Nova Volkswagen Amarok muda pouco e grande truque contra Hilux e Ranger é o motor V6
A Volkswagen finalmente renovou a Volkswagen Amarok. Lançada em 2010 e, desde 2016, sem mudanças consideráveis, a picape média chegou com frente remodelada, alterações tímidas na traseira, além de leves ganhos em equipamentos no interior. A montadora alemã mostrou que continua apostando da manutenção do conjunto mecânico como principal trunfo.
Importada para o Brasil da Argentina, o novo visual já tinha sido apresentado no país vizinho e dava uma ideia do que chegaria por aqui. Mesmo assim, era esperado um algo mais para a Amarok enfrentar a líder do segmento Toyota Hilux, assim como Ford Ranger e a recém-renovada Chevrolet S10.
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Antes mesmo de lançá-la, a Volkswagen já tinha confirmado a permanência do motor V6 3.0 turbodiesel de 258 cavalos de potência e 59,1 kgfm de torque. Para a nova picape, a montadora alemã decidiu apostar em um facelift total na frente para deixar a picape mais “bruta”. Funcionou! O problema é que faltaram mais alguns ingredientes nessa receita.
A Mobiauto conseguiu testar a nova picape tanto em condições mais adversas, no fora de estrada, como também no ambiente mais urbano, seja na cidade ou rodoviário. Acompanhe o que achamos da Nova Amarok.
Visual atraente
É inegável que o novo visual da Amarok trouxe a picape para um visual mais atual. Faróis mais afilados Full LED com barra iluminada, interligando o DRL, deu para Amarok o que o VW T-Cross não recebeu. O capô agora tem vincos e formas mais musculosas. A grade é nova e com novo logotipo. As entradas de ar do para-choque ganharam mais espaço e o conjunto dos faróis de neblina agora estão dispostos na vertical com formas mais pronunciadas. Tudo isso trouxe mais imponência.
Conforto de carro de passeio
No ambiente urbano, a Amarok continua ofertando um conforto próximo de um carro de passeio aos seus ocupantes. O ajuste da picape não deixa a carroceria ficar balançando em qualquer curva e na estrada não traz a sensação de que estamos em uma picape.
Agora, a Amarok tem 5,35 metros de comprimento, 9,6 cm a mais que a versão interior. O entre-eixos contínua de 3,09m, além 1,95 m de largura, o que garante um espaço justo para os ocupantes do banco traseiro.
Solução para assistentes de segurança
Chamada de bússola, a Volkswagen trouxe para a Amarok o Safer Tag (Assistente de condução passiva). Em vez de atualizar o painel de instrumentos, a montadora preferiu adotar o Safer Tag no painel acima da central multimidia para trazer assistentes aos motoristas:
- Aviso de saída de faixa
- Aviso de colisão com pedestres e ciclistas
- Indicação de limite de velocidade
- Alerta de monitoramento de tráfego
- Aviso de colisão frontal
GPS nativo
A Volkswagen atualizou o sistema operacional da central multimídia para plataforma Android. A conexão de Apple Carplay e Android Auto continua por fio.
A montadora também decidiu oferecer um GPS nativo justificando uma demanda dos clientes. Entretanto, em algumas situações o sistema perdeu a localização em locais mais afastados durante o off-road.
Motor V6
A Volkswagen apresentou a Amarok com direito a uma segunda apresentação técnica para o seu conjunto mecânico. Dada a importância que a montadora quis evidenciar para seu trem de força. Afinal, nem mesmo a mais nova S10, com 207 cv e 52 kgfm de torque, conseguiu chegar aos 258 cv da Amarok, com possibilidade de atingir 272 cv com o sistema Overboost.
A Ranger até tem versões com 3.0 V6, mas com 250 cavalos 61,1 kgfm. Mas é na Ranger Raptor com V6 3.0 biturbo e 397 cv e 59,4 kgfm que ela busca por quem quer potência. Nem mesmo a Hilux GR Sport com 224 cv e 55 kgfm chega perto do trem de força mais potente das picapes médias da Amarok.
Mas até quando? A chegada da BYD Shark, por exemplo, com possíveis 430 cv de potência no seu conjunto híbrido pode fazer a picape da VW perder a vez nesse jogo cada vez mais concorrido das picapes.
Interior ultrapassado
Caso um interessado entre na Amarok 2025 sem ter visto o interior da versão passada, não vai perder muita coisa. Os bancos de couro até receberam novo visual, porém, basta olhar para o painel e notar que, a tirar pela nova multimídia de 9 polegadas e o dispositivo Safer Tag, o restante é praticamente o mesmo.
Nem mesmo na versão de topo Extreme, a Amarok foge do revestimento em plástico. Um material em tecido mais macio está presente nos encostos das portas e pequena faixa no centro do painel.
Nada de painel de instrumentos digital, os mostradores ainda são analógicos, assim como o volante continua o mesmo com pequenos comandos para o pequeno cluster no computador de bordo e da multimídia.
Você pode até procurar, mas não vai encontrar um carregador por indução também e o freio de estacionamento permanece por alavanca em todas as versões.
Falta de equipamentos
Pelo preço cobrado, fica difícil não contar com um reforço ou auxílio de abertura para a tampa traseira, por exemplo. Amortecedores para abertura da tampa estão disponíveis, mas somente em pacote de acessórios ao custo de R$ 2.200.
