Fiat Palio 1.6 16v era o terror do VW Gol AP na década de 1990

Hatch contava com motor 1.6 aspirado girador e interior caprichado
LA
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14.08.2024 às 22:18 • Atualizado em 12.11.2024
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Hatch contava com motor 1.6 aspirado girador e interior caprichado

Lançado em abril de 1996, o Fiat Palio causou alvoroço por suas linhas modernas. Era um projeto novo, reconhecido como 178, e tinha foco em qualidade de construção. Apesar de centralizado na Itália, o modelo teve seu desenvolvimento como ponto de partida no Brasil, e convenhamos, nós entendemos bem de carros resistentes.

Com 3,68 metros de comprimento e 1,61 m de largura, o Palio era 4 cm maior que o Uno, e oferecia 1 cm a mais de entre-eixos. Sua dianteira era apoiada em um sub-chassis, para isolar vibrações, e sua geometria foi elaborada para garantir o máximo de tração e aderência nas curvas. Sua suspensão macia não tirava sua boa estabilidade, típica dos Fiats de Betim, e garantia conforto ao rodar, sem contar que a distribuição de espaço acomodava muito bem motoristas com 1,90 m, e seu para-brisas afastado ampliava a sensação de espaço. Sua posição de dirigir não era tão alta como os demais modelos da marca, e isso foi um ponto bastante positivo.

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Seu câmbio macio, inédito em Fiats desta categoria, era acionado por cabos, que absorviam os impactos e eventuais imprecisões ante o sistema convencional de hastes metálicas. De tão eficiente, é o sistema de trambulador encontrado nos atuais Fiat Mobi, Argo, Cronos, Strada e Fiorino.

Concorrente direto do VW Gol G2 (bolinha), Chevrolet Corsa e Ford Fiesta, o Palio chegou nas versões EL (motor Fiasa 1.5 mpi 8v) e 1.6 16v (motor Torque 1.6 16v fabricado inicialmente na Itália). Vale dizer que todas as variantes contavam com 3 ou 5 portas, sempre com injeção mpi (multiponto).

A versão 1.6 16v Torque era a topo de linha. Com injeção eletrônica multiponto, impressionava com seus 106 cv a 5.750 rpm (3 cv a mais que a versão Italiana) e 15,1 kgfm de torque a 4.500 rpm, capaz de levar o moderno Fiat de 0 a 100 km/h em 11,01 segundos e a 182,5 km/h de velocidade máxima. Econômico em todos os sentidos, rodava em média 10 km/l de gasolina na cidade e até 15,6 km/l na estrada, enquanto suas manutenções eram a cada 20.000 km.

Como itens de série, trazia direção hidráulica, vidros dianteiros elétricos, vidros verdes, travas elétricas desembaçador e limpador do vidro traseiro, retrovisores com regulagem interna manual, abertura interna do porta-malas, banco traseiro rebatível, barras de proteção nas portas, cintos de segurança dianteiros com regulagem de altura, cintos de segurança traseiros de 3 pontos, conta-giros, espelho de cortesia, Fiat Code (alarme antifurto na chave, com código), luz interna com temporizador para porta aberta, pré-disposição para rádio e relógio digital, além e para-choques, retrovisores, maçanetas e spoilers na cor do veículo

Como opcionais, a lista era extensa: ar-condicionado, airbag para o motorista, airbag duplo, cintos dianteiros com pré-tensionador, freios ABS, volante com regulagem de altura, retrovisores externos com regulagem elétrica, alarme com comando a distância, apoios de cabeça para o banco traseiro, banco do motorista com regulagem lombar, banco traseiro bipartido, bancos forrados em veludo, cintos de segurança traseiros retráteis, faróis de neblina, rádio toca-fitas integrado ao painel com comando para CD Charger integrado no porta-malas, rodas de liga-leve aro 13, pintura metálica, teto solar manual, 4 portas e cadeirinha para criança.

A 100 km/h, seu motor girava a 3.000 rpm, considerado um giro alto para os padrões de hoje, mas deixava o motor Torque com disposição para ganhar velocidade rapidamente. Seu painel era bem harmônico, com mostradores em fundo branco e iluminação indireta verde de bom gosto.

Sua ergonomia era bastante elogiada, com os comandos sempre à mão, e a posição no banco traseiro era melhor se comparado ao Uno graças ao ângulo de quase 90° do assento, fazendo com que as pessoas se acomodassem com as costas retas, o que acabava por puxar o corpo para trás e mantinha os joelhos distantes do encosto do banco da frente. Acredite, era confortável em viagens longas. Seu porta-malas era um pouco menor que o do Uno, com 205 litros (ante 244), mas quando optado o banco bipartido na configuração em 1/3 e 2/3, este problema era sanado.

Custando R$ 18.000 em abril de 1996 na versão básica, ou R$ 96.764,72 em valores de hoje de acordo com o índice INPC/IBGE, o modelo era caro, e para não ficar fora da novidade, o consumidor podia levar para cada a versão EL 1.5. Em julho chegava as versões ED e EDX, ambas com motor 1.0, e o Palio logo incomodaria os mais vendidos do Brasil e disputaria ao longo dos anos a primeira posição com o então campeão de vendas VW Gol, tirando seu posto em 2014.

Com uma história longa e muitas versões, o Palio representou, junto com seus rivais, uma história riquíssima da rivalidade em busca da preferência do consumidor nos anos 1990. Sobre a rixa com o VW Gol e as demais versões falaremos mais para frente, mas afirmo que, passar com Palio 1.6 16v com o teto solar aberto na rua, era sensacional!

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em comunicação e MKT e vive o jornalismo desde a adolescência.  Atua como BPO, e há 20 anos, ajuda pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. Tem por missão levar a informação de forma simples e didática. É criador do canal Autos Originais e colaborador em outras mídias de comunicação.

https://www.instagram.com/autosoriginais

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