Jeep Commander: os detalhes que SUV herda do Compass e o que é só dele
Em destaque, a suspensão traseira do novo Commander. Imagem deixa claro que jogo é idêntico ao do Compass (Divulgação)
Depois de meses de muito mistério e informações divulgadas a conta-gotas, o Jeep Commander enfim se revelou por inteiro ao mundo nesta semana, apresentando-se como uma opção maior e mais cara no portfólio nacional da marca, com possibilidade de trafegar com até sete passageiros.
Ainda faltam confirmações pela frente, como as dimensões, as versões de acabamento (que serão duas, conforme o jornalista Jorge Moraes já revelou) e os motores (também dois, o 1.3 GSE turboflex recentemente estreado por Fiat Compass e Jeep Compass e o conhecido 2.0 MultiJet turbodiesel recalibrado, conforme a Mobiauto vem adiantando há algum tempo).
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Sem muitos invencionismos, este será o visual do novo Jeep Commander (Divulgação)
Porém, com as informações já disponíveis, mais uma boa lupa para observar detalhes que inicialmente passaram despercebidos, é possível fechar quase todo o quebra-cabeça a respeito do SUV de sete lugares que será lançado e entrará em pré-venda no próximo dia 26, mas deve chegar efetivamente às lojas em outubro.
Apesar do visual exclusivo, com dianteira própria e um balanço traseiro bem diferente, inspirado no grandalhão americano Grand Wagoneer e na próxima geração do Grand Cherokee (que ainda será lançada, mas vem sendo flagrada inclusive no Brasil), o Commander tem uma relação muito mais íntima com o Compass do que a Stellantis quer fazer parecer.
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Traseira se inspira nos americanos Grand Wagoneer e Grand Cherokee (Divulgação)
O que no Commander vem herdado do Compass
Não é só a plataforma Small Wide, usada também por Jeep Renegade e Fiat Toro, que o Commander herda do irmão menor. Quase toda a estrutura do monobloco vem do Compass, com elementares adaptações para comportar uma terceira fileira de assentos. Voltaremos a discorrer sobre isso mais adiante.
Se analisarmos a carroceria do Commander a partir das imagens reveladas nesta semana pela Stellantis, veremos que nela há muitos elementos estruturais e de estamparia idênticos aos do Compass: para-lamas dianteiros (com mudanças em detalhes nos recortes), colunas A e B e portas laterais dianteiras, por exemplo. O teto é parcialmente igual até a coluna B, onde passa a ter um caimento diferente.
Plataforma e muitos elementos do Compass estarão presentes no Commander. Consegue identificar de vista alguns deles? (Murilo Góes/Mobiauto)
Até o bocal do tanque de combustível e as caixas de roda com estilo trapezoidal são compartilhadas com o Compass, mas o SUV de sete lugares possui um entre-eixos esticado – o que significa também o uso de portas laterais traseiras maiores que as do Compass. Todavia, as molduras laterais são muito similares àquelas vistas na versão S do modelo menor.
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Mecanicamente, o Commander utilizará os mesmos motores, câmbios e suspensões do Compass. Haverá adequações, obviamente, especialmente voltadas a freios e motorização turbodiesel. Por isso, deixaremos para falar desta última parte mais à frente. Afinal, aqui estamos mencionando o que os dois utilitários esportivos têm em comum.
Motor 1.3 GSE turboflex, estreado recentemente por Compass e Toro, estará nas versões mais baratas do Commander (Murilo Góes/Mobiauto)
Nas versões de entrada, entrará em cena o recém-estreado propulsor 1.3 GSE turboflex com quatro cilindros, 16 válvulas, injeção direta e sistema MultiAir III, aliado à caixa automática de seis marchas da Aisin. Renderá 180/185 cv de potência (gasolina/etanol) e 27,5 kgfm de torque (qualquer combustível). A tração será dianteira, munida de bloqueio eletrônico de diferencial.
Já as suspensões, conforme as imagens de traseira deixam ver sutilmente, manterão a arquitetura McPherson (um braço triangular inferior) de Renegade e Compass, incluindo molas e amortecedores em peças únicas. Por conta do diâmetro maior do conjunto pneu/roda, o Commander deve alcançar uma altura do solo e total superiores às do Compass.
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Esta imagem deixa ver o braço triangular ingerior da suspensão traseira McPherson do Commander, igualzinha à do Compass (Divulgação)
O tanque de combustível de 60 litros será o mesmo de Compass e Toro a diesel. Os freios devem ser a disco nas quatro rodas, ventilados na dianteira e sólidos na traseira, porém ligeiramente redimensionados para suportar o maior peso do Commander.
Por dentro, a estrutura do painel será outro presente do Compass, incluindo volante, quadro de instrumentos 100% digital (em todas as versões) e central multimídia em tela tátil flutuante de 10,1 polegadas, itens estes idênticos aos do irmão (e que estarão, pelo menos em partes, presentes também no Renegade a partir do ano que vem).
Cabine replicará muitos itens do próprio Compass, porém com acabamento um pouco mais sofisticado (Divulgação)
Além disso, o Commander trará chip nativo para Wi-Fi e o sistema Adventure Intelligence, que inclui chamadas de emergência ao toque de um botão no console de teto, monitoramento remoto de informações do veículo e comandos de partida do motor e destravamento das portas via chave, aplicativo no celular ou Alexa (comando de voz da Amazon).
