Flagra: nova Golf Variant eTSI vem ao Brasil a serviço da VW e da Audi

Perua está de passagem para testar componentes do motor 1.5 eTSI, que deve ser aproveitado também pela marca premium do grupo
Renan Rodrigues
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01.12.2022 às 00:00 • Atualizado em 12.11.2024
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Perua está de passagem para testar componentes do motor 1.5 eTSI, que deve ser aproveitado também pela marca premium do grupo

No já distante mês de abril, a Mobiauto mostrou um flagra do Volkswagen Golf 8 no Brasil. Como alertamos, naquele momento, o hatch não será vendido no Brasil. No entanto, quase oito meses depois, nos deparamos com a carroceria perua do icônico modelo de oitava geração. 

Se o hatch não virá, a Golf Variant tem chances? Infelizmente não. Assim como aconteceu em abril, a Golf Variant está aqui apenas para testes do motor 1.5 eTSI MHEV, um híbrido leve com bateria de 48 Volts. 

Perua está de passagem para testar componentes do motor 1.5 eTSI, que deve ser aproveitado também pela marca premium do grupo

É esta tecnologia que interessa na Golf Variant eTSI que nossa reportagem flagrou em um estacionamento de São Paulo (SP). Entretanto, a surpresa é que a unidade flagrada não estava a serviço da Volkswagen, mas sim da... Audi, a marca premium do grupo! Que, portanto, também está de olho na motorização.

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Segundo fontes ouvidas pela Mobiauto, o mais provável é que a Golf Variant tenha sido cedida a uma empresa que faz o serviço de testes de rodagem da Audi, a fim de estudar o funcionamento do motor 1.5 eTSI e sua possível aplicação na família Q3, em uma possível configuração rebatizada para TFSIe.

Assim, a marca das quatro argolas se aproveitaria do fato de que o conjunto híbrido leve flex deve ser produzido pela VW no Brasil e poderia ser fornecido para equipar os novos modelos nacionais da Audi. O mesmo foi feito no passado com os antigos A3 e Q3 flex. Afinal, o país oferece incentivos fiscais tanto para veículos com motores flexíveis quanto eletrificados.

Vale lembrar que, no fim do ano passado, a Audi retomou a produção local em São José dos Pinhais (PR), montando em CKD os irmãos Q3 e Q3 Sportaback. Atualmente, a empresa monta os irmãos com o motor 2.0 TFSI turbo a gasolina de 231 cv e 34,7 kgfm, com tração integral e câmbio automatizado de dupla embreagem com oito marchas. 

Os preços partem de mais de R$ 270.000 no caso do SUV e de quase R$ 315.000 no do SUV cupê. Seria, portanto, uma oportunidade de voltar a ter a família Q3 a preços mais acessíveis. O primeiro modelo híbrido da marca no país é o Q5 TFSIe, com sistema plug-in.

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Quais devem ser os VW eTSI flex

Perua está de passagem para testar componentes do motor 1.5 eTSI, que deve ser aproveitado também pela marca premium do grupo

Em agosto do ano passado, o presidente da VW na América Latina, Pablo di Si, informou que a companhia planejava o lançamento de seis modelos híbridos flex no mercado brasileiro num período de cinco anos, ou seja, até 2026. Todos devem ser dotados de motorização eTSI.

Com o motor 250 eTSI, podemos esperar pela picape compacta-média Tarok – conforme a Mobiauto antecipou em setembro do ano passado –, o SUV compacto-médio Taos e o SUV compacto T-Cross em sua versão de topo, Highline. A primeira chegaria eletrificada já em sua chegada, prevista para 2025, enquanto os outros dois se tornariam híbridos com facelifts.

Resta saber se a VW vai querer investir na variante 1.0 eTSI. Em caso afirmativo, o leque se abre para diversos outros modelos, como o projeto VW246, SUV pequeno previsto para estrear entre 2023 e 24, e a picape VW247, sucessora da Saveiro, programada para 2026. O Nivus se tornaria outro candidato, ganhando a variante 200 eTSI.

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Como funciona o motor eTSI

Perua está de passagem para testar componentes do motor 1.5 eTSI, que deve ser aproveitado também pela marca premium do grupo

Estamos falando de um conjunto do tipo híbrido leve, conforme evidenciado pela sigla MHEV. Ele aproveita o já conhecido propulsor 1.5 turbo quatro-cilindros 16V da família EA211, que é basicamente o mesmo motor que o nosso 1.4 TSI, porém com deslocamento maior, ciclo Miller e turbo de geometria variável.

A principal diferença, contudo, está no auxílio de um sistema elétrico de 48 Volts, similar ao do Kia Stonic, o atual carro híbrido mais baratado do Brasil. Assim, o motor eTSI usa uma bateria pequena de 48V, formada por íons de lítio, para alimentar todos os comandos elétricos de 12V do veículo e o alternador por correia dentada, também com 48 Volts.

Com isso, dispensa a necessidade de usar a energia do motor a combustão em vários momentos, permitindo que o carro o desacople ou desative temporariamente um ou até dois cilindros em situações como desacelerações ou velocidades de cruzeiro. É o que garante, no caso do Golf, um consumo de combustível na ordem de 25 km/l.

Perua está de passagem para testar componentes do motor 1.5 eTSI, que deve ser aproveitado também pela marca premium do grupo

A potência do motor 1.5 eTSI segue em 150 cv e o torque, em 25,5 kgfm, tal qual já temos no motor 1.4 TSI flex oferecido atualmente em modelos como T-Cros Highline e Taos. A diferença é que, com o deslocamento maior e o auxílio elétrico, o esforço para alcançar tais números diminui, assim como a demanda por combustível.

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A grande sacada pode estar no fato de que o Golf eTSI europeu não funciona apenas com a usina quatro-cilindros de 1,5 litro, mas também com a três-cilindros 12V de 1 litro, da mesma família EA211, atualmente presente em PoloVirtusNivus e T-Cross. A potência com gasolina em relação à usina 200 TSI flex cai de 116 para 110 cv, mas o torque continua em 20,4 kgfm.

O conjunto eTSI será um trunfo importante da Volkswagen em sua trajetória de eletrificação no Brasil. Como a Mobiauto contou neste outro artigo, a oitava etapa do Proconve, conjunto de normas brasileiras de emissões veiculares, praticamente exigirá das fabricantes que ofereçam modelos híbridos em nosso mercado até o fim desta década.

Perua está de passagem para testar componentes do motor 1.5 eTSI, que deve ser aproveitado também pela marca premium do grupo

Com o eTSI, a VW poderá melhorar seus índices de eficiência sem precisar investir em uma substituição completa dos motores da família EA211 já produzidos há alguns anos em São Carlos (SP). Com a vantagem de já ter esses propulsores preparados para receber tanto gasolina quanto etanol. 

Resta saber se a marca apostará só no 1.5 eTSI (ou 250 eTSI, caso o padrão de nomenclatura seja mantido), que seria aproveitado pela Audi nos Q3 nacionais, ou também no 1.0 (ou 200 eTSI).

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