Nova Ram Rampage 2025 ganha novo motor que queríamos no Commander

Picape muda de motor na renovação da linha e fica mais potente
Renan Bandeira
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13.11.2024 às 13:00 • Atualizado em 27.11.2024
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Picape muda de motor na renovação da linha e fica mais potente

A Ram apresenta para o mercado a Rampage com motor 2.2 turbo diesel. A Mobiauto já havia revelado algumas das novidades da picape intermediária para o nosso mercado, que chega à linha 2025 com nova versão de entrada e motorização diferente. 

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Desde que foi lançada por aqui, a Ram Rampage era vendida com as configurações de acabamento Rebel, Laramie e R/T. A primeira e a segunda tinham opções com motores Multijet 2.0 diesel e Hurricane 4, que é o 2.0 a gasolina. A versão mais completa é também a esportiva, e usava apenas a usina a gasolina.

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O propulsor Multijet é um 2.0 turbo diesel que entrega até 170 cv de potência e 38,8 kgfm de torque. Já o motor a gasolina é capaz de render 272 cv de potência e 40,8 kgfm de torque. Ambos são gerenciados pela caixa automática da ZF de nove marchas, e contam com tração 4x4 sob demanda. 

Com a chegada da oitava fase do Proconve L8 no início do próximo ano, as regras de emissão ficarão mais rígidas e as marcas já preparam suas modificações para seguir com os veículos à venda. E foi assim que a Rampage trocou o motor 2.0 Multijet pelo novo 2.2 Multijet pouco tempo depois de nascer no Brasil. 

O novo motor a diesel da Rampage rende até 200 cv de potência e tem 45,9 kgfm de torque. E faz a picape subir de patamar por entregar potência e torque próximos ao de picapes médias consolidadas, como uma Toyota Hilux que tem um 2.8 turbo diesel de 204 cv e 50,9 kgfm. 

O câmbio é o AT9 da ZF, mas que ganhou boas modificações. O suporte união entre motor e caixa de marchas foi trocado, as pontas de eixo traseiras são novas, assim como o eixo cardã tem novas peças. A que mais vai impactar no uso diário é a relação final da transmissão, que está mais longa. 

Na prática, o motor 2.2 é mais silencioso que o 2.0, embora tenha mais curso para o pistão percorrer. Com isso, o conforto acústico dentro da cabine foi aprimorado, e rodar com a Rampage 2.2 é tão igual a rodar com a Rampage 2.0 a gasolina. 

A última marcha mais longa também garante conforto, mas para rodar. Em velocidades mais altas e de cruzeiro, ela trabalha em menor rotação, garante menos ruído e melhora o consumo de combustível. Tanto que a Rampage 2.2 turbo diesel chega a rodar 10,6 km/l na cidade e 13,3 km/l na estrada. 

Comparando aos números com motor 2.0 turbo diesel anterior, temos uma melhora de 0,8 km/l na cidade e 0,9 km/l na estrada. A Mobiauto deve receber a picape nas próximas semanas já com a nova motorização para fazer um teste de consumo real. 

A capacidade de carga segue superando 1 tonelada, como manda a legislação brasileira para picapes a diesel. No entanto, a plataforma Small Wide 4x4 mostra sua limitação por não poder puxar mais de 400 kg no reboque. A expectativa é que essa condição mude em uma nova geração. 

Mas é inegável quão boa de dirigir é a Rampage. Testamos uma Rampage Rebel 2.2 turbo diesel 2025, que parte agora de R$ 259.990, e contamos os detalhes em mais uma avaliação da Mobiauto. 

Dinamicamente temos um SUV com caçamba e é difícil se desvencilhar das características de um utilitário ao testar a picape. A posição de dirigir é intermediária entre um sedan e uma picape média, por exemplo. Basicamente o que encontramos em Compass e Commander, só que um pouco mais elevada. 

O campo de visão é bom, e poderia ser melhor se o vigia não fosse tão estreito. Os bancos são macios, com boa densidade de espuma e as suspensões são calibradas para uma rodagem suave na cidade, mas sem perder a aptidão para o terreno off-road. 

Durante o lançamento da linha 2025, a Mobiauto testou uma das unidades com motor 2.2 nas pistas on-road e off-road do Circuito Panamericano, em Elias Fausto (SP). No asfalto, a picape mostrou ótima aderência nas curvas com arrasto de carroceria dentro do esperado. 

Aqui a calibração das suspensões é protagonista. Vale lembrar que temos conjuntos independentes nos dois eixos. Na frente é McPherson, enquanto na traseira é multilink. Com isso, a picape entrega um dinâmica diferente, apoiando os quatro pneus no chão firmemente, que é o que garante mais estabilidade. E isso também torna a atuação da tração integral sob demanda melhor. 

Mas não podemos esquecer das boas acelerações e retomadas de velocidade. Com o motor 2.2 turbo a diesel, a Rampage ficou mais rápida e acelera até os 100 km/h em 9,9 segundos, um ótimo tempo para uma picape com esse tipo de motorização.  

Mais interessante que isso, é esquecer dos números de potência, torque e desempenho e se concentrar naquilo que a picape realmente vai oferecer no dia a dia. Embora use sempre oito das nove marchas, por pular a primeira e começar sempre de segunda, o delay de resposta ao acionamento do pedal do acelerador é pequeno – menor que de muitos carros menores e turbinados, por exemplo. 