Os sistemas semiautônomos de assistência à condução já existentes nos novos Compass e Toro se farão presentes no Commander: controle de cruzeiro adaptativo, frenagem autônoma emergencial, leitura de placas de sinalização e assistente de permanência em faixa são itens garantidos, talvez com incremento de uma ou outra função inéditas.
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Cockpit com este volante, este quadro de instrumentos digital, esta régua de ar-condicionado e e esta central multimídia fluruante de 10,1" já é bem familiar entre os donos do Compass 2022 (Divulgação)
O que é exclusivo ou inédito no Commander
Para não deixar a sensação de que o Commander é na verdade um Compass esticado, a Stellantis tentou constituir o SUV de sete lugares com um design mais elegante, familiar e imponente. Até o nome da versão de topo vai mudar: Overland (a de entrada se chamará Limited, como as opções intermediárias de Compass e Renegade).
De frente, apesar de se parecer com o irmão, o Commander possui uma identidade visual própria, através de conjunto óptico, grade e para-choque exclusivos. A grade mantém as sete barras verticais características de todo Jeep, porém com estilo convexo, enquanto o capô possui recortes próprios.
Com este close, é possível ver bem os detalhes da dianteira do Commander. Jeep tentou deixá-la mais elegante que a do Compass. Conseguiu? (Divulgação)
Ao contrário do Compass, os faróis full-LED do Commander são retos na base e possuem degraus no topo, com ambas as extremidades adornadas por frisos cromados. As luzes diurnas, encravadas em dois recortes do para-choque, são integradas por outra régua cromada. Abaixo delas ficam os faróis de neblina, único elemento de iluminação com projetores.
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A traseira, obviamente, é a porção do chassi que mais muda. O caimento do teto, mais paralelo ao solo, serve para aumentar o espaço à cabeça dos ocupantes da terceira fileira, enquanto a tampa do porta-malas posicionada quase a 90 graus do chão ajuda a aumentar o volume do porta-malas, mesmo com todos os bancos eretos.
Lanternas traseiras são bipartidas, full-LED, bastante afiladas e integradas por uma destacada régua em cromo acetinado. Elas são divididas em dois andares: o de cimatraz os guias de posição e de seta; o de baixo, as luzes de freio e ré (Divulgação)
Nas laterais, as rodas ostentam desenho exclusivo e há quatro vidros em cada flanco, sendo duas vigias traseiras extremamente generosas. Todos esses detalhes remetem à primeira geração do Commander, dos anos 2000. Duas barras cromadas filiformes promovem a divisão com o teto bicolor em tom preto.
Nesta imagem podemos ver como a disposição dos vidros e da tampa do porta-malas do novo Commander têm uma singela inspiração no SUV homônimo vendido 15 anos atrás (Divulgação)
As lanternas, também de LED, são estreitas, bipartidas e divididas em dois níveis, sendo que a parte superior se integra por meio de mais frisos, desta vez em preto brilhante. Já no centro do para-choque traseiro, o filete é acetinado. E, como na versão S do Compass, o Commander terá os para-choques pintados na cor da carroceria.
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Embora a estrutura do painel seja herdada do Compass, no Commander os revestimentos são de padrão superior, incluindo faixas em couro alcântara (Divulgação)
Por dentro, como já adiantamos, a base estrutural de painel e dos bancos das duas primeiras fileiras é a mesma do Compass, porém com acabamentos exclusivos e mais nobres, usando couro marrom, faixas em alcântara e ainda mais elementos cromados. Tudo para dar à cabine um toque extra de sofisticação.
Estrutura dos bancos dianteiros e intermediário vêm do Compass, mas peças recebem elementos externos exclusivos no Commander (Divulgação)
De maneira elementar, a terceira fileira de assentos é um item inexistente no Compass e que será usado pela primeira vez entre os Jeep nacionais no Commander. O acesso será através do rebatimento do encosto lombar bipartido do banco intermediário. A Stelanttis não divulgou como ficará a capacidade do porta-malas do SUV com os lugares extras rebatidos ou não.
Acesso à terceira fileira se dá pelo rebatimento do banco do meio, que é bipartido (Divulgação)
Por fim, o motor 2.0 quatro-cilindros 16V turbodiesel, que segue aliado ao câmbio automático de nove marchas da ZF e com tração 4x4 sob demanda, com reduzida, controle de velocidade em declives, entrega prioritária às rodas dianteiras e, ao que tudo indica, 170 cv de potência e tanque de Arla 32 para conter as emissões de poluentes.
Console central exibe os comandos de Auto Hold, reduzida, bloqueio de diferencial e controle de velocidade em descida do novo Commander Overland 4x4 diesel (Divulgação)
A diferença é que, segundo o jornalista Jorge Moraes, o torque deve ser ampliado para cerca de 380 Nm ou 38,7 kgfm, ganho de 3 kgfm em relação aos 35,7 kgfm de Compass, Toro e Renegade diesel.
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Jornalista Automotivo