Volkswagen Gol TSi foi o sucessor do Gol GTS, mas sem o impacto visual

Hatch utilizava motor 1.8 e tinha vantagem aerodinâmica, mas não fez o sucesso do antecessor
LA
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22.05.2024 às 23:53 • Atualizado em 12.11.2024
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Hatch utilizava motor 1.8 e tinha vantagem aerodinâmica, mas não fez o sucesso do antecessor

Muito acertado para o mercado nacional, o Gol fez história e seu legado fala por si. Carro mais vendido do Brasil, vendeu mais de 8.500.000 unidades, em 3 gerações, e teve modelos icônicos, como várias edições especiais e esportivas. O Gol GT foi o primeiro deles, lançado em 1984.

Foi o primeiro Gol a usar motor refrigerado a água, o icônico motor VW 1.8 que também equipou o Santana e carburador 2E desenvolvido pela Solex-Brosol, com 2 estágios, capaz de levar o puro sangue de 0 a 100 km/h em 11,7 segundos em terceira marcha, e à velocidade máxima de 170 km/h, marca excelente para um tijolinho quadrado de 4 marchas.

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Com 99 cv ABNT declarados a 5.400 rpm e 14,9 kgfm de torque a 3.200 rpm, era prazeroso de dirigir no trânsito e ao mesmo tempo arisco quando solicitado pelo pé direito. Sua estabilidade era considerada pela revista 4 Rodas como invejável para seu tempo, graças a um acerto de suspensão firme e pneus 185-60R14 e logo recebia o opcional de 5 marchas.

No final de 1985, ganhou o lendário e aclamado motor AP-800, que tinha declarado os mesmos 99 cv ABNT a 5.600 rpm e 14,9 kgfm de torque a 3.600 rpm, agora sempre com 5 marchas, fazia e 0 a 100 km/h em 10,61 segundos em terceira marcha, com a mesma velocidade máxima. Sabe-se que a Volkswagen, para aproveitar os descontos de IPI da regra da época, ocultava a potência e testes em dinamômetro revelavam 106 cv deste poderoso motor.

Em 1986 o Brasil passava por um plano econômico bizarro do governo Sarney, onde após o lançamento do Cruzado, foi anunciado o congelamento de preços, com o objetivo de controlar a galopante inflação que assolava nosso país. Com isso, nenhum produto em linha poderia ter reajuste de preços, e nesta época, a Volkswagen adotou a estratégia de alterar as versões de seus veículos, usando uma brecha que autorizava a composição de preço de novos produtos, possibilitando assim o reajuste.

Nascia então o Gol GTS, sucessor do GT. Apresentado como linha 1987, tinha a mesma mecânica, mas trazia nova frente, novos para-choques, nova traseira e novas rodas, além de entrar para a moda adotando o aerofólio. No ano seguinte, seu interior passava por uma reformulação completa, e tinha novos opcionais como vidros elétricos e ar-condicionado.

Em 1988 o Gol esportivo ganhava uma nova versão, a GTI, apresentada como modelo 1989. Com sua exclusiva cor Azul Mônaco e alguns detalhes na cor prata, tinha sob o capô um poderoso motor AP 2000 com injeção eletrônica de gasolina: um sistema Bosch LE Jetronic analógico e o sistema de ignição EZK tinha até mesmo a sofisticação de um sistema anti-detonação, que corrigia a curva de avanço sempre que o motor percebia que uma gasolina de má qualidade provocaria detonação.

Seu motor tinha taxa de 10:1 de compressão, alta para a época, fato que melhorava muito o desempenho. Os tuchos eram hidráulicos e o motor produzia a espantosa potência, para a época, é claro, de 120 cv e um torque máximo de 18,35 mkgf, dava ao Golzinho de 980 kg arrancadas e retomadas espantosas para a época: o carro chegava aos 100 km/h em apenas 8,8 segundos e sua velocidade máxima beirava os 190 km/h. A versão GTS não foi descontinuada, tornando-se opção mais acessível, e tinha praticamente o mesmo desempenho. Oferecia também maior opção de cores, e uma mecânica mais barata. Em 1990 toda a linha teve mais uma reestilização e os modelos ganharam novas cores.

