Quem mais se beneficia com o mês sem corridas da Fórmula 1
Vocês já pararam para reparar que absolutamente tudo na Fórmula 1 gira em torno especificamente da palavra “tempo”?
Passamos treinos livres, classificatórios e corridas sempre nos questionando sobre quanto tempo durou uma volta de um piloto, a quanto tempo um carro está de seu adversário, ou quanto tempo vai durar um jogo de pneus…
Não só isso. Na dúvida de como vai ser o fim de semana de corrida, a primeira coisa que nós olhamos é ela, a previsão… do tempo! Sempre ele: o tempo. O verdadeiro “compositor de destinos”, como canta Caetano Veloso numa das, possivelmente, mais ouvidas músicas da história do Brasil.
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Acontece que o tempo é sempre muito relativo na hora de compor as trajetórias das pessoas. Se, por exemplo, o seu cônjuge te pede um tempo na relação, isso provavelmente não é uma boa notícia.
Em outro caso, se você recebe um tempo a mais de folga por conta de um feriado emendado e consegue passar uns dias a mais na praia antes de voltar ao trabalho, a situação já é muito mais positiva.
Na Fórmula 1 não é muito diferente. Com o já sabido cancelamento do GP da China, passaremos agora praticamente um mês sem ver carros na pista. E quem é o grande beneficiado disso tudo? Bom, vamos por partes.
Alguns podem argumentar que torcedores que não gostam da Red Bull estão aliviados por poderem passar alguns finais de semana sem ouvir o hino austríaco na televisão, já que a equipe de energético é a única que venceu nesta temporada.
Apesar disso, eu prefiro acreditar que os amantes de automobilismo como um todo estão mais tristes do que felizes com essa grande pausa.
Felizes de verdade estão as equipes mais perdidas do grid, como McLaren e Mercedes, que desde o começo do ano estudam mudanças drásticas nos seus carros e agora terão mais tempo para tentar arrumar a casa.
Resta saber se o tempo vai ajudar a melhorar ou terminar de afundar essas embarcações com problemas. No mesmo sentido, outro que pode se beneficiar dessa pausa é o holandês Nyck De Vries, nome que era muito pedido no grid e vem decepcionando.
Desavisados podem até achar que ele está no topo, levando em conta que o hino da Holanda é constantemente tocado nos pódios. Mas a realidade é que esse trabalho é todo de Max Verstappen, e De Vries, como medida desesperada, nem os slides pode dizer que fez.
Vivendo uma verdadeira síndrome de menino Ney de eterno jovem aos olhos do público mesmo do alto de seus quase 30 anos, o ex-piloto reserva da Mercedes é de longe aquele que mais pode se beneficiar desse mês sem corridas.
Tempo bom pra botar a cabeça no lugar e revisitar o simulador, local que o acolheu nos últimos anos e que poderá voltar a ser sua casa se as coisas não melhorarem até o fim da temporada.
A perder com a pausa só têm aqueles que não querem que as coisas mudem de figura, como os dois pilotos da Red Bull e especificamente Fernando Alonso. Para eles, indo no caminho oposto do que dizia Chorão (aniversariante deste fim de semana, por sinal), só posso dizer que eu não sou senhor do tempo, mas eu sei que não vai chover.
Mesmo se tivéssemos três meses de parada, seria muito difícil que o tempo fechasse para os líderes do campeonato. De qualquer forma, de uma coisa eu tenho certeza. Bom pra mim é que não será. Volta logo, Fórmula 1!
Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.
Caio Diniz é relações públicas e ama todo tipo de esporte. É host do podcast Cronômetro Zerado, espaço no qual aborda a Fórmula 1 sempre de maneira leve e bem humorada.
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