Por que o novo Renault SUV rejeitará os nomes Sandero e Stepway
O lançamento já está confirmado para começo de 2024, com direito a motor 1.0 turbo flex. A produção começa em meados deste ano em São José dos Pinhais (SP). O visual já vazou via registro de patente na Europa. Falta apenas descobrir o nome do novo SUV de entrada da Renault.
Este é o último e mais bem guardado segredo da marca francesa em relação ao projeto HJF (código interno de projeto do modelo), que dará origem a um SUV com porte similar ao de Fiat Pulse e VW Nivus.
Curiosamente, o modelo será derivado diretamente do Dacia Sandero Stepway de terceira geração, herdando não só a plataforma CMF-B como praticamente toda a estrutura de carroceria do hatch aventureiro europeu.
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A receita será a mesma que Pulse e Nivus seguiram em relação a Argo e Polo: capô mais alto, tampa do porta-malas exclusiva, grade, faróis e lanternas redesenhados, e mudanças pontuais nos para-lamas e vincos das portas laterais.
Se assim será, e se a própria Renault resolveu não atualizar a família Sandero, Logan e Stepway para uma nova geração no mercado brasileiro, então por que não chamar o projeto HJF de novo Stepway ou Sandero Stepway?
O motivo é a depreciação desses três nomes. Fontes consultadas pela Mobiauto afirmam que, de acordo com estudos internos ds fabricante, trabalhar um nome novo (e inédito) pode ajudar a "agregar mais valor" ao produto do que se ele chamasse, por exemplo, Stepway.
Qual esse novo nome é ainda o grande mistério. Até o ressuscitamento de Clio chegou a ser aventado, segundo nossas apurações, mas essa possibilidade esfriou nos últimos tempos, conforme nossos informantes. Veja mais sobre o Renault HJF em mais um vídeo do quadro O Que Vem Pra Pista:
Como será o HJF
Conforme revelado pela patente vazada na Europa, o Renault HJF terá o mesmo de Sandero e Sandero Stepway vendidos no Velho Continente. No entanto, os agregados da lataria serão distintos. Por exemplo, o capô é totalmente distinto, sendo mais alto para passar a sensação de SUV (visto que o Sandero Stepway é um hatch aventureiro).
Na dianteira, temos a iluminação dividida em três níveis, sendo as luzes de condução diurna posicionadas na linha superior da grade frontal, os faróis no para-choque, à lá Kwid, e os faróis neblinas mais abaixo. Já os retrovisores externos incorporam repetidores de seta, inexistentes no irmão europeu.
A única parte similar à que vemos nos primos europeus é a tomada de ar frontal, que terá o radar das assistências de condução e/ou segurança centralizadas na peça. Item importante, já que baterá de frente com o Nivus, que oferece frenagem automática de emergência e controle de cruzeiro adaptativo (ACC) como principais itens tecnológicos, e será um diferencial contra o Pulse.
Na lateral, as portas têm o mesmo formato das que vemos no Sandero europeu, mas a folhagem muda, com novos vincos. Aliás, os para-lamas do HJF também parecem menos abaulados que os do Dacia Sandero Stepway. Já as molduras de plástico que contornam toda a carroceria e as barras longitudinais de teto parecem idênticas às do irmão Dacia.
O balanço traseiro também será diferente. As lanternas terão formato de C, de acordo com a atual identidade visual da Renault, invadem a tampa do porta-malas e devem ter iluminação em LED. Já o para-choque terá desenho mais robusto, sendo semelhante apenas no posicionamento da placa e no acabamento em plástico preto.
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A patente sugere que o HJF será comercializado com opção de pintura tipo saia e blusa, nova moda entre carros no Brasil. As rodas grandes e a pintura em duas cores chamam atenção e apontam que essa deve ser uma configuração mais completa do SUV, que mesmo assim terá freios traseiros a tambor e suspensão traseira tipo eixo de torção.
Vale lembrar que o Dacia Sandero Stepway de terceira geração possui 4.099 mm de comprimento, 1.848 mm de largura, 1.587 mm de altura, 2.604 mm de entre-eixos, 328 litros de porta-malas e 1.100 kg de peso em ordem de marcha.
O HJF deve manter idênticos ou muito próximos boa parte desses números. Dessa forma, contaria com o maior entre-eixos da categoria, embora com um porta-malas relativamente pequeno em relação ao Nivus.
Sob o capô, o HJF será o responsável pela estreia do motor 1.0 TCe turboflex com três cilindros, 12 válvulas e injeção direta de combustível. Renderá pelo menos 120 cv de potência com etanol e cerca de 20 kgfm de torque. O câmbio será CVT com simulação de marchas. Resta saber se as versões de entrada trarão o 1.6 SCe naturalmente aspirado. Tudo indica que não.
Vale observar que os compactos da plataforma CMF-B, como o Clio de quinta geração, permitem a aplicação do propulsor 1.3 TCe de 162/170 cv e 27,5 kgfm usado por Duster, Captur e Oroch. Quem sabe isso não possibilite a criação de uma versão esportiva para rivalizar com o Pulse Abarth.
Resta, ainda, saber se haverá espaço para o 1.6 SCe naturalmente aspirado flex nas versões de entrada do modelo, como forma de concorrer com o Pulse 1.3 Firefly. A produção do HJF será em São José dos Pinhais (PR). Os primeiros protótipos com carroceria definitiva saem do forno já no segundo semestre de 2023. A fabricação em série está prevista para o começo de 2024.
Imagem de abertura: projeção Kleber Silva / @kdesignag
Jornalista Automotivo