A Volkswagen do Brasil apresentava em meados de 1994 como modelo 1995 a segunda geração do Gol, usando a nova plataforma AB-9. Era um carro totalmente novo, com maior espaço interno, maior rigidez torcional e maior conforto, principalmente para os passageiros do banco traseiro, mas mantinha seu DNA com sua mecânica disposta longitudinalmente. Foi apresentado nas versões CLi, GLi e GTI 8v, e o Gol GTS era descontinuado. No ano seguinte, chegava à versão 1000i e no mesmo ano, o mais poderoso dos Gol esportivos, a versão GTI 16v com 155cv.

Em 1996 o esportivo de entrada voltava à linha, dotado de injeção eletrônica e com outro nome: Gol TSi. Esportivo só na roupa, o modelo oferecia um manso motor AP-1800 de 90,6 cv a 5.500 rpm e 14,3 kgfm de torque a 3.500 rpm com injeção eletrônica monoponto, o mesmo da versão GLi. Da versão intermediária, também vinha o câmbio de 5 marchas, sem alteração nas relações de marcha e diferencial. Ao menos era curto, mantendo 3.100 rpm a 100 km/h em 5ª marcha. Para chegar a 100 km/h, o modelo demorava longos 12,88 s, e atingia 173 km/h de velocidade máxima, graças a sua aerodinâmica. Não gastava muito para sua cilindrada, com médias de gasolina de 9,52 km/l na cidade e 15,3 km/l na estrada.

Custando então R$ 21.995,00 na versão básica, atuais R$ 115.291,31 (IPCA/IBGE), tinha como itens de série direção hidráulica, volante esportivo, espelhos retrovisores externos com comando interno manual, banco RECARO com regulagem de altura para o motorista, apoios de cabeça no banco traseiro, cintos de segurança laterais de 3 pontos no banco traseiro, cintos de segurança dianteiros com regulagem de altura, rádio toca-fitas com painel destacável, vidros verdes, janelas traseiras basculantes, faróis com duplo defletor, para-choques na cor da carroceria, rodas de liga-leve em 14 polegadas e tala 6, pneus 185/60 Pirelli P600, antena de teto, para-sol com espelho para o passageiro, além de aerofólio traseiro embutido na tampa do porta-malas, e spoiler no para-choque dianteiro. Como opcionais, o modelo trazia ainda ar-condicionado, vidros elétricos, retrovisores elétricos, travas elétricas e alarme com acionamento à distância.

Toda a linha recebia nos modelos 1997 a injeção eletrônica multiponto, mais eficiente, e os motores ganhavam potência. O motor AP-1800 passava a 98 cv a 5500rpm e 15 kgfm de torque a 3000rpm, e levava o Gol TSi a 182 km/h, fazendo de 0 a 100 km/h em 10,5 s. Ficava mais econômico, com médias de 10,5 km/l de gasolina na cidade e 15,0 km/l na estrada.

No decorrer do segundo semestre, era preparada a versão GLS, mais luxuosa, que substituiria em preço a versão GTI 8V. Coube então ao Gol TSI assumir o posto e sua mecânica 2.0 com injeção eletrônica multipoint a gasolina de 109,5 cv a 5.250 rpm e 17 kgfm de torque a 3.000 rpm, capaz de levar o modelo a 188 km/h de velocidade máxima e fazer de 0 a 100 km/h em 10,2 s.

O que impressionava era seu o consumo. Sem o uso de ar-condicionado, tinha boas médias de 10,10 km/l de gasolina na cidade e 15,55 km/l na estrada. Com o uso do ar-condicionado, as médias eram de 9,49 km/l de gasolina na cidade e 14,49 km/l na estrada.

Em meados de 1998 o modelo passava por uma mudança de conceito, e era com rodas aro 15. Tinha os mesmos itens de série e opcionais, mas agora oferecia também Air Bag para o motorista e Air Bag para o motorista e para o passageiro. Neste mesmo ano chegava a Saveiro TSI, ao qual eu falarei mais para frente.

Pouco antes da remodelação de 1999, reconhecida no mercado como geração 3, o Gol TSI foi oferecido na versão 4 portas, assim como seu irmão mais potente GTI 16V. A partir de maio, a nova linha era apresentada e a dupla Gol/Saveiro TSi eram descontinuados, findando de vez, ao menos da linha Gol, a herança GTS, que voltou somente em 2020 com o VW Polo, hoje substituto oficial da linha Gol.

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Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em comunicação e MKT e vive o jornalismo desde a adolescência.  Atua como BPO, e há 20 anos, ajuda pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. Tem por missão levar a informação de forma simples e didática. É criador do canal Autos Originais e colaborador em outras mídias de comunicação.

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