VW Apollo VIP foi um Ford Verona pseudo-alemão para poucos
O Volkswagen Apollo foi lançado no início de 1990 como um irmão gêmeo univitelino do Ford Verona, lançado um pouco antes, no final de 1989. O VW Apollo tinha lá suas diferenças, mas eram tão pequenas, que passavam despercebidas aos olhos mais desatentos.
A carroceria era exatamente a mesma, com diferenças na grade dianteira, molduras cinza dos vidros, retrovisores pintados, discreto aerofólio e naturalmente, nos emblemas VW.
Já no interior, a única diferença era o painel, com desenho próprio e relógio digital integrado. O volante tinha desenho próprio, e o velocímetro trazia grafia típica dos Volkswagens da época, com iluminação laranja, mas a estrutura base de ambos os componentes era a mesma do irmão Ford, bem como os botões, chave de seta, saídas de ar, instrumentos de ventilação, pedais e manopla de câmbio.
Você também pode se interessar por:
- Chevrolet Omega e Suprema Diamond foram os carros nacionais mais luxuosos do Brasil
- VW Passat Iraque: como era a versão trocada por petróleo para a Petrobrás
- Fiat Tipo Sedicivalvole: o hatch que era hot até demais
- Ford Verona: o projeto de US$ 100 milhões do nosso Escort Sedan
Para se diferenciar do irmão-gêmeo, o Apollo tinha proposta mais esportiva, com motor apenas 1.8, amortecedores mais firmes e câmbio de relações mais curtas - o mesmo usado pelo Ford Escort XR3, que por sua vez, era o mesmo do VW Golf GTI MK2, modelo que não tivemos aqui no Brasil.
Seu motor 1.8 (AP-1800) era alimentado por carburador de corpo-duplo e tinha 93 cv a 5.600 rpm e 16,1 kgfm de torque a 2.800 rpm, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em 11,71 s e chegar a 166,1 km/h de velocidade máxima. Tinha consumo médio de 8,33 km/l na cidade e 14,10 km/l na estrada, usando gasolina.
Seu irmão Ford tinha o mesmo motor disponível (havia também 1.6 CHT), mas se diferia em desempenho graças ao seu câmbio mais longo. Um pouco mais lento, acelerava de 0 a 100 km/h em 11,98 s e chegava a 164,8 km/h de velocidade máxima. Em contrapartida, era mais econômico, com médias de 9,32 km/l na cidade e 15,78 km/l na estrada, usando gasolina.
Disponível primeiramente das versões GLS e GL, o VW Apollo tinha mais equipamentos de série se comparados ao irmão Ford, o que justificava seu preço maior ante o Verona.
A GLS tinha como equipamentos de série: faróis halógenos, faróis de neblina, rodas de liga-leve, espelhos retrovisores e para-choques da cor do veículo, aerofólio traseiro, protetor do cárter, vidros verdes elétricos, para-brisa laminado degradê, bancos dianteiros com regulagem lombar e regulagem de altura para o motorista, luz de cortesia no porta-malas e porta-luvas, rádio toca-fitas estéreo digital com memória e código antifurto, antena elétrica e desembaçador traseiro. Como opcionais, trazia travas elétricas nas portas, espelhos retrovisores elétricos, ar-condicionado e teto solar.
Já a versão GL era mais simples, e trazia como itens de série: faróis de neblina, retrovisores externos com comando interno manual, aerofólio, protetor do cárter, quatro alto-falantes, antena e desembaçador traseiro. Como opcionais, oferecia ar-quente, luz de cortesia no porta-malas e porta-luvas, rádio AM/FM, vidros verdes, para-brisa laminado e faróis halógenos.
Um ano depois, em 1991, surgia o Apollo VIP, edição limitada baseada na versão GL e sem opcionais. Poderia vir nas cores Branco Star ou Vermelho Colorado (este bastante raro). O modelo com viés esportivo trazia as rodas raiadas BBS aro 13, vidros verdes, para-brisa laminado degradê, além de para-choques e coberturas laterais na cor cinza, protetor do cárter, quatro alto-falantes, antena e desembaçador traseiro, bancos RECARO com e dupla regulagem lombar e regulagem de altura para o motorista, além de conta giros e relógio digital no painel. Este carro foi sonho de consumo da classe média àquele ano, e se destacava por seu estilo considerado moderno.
No mesmo ano em que a versão GLS adotava as mesmas rodas raiadas BBS, além dos bancos RECARO com e dupla regulagem lombar e regulagem de altura para o motorista, e nova manopla de câmbio, com identidade Volkswagen, a versão VIP saia de linha.
Em 1992, o Apollo trazia o catalisador em todas as versões. Como opcionais, a versão GLS recebia direção hidráulica e a versão GL, rodas de liga-leve e ar-condicionado. Alguns detalhes novos de acabamento eram incorporados, entre eles, manopla do câmbio com DNA Volkswagen.
Tais mudanças foram insuficientes para manter o sedan no mercado, que tinha queda nas vendas mês a mês, e o VW Apollo saiu de linha no final do mesmo ano, seu sucessor, o Volkswagen Logus, foi lançado meses depois, em 1993.
Das 51.065 unidades do Volkswagen Apollo em circulação, 2.700 unidades são da edição especial VIP. Os dados são da PUP Consultoria, especialista em análise de dados e business intelligence.
O primeiro Ford a usar emblema VW teve por anos teve baixa desvalorização no mercado de usados, como todo bom Volkswagen que se preze, em muitas ocasiões, valendo mais que seu irmão Ford com os mesmos opcionais.
Receba as reportagens da Mobiauto via Whatsapp
Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.
Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em comunicação e MKT e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua como BPO, e há 20 anos, ajuda pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. Tem por missão levar a informação de forma simples e didática. É criador do canal Autos Originais e colaborador em outras mídias de comunicação.