corte na produção de veículos a combustão, Imparato falou de outras possíveis medidas ao Automotive News. Uma outra solução seria aumentar a participação de elétricos no mercado. Segundo o executivo, a Stellantis teria que dobrar suas vendas de carros a bateria para se adequar às novas normas europeias.
Nesse sentido, o conglomerado poderia impulsionar a venda dos elétricos a de incentivos em toda cadeia de distribuição dos veículos, ou seja, para gerentes, vendedores e revendedores desses veículos.
Além disso, Imparato também comentou a possibilidade de aumentar o preço de seus carros a combustão, com base específica em modelos, marcas e mercados, para desencorajar sua compra.
Nesse caso, a tentativa de impulsionar a venda dos elétricos seria feita em mercados estratégicos, como os Países Baixos, onde esses carros têm mais aceitação, de modo a compensar aqueles onde carros a bateria ainda tem rejeição forte, como a Itália.