O novo assistente de segurança Safer Tag está disponível apenas a partir da versão Highline. Imaginar uma picape que cobra mais de R$ 300 mil e não oferta itens mais básicos do pacote ADAS, mesmo para versão de entrada. A opção Confortline tem o dispositivo de segurança como opcional.
Pacote off-road
A Amarok continua com a maior capacidade de carga da categoria com 1.154 kg. Em matéria de capacidade volumétrica da caçamba são 1.280 litros, menor somente que da Fiat Titano.
A tração é 4x4 e o vão livre do solo é de 24,5 cm. O ângulo de ataque é de 27,2° e 20,5° de saída (com suporte de reboque). A picape também suporta até 45° de subida e 49,7° lateralmente. A capacidade de reboque é de 750 kg (sem freio) e 2.705 kg (com freio).
Rodamos por estradas de terra do interior paulista que colocaram a Amarok sob prova. Ela saiu-se bem, sem final de curso de suspensão ou raspagem da frente ou traseira. Respostas rápidas ao sair de uma deformação também foram positivas, só faltou ver como ela se sai na lama, no período de seca, o piso duro testou bem a calibração dos amortecedores, mas não foi possível testar essa valência da picape.
Consumo e 0 a 100 km/h pioraram
No ciclo do Inmetro que mede o consumo dos carros, a Amarok tinha um consumo de 9 km/l na cidade e 9,7 km/l na estrada. Agora a Volkswagen atualizou esses números de consumo:
- Comfortline: 8,5 km/l e 9,3 km/l
- Highline: 8,7 km/ l e 9,3 km/l
- Extreme: 8,7 km/l e 9,3 km/l
A justificativa para essa diferença é que a rodagem. Somente a versão Extreme utiliza pneus de 20 polegadas. O 0 a 100 km/h era feito em 7,4 segundos e agora são atingidos em 8 s. A velocidade máxima contínua de 190 km/h.
Volkswagen Amarok – Preços e versões
- Amarok Comfortline: R$ 308.990
- Amarok Highline: R$ 328.990
- Amarok Extreme: R$ 350.990
Volkswagen Amarok - opcionais
Amarok V6 Comfortline:
- Capota Marítima e estribo lateral R$ 4.170
- Safer Tag (Assistente de condução passiva) R$ 2.430
Amarok V6 Highline:
Capota Marítima e estribo lateral R$ 4.170
Amarok V6 Extreme:
Capota Marítima R$ 1.650
Pacote Dark R$ 1.550
Volkswagen Amarok - Cores
- Sólida (Branco Puro) - Sem custo
- Perolizadas (Preto Mystic) - R$ 1.750
- Metálicas (Prata Pyrit, Azul Atlantic, Cinza Oliver e Cinza Indium) - R$ 1.750
Pacote Acessórios Originais VW
Preço - R$ 2.200
- Amortecedor para a tampa traseira
- Tapetes em borracha (TPE) com pino de segurança
- Frisos de proteção lateral
- Película solar para os vidros
- Logo Volkswagen LED na abertura de porta para o motorista
- Safer Tag (Assistente de condução passiva)
Nova Volkswagen Amarok – Dados técnicos
Motor: 3.0, dianteiro, longitudinal, seis cilindros,
Potência: 258 cv a 3.250 rpm
Torque: 59,1 kgfm a 1.400 rpm
Peso/potência: 12,84 kg/cv
Peso/torque: 52,9 kg/kgfm
Câmbio: automático, 8 marchas
Tração: 4x4 com bloqueio de diferencial traseiro
0 a 100 km/h: 8 segundos
Velocidade máxima: 190 km/h
Consumo (Inmetro): Comfortline: 8,5 km/l e 9,3 km/l; Highline: 8,7 km/ l e 9,3 km/l ;Extreme: 8,7 km/l e 9,3 km/l
Dados técnicos: direção hidráulica; suspensão independente e braço duplo transversal e mola helicoiedal (dianteira) e eixo rígido com mola de lâminas (traseira); freios a discos ventilados nas quatro rodas; diâmetro de giro de 12,9; coeficiente aerodinâmico não divulgado; vão livre do solo, 24,5 cm; ângulo de ataque, 30°; ângulo de saída, 26°; ângulo de transposição de rampas, 22°; capacidade de imersão não divulgadas; pneus, 245/65 R17; 255/60 R18 e 255/50 R20.
Nova Volkswagen Amarok – vale a pena comprar?
O novo visual e algumas capacidades como de carga e litragem da caçamba mostram que a Amarok tem potencial. A manutenção do motor V6 também atesta um acerto da Volkswagen.
Por outro lado, exceto o visual, os outros itens não são novidades. Pelo preço cobrado, esperava-se um pouco mais da Nova Amarok. A compra da picape ainda é uma boa opção entre as picapes médias. O problema começa quando olhamos um pouco mais a fundo no que a atual concorrência oferta e ainda tem as picapes chinesas.
Repórter
Encontrou no jornalismo uma forma de aplicar o que mais gosta de fazer: aprender. Passou por Alesp, Band e IstoÉ, e hoje na Mobiauto escreve sobre carros, que é uma grande paixão. Como todo brasileiro, ainda dedica parte do tempo em samba e futebol.