Toyota testa motor capaz de despoluir o ambiente e ser neutro em carbono
Já pensou em um motor a combustão que não emite poluentes e ainda é capaz de despoluir o ar? Difícil de acreditar, mas a Toyota já testa esse tipo de tecnologia no seu esportivo GR Corolla.
O caminho apontado por muitos para despoluir a indústria automotiva é a eletrificação, ou seja, o uso de motores elétricos em vez de propulsores a combustão. Nesse caminho, muitas montadoras já anunciaram que só vão produzir carros elétricos em breve. No sentido um pouco diferente, a Toyota entende que propulsores a energia elétrica não são o único destino.
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De acordo com a Automotive News, a montadora já trabalha com motor movido a hidrogênio, capaz de não emitir o temido dióxido de carbono na atmosfera, como também atuar como um sugador de poluentes. Isso mesmo, uma espécie de filtro do ar.
Eleita pelo quarto ano consecutivo a montadora que mais vende no mundo, a Toyota iniciou os testes da tecnologia ano passado em um modelo GR Corolla da equipe Toyota Rookie Racing em uma corrida no Japão.
Durante o percurso, o motor a hidrogênio deixou apenas alguns vestígios de dióxido de carbono, o que o torna praticamente neutro em carbono. Ao rodar com o motor, um dispositivo remove os gases de efeito estufa da atmosfera.
“Este tipo de tecnologia que captura o dióxido de carbono na atmosfera está avançando rapidamente na indústria de infraestrutura”, disse Naoaki Ito à Automotive News, gerente geral do projeto de desenvolvimento de veículos GR.
“Mas, até onde sabemos, a Toyota é a primeira empresa a testar esta tecnologia num veículo”, completou o executivo.
Como funciona um motor a combustão de hidrogênio?
Assim como os motores movidos a gasolina e etanol, o hidrogênio também passa por processo semelhante de explosão. O composto é armazenado em tanques de alta pressão, como em reservatórios de gás natural. O hidrogênio entra em contato com ar e uma vela de ignição produz a faísca. Pronto, a combustão acontece.
Como esse motor a hidrogênio filtra os poluentes?
O sistema é formado por dois filtros circulares. Eles absorvem o dióxido de carbono do ar em um recipiente, que retém o composto e armazena os poluentes.
Vale ressaltar que a tecnologia não exige mais do trem de força para funcionar. Os próprios filtros são responsáveis por limpar o carbono da atmosfera. Dessa forma, o calor do motor já libera o carbono dos filtros para um líquido. Por lá, o carbono é direcionado a uma solução de alquilamina, que poderá ser retirada posteriormente.
O mais interessante é que esse tipo de sistema pode equipar motores movidos a gasolina também. Só que precisam evoluir…
Nem tudo é festa
Dado a complexidade do sistema, a sua comercialização também não é tão simples.
“A quantidade de dióxido de carbono recuperada é pequena em comparação à quantidade de dióxido de carbono gerado no mundo”, admitiu Ito.
“Ainda é muito cedo no desenvolvimento desta tecnologia de captura de dióxido de carbono, mas estamos utilizando o automobilismo para acelerar o desenvolvimento”, concluiu.
Nos testes feitos durante uma corrida no Japão, a Toyota afirma que a quantidade de dióxido de carbono coletada pelo sistema ainda não é satisfatória perto do quanto carros com propulsores a combustão emitem. Outro problema é que os filtros precisavam ser trocados manualmente a cada parada. Portanto, pensando no funcionamento padrão do carro no dia a dia, isso se tornaria inviável. A montadora também não divulgou informações de capacidade do trem de força.
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Repórter
Encontrou no jornalismo uma forma de aplicar o que mais gosta de fazer: aprender. Passou por Alesp, Band e IstoÉ, e hoje na Mobiauto escreve sobre carros, que é uma grande paixão. Como todo brasileiro, ainda dedica parte do tempo em samba e futebol.