Carreira de Leclerc na Ferrari já virou comédia dramática hollywoodiana

Ferrari começa 2023 revivendo os mesmos erros de sempre e atormentando Charles Leclerc
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06.03.2023 às 13:25 • Atualizado em 29.05.2024
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Ferrari começa 2023 revivendo os mesmos erros de sempre e atormentando Charles Leclerc

Lá pelos idos dos anos 500 A.C, certa vez, um homem, que atendia pelo nome pouco carismático de Heráclito de Éfeso, afirmou categoricamente que era impossível para qualquer indivíduo entrar num mesmo rio duas vezes: “Ninguém entra em um mesmo rio uma segunda vez, pois quando isso acontece já não se é o mesmo, assim como as águas que já são outras”, dizia o filósofo.

Mas afinal, o que ele quis dizer com isso? Apesar do autor falar grego, literalmente, seu pensamento não é muito complexo. O que ele quis dizer é que assim como um rio está em constante movimento e renovação, da mesma forma acontece como acontece com a vida e com nós seres viventes. 

Até que faz bastante sentido. O único problema do nosso caro Heráclito, foi não ter vivido o suficiente para acompanhar as desventuras da Scuderia Ferrari na Fórmula 1. Que diga-se de passagem refuta sem dó até as mais antigas sabedorias gregas. 

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A Ferrari começou a temporada de 2023 entrando no exato mesmo rio que ela já frequenta há mais de 15 anos. O abandono de Charles Leclerc no GP do Bahrein, logo na prova de abertura do calendário da maior categoria de automobilismo do mundo, é mais uma prova de que ainda falta muito para a equipe vermelha voltar aos seus dias de glória.

Leclerc estava na volta 41 de 57, e se mantinha firme no terceiro lugar até que teve que abandonar o GP por problemas técnicos no carro. 

Corrida após corrida, os mesmos erros se repetem — e sempre com as pessoas com as quais menos eles deveriam acontecer. É motor pegando fogo, bateria acabando, acelerador emperrando, pit stop errado, estratégia equivocada… Uma variedade tão extensa de erros capaz de causar inveja até nos mais criativos roteiristas de Hollywood.

E por falar em Hollywood, se não é exagero dizer que a Ferrari desafia a filosofia grega, também não é exagero dizer que Leclerc vive uma carreira digna de filme.

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Um belo protagonista que, não importa o que faça, revive todo dia as mesmas batalhas em um ciclo viciante. Isso poderia ser facilmente a sinopse da aventura de Tom Cruise em “No limite do amanhã”, filme de 2014. Mas no final das contas, é apenas uma descrição precisa sobre o que o piloto monegasco é obrigado a passar na equipe italiana.

Agora nós sabemos o que você deve estar pensando: “A vida realmente imita a arte”. Só que, em Hollywood, Tom Cruise geralmente tem o seu final feliz. Coisa que não vemos acontecer tão cedo no horizonte de Charles Leclerc e da Ferrari dentro da Fórmula 1.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Caio Diniz é relações públicas e ama todo tipo de esporte. É host do podcast Cronômetro Zerado, espaço no qual aborda a Fórmula 1 sempre de maneira leve e bem humorada.

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