Carros no Brasil que têm DNA chinês e você (talvez) não sabia
A polêmica em torno da Coronavac, vacina originária da China que é candidata a ser usada na imunização contra o novo coronavírus no Brasil, tem suscitado uma forte discussão sobre o nível de intimidade que temos com produtos chineses em nosso país. Muitas vezes, sem nem nos darmos conta disso.
No setor automotivo não é diferente. Com a incrível expansão do gigante asiático e com a veloz evolução de sua indústria, já não é mais incomum termos carros de marcas ocidentais sendo desenvolvidos e até produzidos por lá e vendidos aqui. Quer exemplos? Nesta reportagem daremos nove.
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Ford Territory
A grade, a tampa do porta-malas e o volante podem até ostentar a marca do oval azul, mas basta abrir o capô do Ford Territory para descobrir lá o selo de fabricação referente à JMC (sigla para Jiangling Motors Corporation).
O SUV, recém-lançado no Brasil, é derivado diretamente do modelo Yusheng S330, sendo que Yusheng é uma das marcas da fabricante e S330, o nome efetivo do veículo. É da China, inclusive, que ele vem importado.
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Chevrolet Onix e Onix Plus
Se a primeira geração de Chevrolet Onix e Prisma (atuais Joy e Joy Plus) conversavam com a marca sul-coreana Daewoo, os seus sucessores, novo Onix e Onix Plus, foram criados em parceria com uma empresa chinesa, a SAIC (Shanghai Automotive Industry Corporation).
A plataforma que deu origem aos dois compactos é a GEM, que significa “Mercados Emergentes Globais”, na tradução do inglês. Curiosamente, apenas o sedan é comercializado na China, chamando-se simplesmente Onix.
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Chevrolet Tracker
Construído sobre a mesma matriz dos novos Onix, o Chevrolet Tracker de terceira geração (no Brasil) é outro fruto da parceria entre General Motors e SAIC, trazendo uma participação chinesa relevante em sua concepção.
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Peugeot 208
A nova geração do Peugeot 208 nasceu primeiro na Europa e chega ao Brasil vindo da Argentina. O que tem a ver com a China, então? Tudo, porque a mais nova arquitetura modular do grupo PSA para carros compactos, CMP (Common Modular Platform), foi criada em conjunto com a chiníssima Dongfeng.
Que, aliás, é uma das acionistas do grupo automotivo, formado ainda pelas marcas Citroën, DS e Opel, e que recentemente se fundiu com a FCA. Ou seja, a ligação chinesa deve logo se estender à nova geração do Citroën C3 por aqui, assim como ao sedan e ao SUV que serão dele derivados. E, num futuro não muito distante, também a modelos de Fiat e Jeep.
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Volvo XC60 e S90
A Volvo é conhecida por produzir alguns dos automóveis mais seguros e tecnológicos do mundo. Mas não sem um toque chinês. A atual proprietária da marca sueca é a Geely, uma das fabricantes automotrizes mais fortes daquele país.
Todos os Volvo mais recentes, incluindo os SUVs XC40 e XC60, compartilham base modular com modelos da Geely e de suas marcas subsidiárias (como a Lynk & Co). No caso do XC60 e do S90, saiba que o SUV médio e o sedan executivo vendidos no Brasil são também fabricados na terra de Mao Tse Tung, de onde vêm importados.
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Nissan Frontier
Junto com a Mitsubishi L200 Triton, a Nissan Frontier é uma espécie de “Mr. Catra” no mercado de picapes médias, deixando herdeiras espalhadas por todo o globo. Renault Alaskan e Mercedes-Benz Classe X estão aí para não deixar mentir.
Entre as parceiras da marca japonesa consta, mais uma vez, a Dongfeng, que colaborou no desenvolvimento da atual Frontier e criou, inclusive, uma picape dela derivada, chamada P16 e comercializada apenas no mercado chinês.
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Peugeot Landtrek
Já apresentada no México e com passaporte carimbado para chegar ao Brasil em 2022, a Peugeot Landtrek representa uma manobra similar àquela que a Ford pratica com o Territory: um produto de fabricante chinesa reembalado para ganhar grife ocidental.
Em seu caso, o modelo original se chama Kaicene F70, sendo Kaicene uma marca subsidiária da gigante local Changan, com quem o grupo PSA formou parceria para criar a Landtrek.
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Jornalista Automotivo