Fiat Palio Citymatic, o estranho carro meio manual, meio automático
Lançado em 1999, o Fiat Palio Citymatic trazia o sistema de embreagem automática opcional, eliminando o pedal de embreagem. Não era a última palavra em inovação, já que nos anos 60 a DKW já havia lançado um sistema parecido chamado Saxomat (com embreagem acionada por contrapesos a vácuo e com câmbio manual), mas diferente do referido sistema da DKW, a Fiat lançou um sistema bem moderno para a época. ⠀
A Fiat, muito audaciosa à época, escolheu o Palio especial 500 anos com motor 1.0 de 61cv a 6000rpm e 8,1kgfm de torque a 3000rpm para estrear o sistema. Era uma ótima opção para quem quisesse descansar o pé esquerdo no trânsito, já que a diferença de preço era de apenas R$ 738,00 (valor da época) se comparado ao Palio ELX.
Versão era baseada no Palio ELX
O Palio 500 anos vinha bem recheado. Baseado na versão ELX, trazia como itens de série direção hidráulica, vidros dianteiros elétricos, travas elétricas, rádio/toca-fitas, rodas de liga leve com pneus 175/65R14, apoio de cabeça no banco traseiro, faróis de neblina, break-light, bancos e forros de porta em veludo azul, para-choques e retrovisores na cor do veículo, cintos de segurança dianteiros com regulagem de altura, retrovisores com regulagem interna manual, banco traseiro rebatível, limpador/desembaçador do vidro traseiro, comando interno de abertura do porta-malas, vidros verdes e para-brisa degradê. Como opcionais, além do sistema de embreagem automática, o modelo oferecia ar-condicionado.
Oferecido nas cores lisas branco Banchisa e preto Vulcano, e nas metálicas azul Leader, cinza Treend e cinza Steel, o Palio 500 era identificado pela logotipia das 5 estrelas nas laterais e um adesivo no vidro traseiro. Quando tinha o opcional de câmbio com embreagem automática, trazia o logotipo no porta-malas “Palio Citymatic” ao invés do “Palio ELX”.
O manuseio do câmbio com embreagem automática era o mesmo do modelo manual, bastando tirar o pé do acelerador para efetuar a troca de marchas, e se o condutor errasse uma marcha, um alerta sonoro do tipo "bip" o avisava do erro. Já para se engatar a ré, bastava parar o carro totalmente acionar o pedal do freio. Bastante fácil de usar, e extremamente confortável, principalmente para quem não renuncia ao câmbio manual, mas pega muito trânsito no dia a dia.
Ideal pra quem queria descansar o pé esquerdo (Foto: reprodução/pistonildo.com.br)
Pai do atual sistema automatizado, o conjunto era acionado por um cabo acoplado a alavanca de transmissão, continha sensores, central eletrônica, reservatório de óleo e atuador hidráulico junto ao câmbio. Quando a alavanca era manuseada de forma a engatar uma marcha, o cabo acionava um atuador/sensor junto a embreagem do veículo, que era exatamente a mesma do modelo convencional.
Além de muitos elogios dos usuários e da mídia especializada, o carro perdia muito pouco em desempenho se comparado a versão comum. Fazia de 0 a 100km/h em 20s25, ante 18s77 da versão comum e rodava 12,38km/l com um litro de gasolina na cidade, ante 13,0km/l da versão manual. O conforto acima da média para um carro desta categoria, mas isso era insuficiente para atrair o desconfiado e resistente consumidor.
Propaganda da Fiat usava o folclórico Saci Pererê para destacar a ausência de embreagem
Logo que a versão edição especial 500 anos foi retirada do catálogo, em meados de abril de 2000, o sistema de embreagem passou a ser oferecido opcionalmente as demais versões em linha, sendo ELX, EX e Young, e com a mesma identificação Citymatic no porta-malas.
A concorrência reagiu e passou a oferecer o sistema de embreagem automática, como o GM Corsa Autoclutch. Outro que usava o sistema de embreagem automático era o Mercedes Classe A, mas este chegou antes, em 1999.
Estava nos planos da fábrica oferecer o sistema para os modelos mais potentes da família Palio, mas apesar do conforto inigualável e a praticidade, a Fiat não emplacou muitos veículos com o sistema e em meados de 2001, o opcional Citymatic saiu do catálogo da marca.
Mesmo fora de linha, os carros dotados deste sistema têm manutenção simples pois usam a mesma embreagem do modelo convencional.
Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.
Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua há 18 anos com gestão e consultoria automotiva, auxiliando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. É criador dos canais Autos Originais e Auto e Autos…
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