Novo Honda Accord: o que justifica os R$ 65.000 a mais que o Civic?
Depois de um tempo ausente no mercado brasileiro, o Honda Accord retornou em sua 11ª geração com visual totalmente novo e motorização híbrida com boas evoluções, algo que detalhamos em nossa avaliação na semana passada. Mas o que acabou chamando a atenção é o preço de R$ 324.900, valor perigosamente próximo de sedans alemães.
Vale dizer, ainda, que o preço do novo Accord é exatos R$ 65.000 mais caro que o do primo menor Honda Civic, que também é híbrido e compartilha com ele muitos itens, além da plataforma. Mas a pergunta que fica é: será que o novo Accord justifica os R$ 65.000 a mais que o Civic? Vamos apontar quais são seus trunfos para cobrar isso.
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Preços
Honda Accord Advance Hybrid 2023: R$ 324.900
Honda Civic Hybrid 2023: R$ 259.900
Mais torque
Como explicamos antes, a 11ª geração do Honda Accord manteve o conjunto híbrido a gasolina formado pelo motor 2.0 aspirado de ciclo Atkinson e dois motores elétricos. A questão é que o motor 2.0 16V a gasolina passou a ter injeção direta, o que resultou em um leve ganho de potência e torque.
No Accord 2023, o motor 2.0 é 3 cv mais potente que o do Civic e rende, sozinho, 146 cv de potência e 19,2 kgfm de torque. Só que a melhora no torque veio mesmo no propulsor elétrico, que passou para 34,1 kgfm – superior aos 32,1 kgfm do irmão menor.
Head-up display
Apenas o Accord tem Head-up display, que projeta as informações no para-brisa do sedan. Esse recurso, que um dia equipava apenas aviões caça, agora é um auxílio bem-vindo para os automóveis, já que evita que o motorista desvie os olhos da estrada. No Accord, esse recurso projeta velocidade, informações de GPS e até mesmo de mídia.
Bancos com memória
Tanto o Accord quanto o Civic contam com os bancos do motorista e do passageiro com ajustes elétricos, algo mais do que necessário em suas faixas de preço. Porém, o Accord leva vantagem por contar com função memória para o do motorista, que permite gravar até duas posições. Além disso, o assento se desloca para trás ao desligar o carro ou abrir as portas, para facilitar a entrada ou saída do veículo.
Maior multimídia da Honda
A Honda equipou o novo Accord com a maior tela para um sistema multimídia em sua gama: o sedan grande ostenta um display horizontal de 12,3 polegadas – superior à tela de 9 polegadas utilizada pelo Civic.
Traz tanto uma resolução boa quanto um layout intuitivo – o que é uma grande evolução aos sistemas oferecidos antes pela marca. Tem Android Auto e Apple CarPlay sem fio e informações do sistema híbrido, função curva a curva (navegação do smartphone no painel de instrumentos), entre outros recursos.
Maiores dimensões
As fotos não justificam como o Honda Accord impressiona por suas linhas e seu porte. Estamos diante de um sedan de nada menos que 4,97 metros de comprimento e 1,86 m de largura, dimensões que o deixam maior do que um Jeep Commander, por exemplo, que tem 4,76 m e 1,85 m.
Isso nos dá uma noção de quanto ele é maior que o Civic Hybrid, que também cresceu em sua última geração. Porém, o sedan médio chega a 4,68 m e 1,80 m, respectivamente, sendo quase 30 cm mais curto e 5 cm mais estreito do que o primo.
Na distância entre eixos, temos 2.830 mm para o Accord e 2,735 mm para o Civic, 9,5 cm de vantagem para o sedan grande. Isso se traduz em um maior espaço interno na fileira traseira, embora não dá para reclamar disso no Civic. Por fim, o porta-malas do sedan grande também é superior: 574 litros contra 495 do primo menor.
Rodas aro 18
A marca japonesa optou por equipar a 11ª geração do Accord no Brasil com rodas de liga leve de 18 polegadas, calçadas com pneus 235/45. É um conjunto maior que as rodas de 17 polegadas do Civic, sem contar que são mais bonitas. No exterior, o sedan médio nipônico também tem opções de rodas de 19 polegadas, mas estas não vieram para o Brasil.
Isolamento acústico de carro premium
Rodando em velocidades de cruzeiro em rodovias, ou mesmo em situações de ultrapassagem, o novo Accord deixa muito claro que se trata de um sedan grande de padrão superior, por conta do seu baixíssimo nível de ruído na cabine.
Nesse ponto, também é superior ao Civic, apesar de o sedan médio ter este também como um ponto forte seu, mas na comparação com outros modelos de seu segmento, como Toyota Corolla e Nissan Sentra. Para isso, a Honda não economizou em materiais fonoabsorventes espessos, principalmente os que vão no assoalho.
Repórter
Entusiasta de carros desde criança, achou no jornalismo uma forma de combinar paixão e profissão. É jornalista formado pela faculdade FIAM-FAAM e atua no setor automotivo desde 2014, com passagens por Auto+, Quatro Rodas e Motor1 Brasil.