McLaren deixa de assustar na F1 e vira maior “mãe” de grid da competição
O Dia das Mães é sempre uma data muito marcante no calendário. Elas são vistas, de maneira geral, como aquelas que cuidam e carregam um amor sem fim pelo próximo.
Por esses motivos, a palavra mãe virou basicamente um sinônimo de complacência para os populares na internet.
No esporte, por exemplo, essa expressão é muito comum nos papos de bar sobre futebol. Quem nunca ouviu um amigo reclamar que “a defesa do Corinthians é uma mãe”? Está definitivamente na boca do povo.
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E essa presença materna não se encontra apenas no Brasileirão. Na Fórmula 1 as “mães” também estão à solta no grid.
Se amor de mãe não tem fim, não seria exagero assumir que a Alpine faz esse papel. Não satisfeitos em entregar Fernando Alonso, um dos melhores e mais experientes pilotos do grid, para a Aston Martin (e ser ultrapassada por ela no campeonato de construtores), os franceses também deram de bandeja para a McLaren Oscar Piastri, o maior prospecto da categoria em algum tempo.
É tanta generosidade que até faz a Fórmula 1 parecer um trabalho em grupo e não uma competição.
Mas a McLaren, que recebeu um dos presentes da Alpine, também não está muito longe de ser uma mãe no grid. Aliás, tirando a Ferrari que é tema para outro dia, ela talvez seja a equipe mais “amiga” dos seus adversários.
Apenas para recapitular aos que não se lembram (ou não eram vivos ainda), a equipe laranja teve seus grandes momentos com Prost e Senna no final da década de 80, ganhou um campeonato com Hamilton em 2008 (sim, AQUELE campeonato) e depois viveu de uma série de altos e baixos — muito mais baixos, por sinal.
De 2008 até hoje, porém, muita água correu debaixo da ponte e, ao contrário do que um dia afirmou Eurico Miranda, o respeito acabou. De condenação por espionagem a carro que desmontava sozinho nos testes de pré-temporada, a McLaren passou por muita coisa e deixou de assustar na briga por corridas e até pódios.
Quando a chave parecia ter virado a partir do sucesso da dupla Lando Norris e Carlos Sainz em 2019, a história voltou a ser negativa.
Tal qual um simpático golfinho, a McLaren subiu, fez sua graça com aquela memorável dobradinha no GP de Monza de 2021, e voltou à sua queda livre habitual.
Hoje, quase dois anos depois da impecável atuação de Daniel Ricciardo que garantiu aquela vitória, a equipe se encontra batalhando no meio do pelotão, se vendo muitas vezes perdida entre carros da Haas e da Williams, algo que nunca é um bom sinal.
Longe dos seus dias de glória, os papayas, como são conhecidos, caíram de terceira força do grid para sexta equipe do campeonato.
A verdade é que, nos últimos anos, a McLaren sempre surpreendeu negativamente e entregou carros abaixo da crítica para os seus pilotos — o que está fazendo dela uma máquina de moer talentos.
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Fernando Alonso, Jenson Button, Daniel Ricciardo… a lista de pilotos vencedores “aposentados” recentemente pela McLaren é extensa e não para de crescer.
A entrada no novo regulamento de 2022 foi catastrófica e os torcedores seguem se apegando a atualizações que nunca chegam ou, quando chegam, não resolvem.
É bom ficarem de olho, porque Lando e Piastri têm muito talento e, consequentemente, muitas pessoas de olho. Se esse carro mclarista não demonstrar nenhum pingo de competitividade a curto e médio prazo, pode ser que esses dois jovens sejam para outras equipes os próximos “presentes maternos” da Fórmula 1.
Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.
Caio Diniz é relações públicas e ama todo tipo de esporte. É host do podcast Cronômetro Zerado, espaço no qual aborda a Fórmula 1 sempre de maneira leve e bem humorada.
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