Renault: como será o inédito SUV cupê nacional derivado do novo Duster
A Renault confirmou, durante evento comemorativo pelos 25 anos de sua fábrica em São José dos Pinhais (PR), o investimento de R$ 2 bilhões para produzir no Brasil um inédito SUV cupê de segmento C, compacto-médio, o mesmo de Jeep Compass, Toyota Corolla Cross e Volkswagen Taos.
Construído sobre a plataforma CMF-B Low, o modelo será irmão da picape conceito Niagara, embora esta esteja programada para ser produzida na Argentina, a partir de 2025, enquanto o SUV cupê será produzido na fábrica brasileira localizada na Região Metropolitana de Curitiba, a capital do Estado paranaense, também em 2025.
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Quem acompanha a Mobiauto leu em primeira mão, em 8 de novembro deste ano, que a Renault apostaria em um SUV cupê de porte compacto-médio (projeto D1312) derivado do Dacia Duster de terceira geração. Internamente, o projeto é conhecido como C-Neo, em menção ao segmento de atuação (C).
Tanto ele quanto a Niagara (projeto ZH1312) farão parte de uma nova família de produtos compactos-médios da marca, também antecipada com exclusividade por nossa reportagem em fevereiro deste ano, formado ainda por um terceiro produto, um SUV de sete lugares (projeto X1312), a ser lançado em 2026.
Segundo executivos da Renault, o SUV cupê é um projeto “inédito” e fará sua “estreia global” no Brasil, com expectativa de que seja exportado para mais de 20 países. Isso significa que deve receber um nome ainda não utilizado pela fabricante, o que praticamente descarta a chance de ele ser tratado como uma segunda geração do Arkana.
No INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), já há alguns nomes registrados que ainda não pertencem a nenhum produto atual da gama internacional de produtos Renault: Kenium, Nevada e Napurna são exemplos.
O que o projeto D1312 herdará do novo Duster
Apesar de ser um SUV cupê e de ter seu visual substancialmente modificado em relação ao Dacia Duster de terceira geração, recentemente apresentado na Europa, o futuro SUV cupê nacional da Renault herdará dele basicamente toda a estrutura da carroceria, do mesmo modo que o Kardian deriva diretamente do atual Dacia Sandero Stepway.
Isso significa que elementos como underbody, para-brisa, colunas A e B, teto, portas laterais dianteiras, painéis de acabamento interno, bancos, conjuntos de freio, de suspensão e arquitetura elétrica e eletrônica virão do Dacia Duster de terceira geração. Para-choques, faróis, grade, capô, para-lamas e todo o balanço traseiro serão exclusivos.
Conforme contamos em julho deste ano, e confirmamos em outubro, o projeto D1312 se descolará do Duster em proposta e nome por dois motivos. O primeiro é para seguir com a estratégia da marca francesa de se descolar da subsidiária romena de baixo custo, oferecendo produtos com ar mais sofisticado e maior rentabilidade.
O segundo é porque o atual Duster brasileiro, construído sobre a plataforma B0, será renovado em 2024, como linha 2025, e está previsto para seguir na gama pelo menos até 2028, algo que revelamos em primeiríssima mão em abril de 2022.
Motor turbo e (talvez) híbrido
O inédito SUV cupê nacional da Renault terá sob o capô o conhecido motor 1.3 turbo flex quatro-cilindros 16V da família TCe, com injeção direta de combustível. Rende 162 cv de potência com gasolina e 170 cv com etanol, e 27,5 kgfm de torque com qualquer combustível. Pode vir aliado já ao câmbio EDC (automatizado de dupla embreagem) com seis marchas, em preparação para ser eletrificado.
Aliás, dias antes de confirmar o projeto do SUV cupê médio nacional, a Renault já havia anunciado um investimento de R$ 100 milhões através da Horse, sua nova subsidiária de trens de força, para fabricar localmente o motor turbinado de 1,3 litro em São José dos Pinhais, junto do motor 1.0 turbo da mesma família e do 1.6 SCe naturalmente aspirado.
Entretanto, esqueça o uso do motor 1.0 TCe de 125 cv do Kardian no projeto D1312. É pouco para um carro que, lembremos, virá para concorrer com Compass, Corolla Cross e Taos. A grande sacada estará na oferta, talvez em um segundo momento do projeto, de versões híbridas, aliando o motor 1.6 SCe a outro elétrico, formando 145 cv combinados.
Jornalista Automotivo