Gasolina pode ter 35% de etanol; como isso pode afetar seu carro?

Com a mudança, mais de um terço da mistura da gasolina comercializada seria de etanol
Vinicius Moreira
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05.03.2024 às 17:02 • Atualizado em 12.11.2024
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Com a mudança, mais de um terço da mistura da gasolina comercializada seria de etanol

Você já deve ter ouvido falar que determinado posto de combustível tem a famosa “misturinha” ruim para filtros e injetores. Mas qual o percentual de mistura permitido na legislação? Um Projeto de Lei pretende alterar exatamente o mínimo e o máximo de etanol presente na gasolina e biodiesel no diesel comercializado.

A proposta quer passar dos 27,5 % para os 35% de etanol presente na gasolina. O processo ocorreria até 2030. No mesmo período, o biodiesel presente no diesel seria de até 20 %, que atualmente está em 14%.

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Vale ressaltar que a legislação permite uma maleabilidade desse percentual. Obrigatoriamente, a gasolina precisar ter no mínimo 22% de etanol. Esse número ainda pode variar entre 18% e 27,5%, a depender da necessidade do governo por motivos como a disponibilidade dos combustíveis. O diesel tem percentual obrigatório de 14% de mistura do biodiesel.

Outro ponto da medida é que o gás natural vendido nos postos receberia um percentual na mistura de biometano. Nessa ideia, também seria integrado as companhias aéreas.

Como mais etanol na gasolina afeta o carro?

Para os carros mais novos com motores flex, o proprietário terá que se preocupar, em um primeiro momento, com a questão do consumo. Mais etanol, menos km/l rodado como já é previsto, tendo em vista a combustão do etanol e gasolina.

O ponto frágil dessa mudança fica para os carros mais antigos movidos somente a gasolina. Com a presença de mais etanol, o conjunto motriz pode sofrer com maior desgaste. Lembrando que os propulsores foram projetados para rodar com gasolina. Já com mais de um terço da mistura em etanol, isso pode ser garantia de problemas.

Qual o sentido de mais etanol na gasolina?

Com a aceleração dos programas de descarbonização, como por exemplo o Proconve, projetos de Lei e medidas tem surgido cada vez mais nesse sentido. A ideia de eletrificar a frota de carros, com veículos híbridos e elétricos já é uma tendência.

Nesse sentido, combustíveis mais “verdes” como o etanol, biodiesel e até o hidrogênio ganham força. Por outro lado, gasolina e diesel são combustíveis fósseis, os quais tem mais emissões de gases e consequentemente poluentes.

O projeto de Lei  partiu do poder Executivo e já foi modificado na Câmara dos Deputados pelo relator, o deputado Arnaldo Jardim. A expectativa é que o PL seja votado essa semana na câmara baixa. Caso seja aprovado, poderá ser enviado para o Senado, onde, com a aprovação, segue para sanção ou não do presidente da República.

O processo ainda levará um tempo, tanto para ser apreciado como para entrar em funcionamento. Entretanto, a mudança seria polêmica e acarretaria um rejuvenescimento forçado da frota nacional.

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