Renault viverá um novo momento no Brasil com o SUV Kardian?

Com o lançamento do SUV Kardian, a Renault inicia um novo capítulo da sua história no país, que começou, com produção local, em 1998. Na esteira do lançamento, a montadora busca participação em um novo nicho do mercado. 

Além disso, o movimento contribui para elevar a ocupação da fábrica no Paraná com mais um modelo, que passa a fazer companhia ao Kwid, Logan, Stepway, Captur e Duster já em produção ali.

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Neste episódio do Radar Podcast, a equipe de Automotive Business analisa os movimentos da companhia em torno do seu novo SUV para o mercado regional. As possibilidade de conquistar maior participação no país, a busca por um novo posicionamento e o futuro da montadora na região também são temas de debate neste programa.

Renault aposta (e investe) alto no Kardian

O SUV pequeno recebe parte relevante do investimento de R$ 2 bilhões que a empresa faz no Brasil, na fábrica de São José dos Pinhais (PR). A questão é que talvez o modelo chegue ao mercado com certo atraso, com o enorme desafio de disputar espaço com veículos já bem estabelecidos, como Volkswagen Nivus e Fiat Pulse.

Ainda assim, caso conquiste seu lugar entre os consumidores, o Kardian vai carregar o peso de fazer isso como símbolo de uma nova abordagem da Renault para o mercado brasileiro. Nessa etapa, a companhia deixa de apostar em nacionalizar modelos Dacia com o emblema da marca francesa para oferecer aqui carros que têm coerência com o que a companhia oferece em mercados mais maduros - e exigentes. 

O novo SUV também abre a possibilidade de ampliar as margens da montadora com os clientes locais. Até então, os emplacamentos da fabricante ficavam concentrados em modelos com menor valor agregado, que carregavam os preços mais baixos como o grande apelo com o consumidor, como Kwid e Logan. Com isso, era necessário alcançar alto volume de vendas para garantir lucratividade - algo cada vez mais desafiador no mercado brasileiro.

Ao ampliar a gama de veículos com o novo SUV, a marca dá passo mais sólido após a apresentação do Megane E-tech. O modelo chegou em setembro para elevar a régua do portfólio de carros elétricos da companhia, que agora conta com quatro veículos de passeio. Importado e com valor próximo aos R$ 300 mil, o crossover, por enquanto, é mais um modelo de imagem, para posicionar a montadora um degrau acima, do que um carro de volume - missão que cabe, agora, ao Kardian, dentro da estratégia da "nova" Renault.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

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