Como o Caoa Chery Tiggo 8 Pro Hybrid chega a 317 cv, 11 marchas e 42 km/l

Versão híbrida plug-in do SUV de sete lugares possui motorização cheia de truques para unir desempenho com bom consumo de combustível
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06.07.2022 às 14:37 • Atualizado em 29.05.2024
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Versão híbrida plug-in do SUV de sete lugares possui motorização cheia de truques para unir desempenho com bom consumo de combustível

Junto do pequenino elétrico iCar, o Caoa Chery Tiggo 8 Pro Plug-In Hybrid foi a grande estrela do grupo de novos produtos eletrificados que a sociedade sino-brasileira apresentou ao Brasil no mês passado. A lista inclui ainda os modelos Tiggo 5X Pro, Tiggo 7 Pro e Arrizo 6 Pro híbridos leves flex.

Não à toa, metade das 2.000 reservas na pré-venda foi destinada a unidades do Tiggo 8 Pro PHEV. Outras 500 ficaram com o iCar e os demais 25%, entre os três demais. E olha que o SUV de sete lugares é o mais caro da turma: R$ 269.990.

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No entanto, por ser substancialmente mais barato que o Jeep Compass 4xe, que cobra R$ 350.000 e ainda oferece dois lugares a menos, o Tiggo 8 Pro Hybrid tem chamado a atenção. Até porque, segundo a própria Caoa Chery, ele será capaz de fazer mais de 40 km/l e rodar quase 80 km em modo só elétrico de condução.

Como isso será possível? É o que explicaremos neste artigo.

Como funciona o motor híbrido do Tiggo 8 Pro 

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Diferentemente dos irmãos menores, cuja motorização híbrida leve conta com uma pequena bateria de 48 Volts, o Tiggo 8 Pro é um híbrido mais robusto. Possui um motor a combustão dianteiro 1.5 TCi, o mesmo turbo sem injeção direta dos modelos menores, porém movido apenas a gasolina e com 147 cv de potência, sendo 22,5 kgfm de torque.

A ele se aliam dois motores elétricos, um de 75 cv e 16,8 kgfm, outro de 95 cv e 17,3 kgfm, gerando 170 cv combinados. Mas, diferentemente do que se costuma ter em modelos híbridos, ambos podem funcionar como geradores ou motores de tração, atuando isoladamente, em conjunto ou até mesmo auxiliando o 1.5 TCi. 

Ainda, os dois ficam acoplados ao sistema de transmissão do veículo, um como substituto do conversor de torque e outro ligado às engrenagens da caixa. A transmissão, por sua vez, é do tipo DHT (Transmissão Híbrida Dedicada, na tradução do inglês), parecida com a que a GWM oferecerá em todos os seus modelos monobloco no Brasil

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Porém, no caso do Tiggo 8 Pro Hybrid, a tração é sempre dianteira, enquanto potência e torque combinados chegam a 317 cv e 56,6 kgfm, respectivamente. São apenas três marchas existentes mecanicamente na caixa, mas, com a atuação dos motores elétricos, o sistema chega a 11 marchas combinadas.

Há, também, nove modos de tração, ou seja, possíveis combinações de entrega de torque ou recuperação de energia entre os três motores. Eles atuam e se alternam automaticamente, de acordo com as demandas de uso.

1. Tração com apenas um motor elétrico (arrancadas e retomadas mais leves)
2. Tração com os dois motores elétricos (arrancadas de nível intermediário)
3. Tração com o motor a combustão (velocidades de cruzeiro)
4. Tração com os três motores simultâneos (kickdowns)
5. Autonomia estendida (motores elétricos tracionam as rodas e o a combustão entra como gerador para alimentar as baterias)
6. Um motor elétrico gerador (usando a energia cinética dissipada em frenagens)
7. Dois motores elétricos geradores (mesma coisa, porém com nível maior de regeneração)
8. Recarga em movimento (motor a combustão atua na tração e como gerador para as baterias)
9. Recarga parado (motor a combustão como gerador com o veículo imóvel).

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O motorista também poderá alternar entre essas possibilidades escolhendo entre quatro modos de condução: EV (elétrico, com um ou os dois motores elétricos atuando); HEV (híbrido, alternando entre os três motores de modo inteligente); Normal (varia entre os modos EV e HEV, de acordo com a demanda) ou Sport (sempre HEV, priorizando o desempenho).

