Como é a placa de carro do futuro que promete acabar com fraudes

A tecnologia já está sendo produzida e testada, e visa promover uma revolução no monitoramento de trânsito nas cidades
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07.03.2024 às 10:46 • Atualizado em 12.11.2024
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A tecnologia já está sendo produzida e testada, e visa promover uma revolução no monitoramento de trânsito nas cidades

Que os carros estão se tornando cada vez mais tecnológicos todos sabemos, mas isso vale até para as placas que eles usam? Aparentemente sim, uma vez que fabricantes de placas, como a alemã TÖNNJES, estão trabalhando para desenvolver um sistema de identificação eletrônica que armazenará e dará acesso a certos dados do veículo.

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As ditas E-plates já estão em período de testes nos EUA e tem como base a tecnologia RFID (identificação por radiofrequência), a qual permite a identificação imediata do carro no qual a placa está presente. Sua montagem é feita a partir de um chip de computador, baterias e um sistema sem fio de comunicação.

O processo de identificação é feito em carros, motos e caminhões, e acontece a partir de leitores autorizados ANPR (reconhecimento automático de matrículas), diferentemente do método comumente adotado de olho nu ou câmera.

 

As suas aplicações visam primariamente verificações de segurança, ou seja, de veículos roubados ou que não deveriam estar em circulação. Além da fácil identificação, essa tecnologia traz outros benefícios como a fácil instalação e a dificuldade de clonagem e remoção.

Quanto ao seu custo, ele ainda é considerado alto, sendo de $ 700 (R$ 3.483) para a compra inicial, mais uma taxa mensal de $ 7 (R$ 34), para seu registro e manutenção.

Há necessidade?

Jochen Betz, o diretor geral da TÖNNJES, explica qual é a importância da aplicação das E-Plates. Em suas palavras: “A população global está crescendo continuamente. Não são apenas as megacidades com mais de dez milhões de habitantes que precisam de se preocupar com soluções alternativas para lidar com a gestão de tráfego moderna e complexa.”

Tomemos como exemplo Shenzhen, a cidade de maior densidade de automóvel da China, cerca de 500 por quilômetro. O trânsito se torna quase inviável, e assim a cidade vem trabalhando cada vez mais em sistemas tecnológicos de gestão de tráfego.

A busca por esse tipo de tecnologia é uma tendência global, e as E-Plates parecem ser parte da resposta, prometendo revolucionar a gestão de trânsito feita nas cidades.

Ressalvas e preocupações

Apesar de todas as inovações e melhorias prometidas, as E-Plates ainda trazem consigo algumas ressalvas. Fora seu preço já comentado de R$ 3.483, muito acima do normal quando comparado aos R$ 138,24 da placa Mercosul usada atualmente no Brasil, existem outras preocupações.

Muitas pessoas já expressaram suas preocupações quanto à segurança cibernética dessas placas. Será que hackers poderiam acessar as placas digitais do seu carro, e assim ter acesso a localização em tempo real e outras informações pessoais do motorista?

Também existem medos em relação à extensão do controle que o chip, e por conseguinte as fabricantes, detém sobre o carro. Alegações de que a tecnologia pode acabar com o sistema operacional do carro e pará-lo no meio das vias provocam medo nos consumidores.

 

Seguindo essa linha de pensamento, os motoristas ficam a mercê da boa vontade das empresas detentoras dos chips, caso não realizem um pagamento ou possuam algum tipo de defeito no carro.

No quesito da privacidade, não se sabe qual é a medida do acesso das informações contidas nas placas. Uma vez que espera-se que todos os ramos do governo tenham acesso aos documentos e localização do motorista, fornecidas pelo chip.

São preocupações válidas e que devem ser trazidas, mas até lá ainda há tempo para que discussões de termos e condições sejam feitas nesse sentido.

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