Ford Fiesta Sport foi série limitada com gostinho de europeu

Modelo foi limitado a 1.000 unidades em três versões com acabamento mais refinado
LA
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31.10.2024 às 01:15 • Atualizado em 27.11.2024
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Modelo foi limitado a 1.000 unidades em três versões com acabamento mais refinado

Lançado no exterior em 1976, o Ford Fiesta é um sucesso pelo mundo todo, bastante elogiado por sua dirigibilidade, espaço interno e eficiência. No Brasil, desembarcou ainda importado em 1995, em sua terceira geração, e a partir de 1996, passou a ser fabricado no país, em sua quarta geração

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O modelo aposentava o Ford Escort Hobby, e era a resposta da marca aos concorrentes GM Corsa, VW Gol geração 2, Fiat Palio, fora os importados que transitavam no início do plano real, graças ao Dólar pareado com o Real.

 

Chegou com os motores Endura 1.0 EFI de 53 cavalos a 5250 rpm e 7,55 kgfm de torque a 4000 rpm , Endura 1.3 EFI de 60 cv a 5000rpm e 10,4 kgfm de toque a 3500 rpm e Zetec-SE 1.4 16V EFI de 89 cv a 5600 rpm e 12,5 kgfm de torque a 4500 rpm. Seu design esbanjava modernidade, com linhas simples, fluídas e em compasso com os modelos “redondinhos” da segunda metade dos anos 90.

 

Sempre um pouco mais caro que seus concorrentes, não era um modelo de larga escala, o que se traduzia em um compacto com um certo status de carro um pouco mais bem acabado, mesmo estando enquadrado no segmento de populares. O modelo agradava o público que queria um carro compacto, silencioso e confortável.

Com a chegada do irmão de plataforma Ford Ka, em meados de 1997, o Ford Fiesta foi reposicionado, e passou a ser a opção de carro familiar-popular, quando o cliente escolhia um Ford. Para viagens, as versões 1.0 e 1.3 desagradavam no desempenho, no qual os motores Endura faziam muita força para manter velocidades mais altas. Até mesmo um Fiat Uno Mille, fosse i.e, EP ou SX tinham desempenho melhor, graças à relação peso potência e bom aproveitamento de seu motor Fiasa de 58 cv.  O 1.4 16V era melhor, mas pecava por sua manutenção mais cara, graças ao motor de concepção em boa parte em alumínio.

 

Em 1998 surgia a série especial Class, derivada da versão Popular, oferecida no começo exclusivamente na versão de 3 portas e com direção hidráulica de série. Em todas as versões, o Airbag passava a ser opcional. Na linha 1999, as versões com motor 1.3 EFI eram descontinuadas, dando lugar à versão 1.0 Class, que passava a ser versão de série, agora disponível também com 5 portas.

Para o ano 2000, a Ford revitalizou o modelo, apresentando seu primeiro facelift, e nova motorização. Saiam de linha os motores Endura-E e Zetec-SE, dando lugar aos novos Zetec RoCam 1.0 de 65 cv a 6000  rpm e 8,9 kgfm de torque a 3250 rpm e 1.6L de 95  cv a 5500rpm e 14,1 kgfm de torque a 2250 rpm. Esse motor era tão bem acertado que suas médias de consumo de gasolina eram similares à versão 1.0 e a versão mais fraca era bem econômica.

 

As versões de acabamento eram renomeadas, sendo a GL (básica), GL Class (intermediária), ambas com motor 1.0L, e a GLX (mais luxuosa), com motor 1.6. Ainda em 2000, em julho, foi oferecida a série especial Sport.

Limitada a 1000 unidades na cor Vermelho Flórida, o modelo, sempre com 5 portas, trazia em sua identificação externa, um body kit idêntico ao do Fiesta Zetec-S europeu, formado por para-choques, saias laterais e aerofólio funcional na traseira, além de uma controversa grade com tela cromada e o revestimento do para-choque, em plástico preto, na sua parte superior. Além disso, o perfil esportivo era realçado com belas rodas aro 14 diamantadas calçadas com pneus 175/65, volante esportivo, retrovisores e maçanetas na cor da carroceria, spoiler traseiro com Break-Light e ponteira de escapamento cromada em formato oval.

 

Havia ainda, na lateral, a identificação “Sport”, estilizada, pintada em preto e aplicada na parte traseira do estribo da carroceria, e a identificação da versão Sport na traseira, acompanhada pela logotipia de sua versão base. As 800 unidades com motor 1.0 eram baseadas na versão GL, identificadas como GL Sport, e as 200 unidades com motor 1.6 eram baseadas na versão GLX, identificadas como GLX Sport.

Internamente o modelo trazia novo volante com empunhadura esportiva (diferente das demais versões), ponteiros do velocímetro em vermelho, moldura prata em torno do velocímetro/difusores/rádio, tecidos dos revestimentos internos em padrão exclusivo e cintos de segurança na cor cinza-chumbo.

Como itens de série, a versão Sport GL tinha direção hidráulica, para-brisas degrade, vidros verdes, vidros elétricos dianteiros, travas elétricas, retrovisores com controle interno, aquecimento, conta-giros, faróis de neblina, limpador/desembaçador traseiro, repetidores laterais de direção, Break-light, pré-instalação para som com 2 alto-falantes, banco traseiro bipartido na proporção 60/40, antena e aquecimento. Seu único opcional era o ar-condicionado. A versão Sport GLX não tinha opcionais, onde o ar-condicionado também era de série.

 

O Fiesta era elogiado por sua dirigibilidade graças à tecnologia de NVH (Noise Vibration and Harshness – Ruído, Vibração e Aspereza) criada pela Ford, trazia nada mais nada menos que um Sub-chassi, que isola a carroceria das oscilações naturais do sistema de suspensão e direção, provocadas pelas irregularidades do piso, e as versões Sport gozavam de excelente dirigibilidade.

 

A versão Sport GL custava 0km R$ 20.378,00, equivalente hoje a R$ 88.249,70, e a versão Sport GLX custava R$ 26.849,00, ou R$ 116.444,67, corrigidos pelo índice INPC/IBGE.

 

Achar uma unidade Sport GL em bom estado não é uma tarefa muito difícil, pois muitos de seus proprietários conservaram seus veículos. O mesmo não pode ser dito das unidades Sport GLX, mais raras, não só pela baixa tiragem, mas também pelos abusos de seus proprietários graças a seu arisco motor Zetec 1.6 de 95 cv. Quem teve ou ao menos dirigiu uma unidade, sente saudades.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

"Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em comunicação e MKT e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua como Consultor Organizacional na FS-França Serviços, e há 21 anos, também como consultor automotivo, ajudando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. Tem por missão levar a informação de forma simples e didática. É criador do canal Autos Originais e colaborador em outras mídias de comunicação."

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