Ainda de acordo com a Caoa Chery, o Tiggo 8 Pro PHEV oferecerá três níveis de regeneração da energia cinética dissipada em frenagens. Com tudo isso, o consumo “combinado” prometido pela fabricante, ou seja, mesclando circuitos urbano e rodoviário, chega a 42,7 km/l. Vale lembrar que este número não é o oficial do Inmetro, ainda não divulgado. 

Também segundo a marca, uma das maiores vantagens da forma como esse conjunto está configurado é o fato de ser relativamente compacto e leve. São apenas 110 kg. Já o banco de baterias, posicionado no assoalho do SUV, possui 96 células de 57 Ah (Ampère-hora) que, juntas, pesam 134 kg. Eles geram uma capacidade de 19,27 kWh (Quilowatt-hora).

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Com todo este pacote, o Tiggo 8 Pro Plug-In Hybrid roda até 77,6 km em modo 100% elétrico, de acordo com o ciclo NEDC, e acelera de 0 a 100 km/h em 6,7 segundos. Como comparação, o mesmo modelo empurrado pelo propulsor 1.6 TGDi (turbo com injeção direta) tem 187 cv (130 cv a menos), 28 kgfm (menos da metade) e faz o 0 a 100 km/h em 9 segundos.

Outro detalhes é que o sistema DHT possui, conforme dados da Chery na China, uma eficiência máxima de transmissão de 97,6%, ou seja, de toda a energia captada junto ao conjunto motriz, todo esse percentual é aproveitado para efetivamente tracionar as rodas, com apenas 2,4% de desperdício. 

Já a eficiência de energia elétrica fica acima de 90% e a eficiência térmica do motor 1.5 TCi ficaria acima de 45%. Em propulsores convencionais, essa taxa geralmente fica em torno de 30%. 

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Novo visual

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O Tiggo 8 Pro PHEV por enquanto virá importado da China, já trazendo uma reestilização visual enquanto a configuração 1.6 TGDi com desenho antigo seguirá produzida em Anápolis (GO). A Caoa Chery afirma ter planos de nacionalizar a variante híbrida plug-in, mas não sinalizou quando fará isso.

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Em relação ao SUV que já é comercializado, o Tiggo 8 Pro trocou a grade (que passou a ser octogonal com divisórias pontilhadas), os faróis (mais afilados e full-LED, incluindo luzes diurnas e de seta por duas lâminas dinâmicas com assinatura em L) e as lanternas traseiras (agora em LED e separadas, sem interligação por uma barras central).

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Além disso, adotou novos recortes de capô e tampa do porta-malas, que passa a integrar o nicho da placa. As rodas de liga leve aro 18 são inéditas, assim como o teto solar panorâmico. Outro detalhe está no bocal de carregamento presente no para-lama dianteiro esquerdo. Os rearranjos nos para-choques significaram um ganho de 2,2 cm em comprimento, para 4.722 mm.

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O primeiro Caoa Chery semiautônomo

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Por dentro, o SUV recebeu um painel flutuante com duas telas digitais de 12,3 polegadas cada, uma para o quadro de instrumentos e outra para a central multimídia. O ar-condicionado digital é operado em uma tela de 8”, ao estilo Land Rover, enquanto o console central recebeu carregador de celular por indução e seletor dos já referidos modos de condução.

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O desenho do painel também foi renovado, com difusores de ar centrais e lateral direito que se integram, assim como o revestimento em couro dos bancos. O do motorista passa a contar com ajuste elétrico também de lombar e função memória.

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Por fim, o Tiggo 8 Pro é (finalmente) o primeiro Caoa Chery no Brasil com assistências semiautônomas de condução, incluindo ACC (controle de cruzeiro adaptativo) inteligente com assistente de congestionamento, que prevê paradas totais e arrancadas autônomas.

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O pacote também prevê alerta de mudança e assistente ativo de manutenção em faixa, luzes dianteiras adaptativas em curvas (opcionais), farol alto com controle inteligente, alerta de colisão frontal e de tráfego cruzado traseiro com frenagem automática emergencial.

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