Kawasaki testa primeira moto movida a hidrogênio do mundo

Protótipo promete emitir água e uma quantidade muito menor de CO2 na atmosfera
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29.07.2024 às 10:48
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Protótipo promete emitir água e uma quantidade muito menor de CO2 na atmosfera

A Kawasaki realizou nesta semana o primeiro teste público da primeira moto movida a hidrogênio no mundo. Chamada provisoriamente de Ninja H2 HySE, a moto ainda é um protótipo baseado na Ninja H2 SX SE para testar a nova tecnologia de propulsão.

O teste aconteceu no circuito de Suzuka, no Japão, e, segundo a fabricante, a moto ainda está em fase inicial de desenvolvimento. Para rodar a hidrogênio, a Kawasaki realizou diversas modificações na Ninja H2 SX SE, incluindo a adição de dois cilindros para armazenar o gás na parte de trás da moto (no local onde costumam estar top box e baús laterais em motos), onde está localizado o bocal de abastecimento, conforme o vídeo do teste divulgado pela Kawasaki mostra.

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As principais vantagens de apostar no hidrogênio são o fato do elemento ser o mais abundante que existe e o de possuir uma densidade energética superior à da gasolina (ou seja, precisa de menos massa para produzir tanto ou mais energia que o combustível de origem fóssil). Além disso, seu subproduto quando queimado é apenas vapor de água (a fabricante afirma que ao colocar a mão na frente do escapamento da moto a sensação é a mesma ao sentir o vapor de um umidificador de ar). Contudo, a Kawasaki admite que a moto ainda queima uma pequena parte de óleo no processo de combustão, o que continua emitindo CO2, ainda que numa quantidade muito menor se comparado a gasolina.

A escolha da Ninja H2 SX SE como modelo para desenvolver o protótipo não foi por acaso. Como o motor dela já é dotado de um supercompressor, o quatro cilindros de 998 cm³ consegue empurrar mais ar para dentro da câmara, o que é essencial para a combustão do hidrogênio, que requer uma taxa de compressão muito maior do que a da gasolina para gerar energia. A Kawasaki ainda não divulga dados de desempenho deste motor adaptado ao hidrogênio, mas como referência, ele rende 200 cv na H2 SX.

Ou seja, além de reduzir drasticamente a contribuição de carbono e outros poluentes na atmosfera, a Ninja H2 HySE ainda mantém um comportamento similar ao de uma moto a combustão convencional, devido ao funcionamento do seu motor, já que o hidrogênio ainda produz um ciclo de quatro de tempos de combustão. É diferente, por exemplo, de um automóvel movido a célula de hidrogênio, como o Toyota Mirai, que usa o elemento para extrair energia elétrica para abastecer uma bateria, ao invés de queimá-lo junto com oxigênio, como é a proposta da Kawasaki. 

A fabricante japonesa trabalha no desenvolvimento de um motor movido a hidrogênio há pelo menos dois anos, como parte do seu objetivo de se tornar neutra na emissão de carbono até 2030. A iniciativa, inclusive, é compartilhada com as suas rivais conterrâneas Honda, Yamaha e Suzuki desde 2023, quando foi firmada a coalizão entre as marcas para desenvolver hidrogênio como alternativa para motores menores em parceria com o governo japonês.

Apesar do teste público, ainda não há uma previsão de quando a moto será lançada pela Kawasaki, uma vez que o projeto ainda está em fase inicial de testes.

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