Como a Lego ajudou a revolucionar os veículos híbridos da Renault

O projeto transformou a transmissão de híbridos da marca a partir de peças de brinquedo
Vinicius Moreira
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19.02.2024 às 20:26 • Atualizado em 12.11.2024
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O projeto transformou a transmissão de híbridos da marca a partir de peças de brinquedo

O que você costuma fazer com peças da Lego? A pergunta é óbvia, montar o objeto pretendido da figura na caixa, certo? Então, um engenheiro da Renault foi além e usou as peças durante um Natal com a família para criar uma caixa de câmbio híbrida para a fabricante francesa.

O engenheiro Nicolas Fremau não só criou uma caixa de câmbio para híbridos, como também encontrou a fórmula mágica entre custo e benefício, pois seu projeto era viável do ponto de vista financeiro. 

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De quebra, Fremau colocou a Renault no jogo com peças que se encaixavam em motores ICE com tração dianteira transversal. O engenheiro ainda criou uma caixa de velocidades com baixo atrito, capaz de elevar a eficiência do projeto.

Revolução na Renault

A caixa de velocidades convencional foi substituída por um segundo motor de arranque elétrico, capaz de ajustar as velocidades e encaixar as engrenagens. A tática usada para eliminar a embreagem de partida foi utilizar um motor elétrico que colocaria o carro em movimento. Assim, o motor a combustão entraria em funcionamento somente em velocidades superiores

O projeto apresentado pelo engenheiro provou ser 20% mais efetivo que os outros sistemas de propulsão convencionais. Tudo isso aconteceu há 10 anos, mas o feito de Nicolas continua atual.

Graças ao desenvolvimento do projeto que começou com peças de Lego, atualmente a Renault tem uma família de motorizações híbridas sem embreagem, a qual é chamada de E-Tech Hybrid, que foi lançada em 2020.

Como é o sistema?

Primeiro, o E-Tech Hybrid está posicionado onde estaria uma embreagem convencional de um motor comum. O gerador de arranque é acionado por uma engrenagem, a qual dá a partida no motor a gasolina e ainda ajuda a regenerar a energia da bateria híbrida. Outro ponto importante do sistema é que mesmo em velocidades acima dos 100 km/h é possível impulsionar o carro com o propulsor elétrico.

A primeira geração do sistema foi lançada há três anos e rendia 144 cv de potência associada a um motor aspirado a gasolina de 1.6 litros e uma bateira de 40 kw. Esse conjunto equipa as versões híbridas do Renault Clio, Captur, Arkana e Dacia Jogger.

Já a segunda geração produz 198 cv de potência, com um motor de três cilindros 1.2 litros. Esse sistema equipa o Renault Austral e deve fazer parte de outros modelos como o Rafale, um SUV médio.

Somente o projeto E-Tech Hybrid obteve 150 patentes e, de acordo com a Renault, os carros equipados com a tecnologia E-Tech Hybrid usam energia elétrica 80% do tempo. A previsão da montadora é que o sistema híbrido ainda tenha uns 12 anos de uso na Europa e até mais em outras partes do mundo.

Por aqui, a tecnologia ainda não desembarcou. No Brasil, a Renault tem o Kwid E-Tech, Megane e Kangoo, como veículos elétricos. Híbridos ainda não são uma realidade no país, mas está nos planos da marca para osfuturos lançamentos


 

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