Fernando Alonso: chegou a grande chance que o bicampeão esperava
Muitas são as formas de se adquirir conhecimento nessa vida. Eu particularmente, apesar de não negar a importância de um bom livro, sou um entusiasta também de outras formas de cultura.
Uma boa música, por exemplo, às vezes diz mais sobre a nossa vida em apenas três minutos, do que algumas centenas de páginas são capazes. Sinceramente, não sei se Fernando Alonso prefere ouvir músicas ou ler livros, mas o fato é que talvez ele devesse dar uma olhada na vida e obra do Grupo Revelação.
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Não porque ele é uma revelação da atual temporada, até porque o espanhol corre há tantos anos que certamente é figura carimbada na sala das casas dos fãs de Fórmula 1 — tendo possivelmente comparecido a mais almoços de domingo, por meio da TV, do que muitos pais ausentes por aí.
O real motivo é que Alonso, se olhar para a sua trajetória recente, vai perceber que tudo “Tá Escrito”. Ele na vida encontrou o dissabor de correr tantos anos em equipes que esconderam seu enorme talento em pilotar carros de corrida.
Mas, assim como canta Xande de Pilares, o bicampeão mundial soube esperar sua hora. A felicidade de Alonso demorou a chegar, mas ele sabia que não podia deixar de sonhar.
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Fez o movimento mais ousado da janela de transferências e decidiu ocupar o lugar vago de Vettel para finalmente voltar a ter em mãos um carro competitivo que há tantos anos não tinha.
Em apenas uma corrida deu para perceber que a Aston Martin furou a fila e veio para ficar em 2023 no pelotão da frente. Disputa de título ainda não é realidade, porém é bom ficar de olho para os próximos anos: a equipe parece ter dinheiro interminável e talento dentro do carro — coisas que costumam ser suficientes na Fórmula 1.
Conhecido pelo seu perfil beligerante, o experiente piloto espanhol hoje apresenta uma versão mais “Fernandinho paz e amor”, muito diferente daquele que teve conflitos memoráveis com Hamilton em 2007. Ele finalmente parece ter entendido a mensagem da música que norteou essa coluna e está plantando a semente do amor por aí.
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A verdade é que Fernando Alonso ergueu a cabeça, meteu o pé nos franceses e foi na fé para o seu novo carro verde. Mandou embora a tristeza de pilotar na Alpine, acreditou que um novo dia ia raiar e aparentemente sua hora de fato vai chegar. De novo.
Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.
Caio Diniz é relações públicas e ama todo tipo de esporte. É host do podcast Cronômetro Zerado, espaço no qual aborda a Fórmula 1 sempre de maneira leve e bem humorada.
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