Essa resposta mais rápida é que torna a Rampage ágil, mesmo com seus 1.951 kg de peso em ordem de marcha. A turbinada é do tipo TGV, um turbocompressor variável, mas que atua bem em baixas rotações. A entrega de torque máximo acontece apenas com 1.500 rotações por minuto do motor, pouco depois da tal “marcha lenta”. 

Como base, a Rampage trabalha comumente, ao ser ligada, em um regime entre 800 rpm e 1.000 rpm. Ao tocar o acelerador levemente, os 1.500 giros por minuto já são alcançados e os 45,9 kgfm de torque podem ser aproveitados.  

Interessante é que enquanto a potência inicia um processo de crescimento contínuo e ininterrupto durante a aceleração, o torque já tem pico inicial e consegue se manter em alta durante toda a condução, se mantendo entre 40,8 kgfm e 45,9 kgfm.   

Dessa forma é que se alcança números importantes de retomada, como a de 60 a 100 km/h que acontece em 6,4 segundos (antes era 7,4 s). E pelo mesmo motivo é que vemos um desenvolvimento um pouco mais lento entre 80 a 120 km/h, comparado ao regime anterior, com 8 segundos – embora tenha baixado 0,9 segundo do que tínhamos antes. A velocidade máxima é de 196 km/h. 

No teste off-road, as capacidades da picape seguem como já víamos antes. Com 22,3 cm de altura mínima do solo, a Rampage garante 25,8º de ângulo de ataque, 27,5º de ângulo de saída e 23,4º de ângulo de transposição de rampa.  

Assim, os obstáculos do dia a dia não são problema. A picape passa pela “caixa de ovos” sem raspar dianteira, entre-eixos ou traseira. Ainda tem controle de descida e a primeira marcha trabalhando como reduzida para auxiliar o motorista em situações mais embaraçosas. 

As medidas seguem como já víamos. A Rampage tem 5,02 metros de comprimento, 2,04 de largura (com retrovisores), 1,78 m de altura (com antena) e 2,99 m de entre-eixos. São bons números para uma picape de uso urbano. Pena que para sobrar os 980 litros de capacidade volumétrica da caçamba, a cabine é mais apertada - uma herança da Fiat Toro.

Mas a picape oferece bom acabamento interno e lista de equipamentos completa. Os bancos são revestidos de couro sintético, e a picape tem quatro portas USB e saídas de ar-condicionado para a segunda fileira de bancos.  

Para motorista e passageiro da frente, desde a versão Rebel, já existe os ajustes elétricos dos bancos. O console central é de dois andares, com a parte de baixo tendo espaço para guardar objetos e conexão de celulares com duas portas USB, enquanto na parte de cima há o acionamento do freio de estacionamento eletrônico, seletor de marchas, auto hold, controle de descida, carregador por indução, etc. 

Os controles do ar-condicionado são por botões físicos (isso é muito bom!), que mostram informações na multimídia de 12,3 polegadas – esta vem com GPS integrado, acesso ao sistema ADAS do carro e conexão de Android Auto e Apple CarPlay sem fio. Outra tela de 10,3 polegadas é para o painel de instrumentos, com computador de bordo integrado e completo. 

O pacote de itens de segurança é bastante recheado. Antes de falar de ADAS, podemos pontuar os sete airbags de série, controle de descida, monitoramento de ponto cego, assistente de partida em rampa e os sensores de chuva e estacionamento, dianteiro e traseiro. 

E somam para a segurança, no pacote ADAS, o alerta de colisão frontal com frenagem autônoma de emergência e detecção de pedestres e ciclistas, comutação automática do farol, controle de cruzeiro adaptativo com função anda e, para detecção de tráfego cruzado traseiro, monitoramento de pontos cegos e alerta de saída de faixa. 

Esses itens ficam disponíveis a partir da versão Rebel, que deixa de ser a porta de entrada da picape no Brasil. A Rampage agora tem a versão Big Horn, que ficará disponível para venda nos próximos meses e não tem preço definido.  

Ram Rampage Rebel 2.2 turbo diesel 2025 – Ficha Técnica

Motor: 2.2, dianteiro, transversal, turbo, diesel, 4 cilindros em linha,, injeção direta de combustível
Taxa de compressão: 15,7:1
Potência: 200 cv a 3.500 rpm

Torque: 45,9 kgfm a 1.500 rpm
Câmbio: automático de nove marchas
Tração: dianteira
0 a 100 km/h: 9,9 segundos
Velocidade máxima: 196 km/h

Consumo Inmetro: 13,3 km/litro na cidade e  10,6 km/litro na estrada com etanol 

Dimensões e capacidades: comprimento, 5.028 mm; entre-eixos, 2.994 mm; largura, 2.040  mm; altura, 1.780  mm; capacidade caçamba, 980  litros (VDA); capacidade de carga, 1.015 kg; tanque de combustível, 60 litros; peso em ordem de marcha: 1.1951 kg

Ram Rampage Rebel 2.2 turbo diesel 2025 - Vale a pena levar para casa? 

Mais potente, mais econômica e com mais torque do que na linha anterior, a Ram Rampage 2025 se reforça para o mercado. É uma ótima opção para quem está no mundo das picapes e procura por um produto com força de sobra e tamanho ideal para rodar em perímetro urbano.  

O preço um pouco salgado comparado ao da Ford Maverick Lariat FX4 (R$ 229.500) tenta se justificar pelo bom pacote ADAS, de assistências de segurança e condução, acabamento interno superior e a marca Ram. Consumo e motor a diesel aqui também são diferenciais. 

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