VW Fusca elétrico feito no Brasil tem câmbio manual e força de 1600

Projeto piloto de empresa brasileira converteu Fusca 1977 em elétrico com alcance de 150 km, velocidade máxima de 140 km/h e computador de bordo digital
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10.05.2022 às 19:16 • Atualizado em 29.05.2024
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Projeto piloto de empresa brasileira converteu Fusca 1977 em elétrico com alcance de 150 km, velocidade máxima de 140 km/h e computador de bordo digital

Por Felipe Oliveira

Com os diversos protocolos e acordos para diminuir a emissão de CO², somados ao preço alto do combustível, ter um carro elétrico na garagem parece ter virado uma boa alternativa. Quando falamos em converter um carro clássico das ruas brasileiras como o VW Fusca, usando um motor de produção nacional, o cenário parece mais tentador ainda.

Foi pensando nisso que pesquisadores da empresa Fueltech, no Rio Grande do Sul, converteram um VW Fusca 1977 em um carro 100% elétrico, capaz de atingir 140 km/h. O objetivo é estudar a possível criação de kits comerciais de conversão de veículos a combustão em elétricos.

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Projeto piloto de empresa brasileira converteu Fusca 1977 em elétrico com alcance de 150 km, velocidade máxima de 140 km/h e computador de bordo digital

A empresa firmou uma parceria de desenvolvimento de tecnologia para conversão de veículos com a Weg, em 2019. No meio do ano seguinte, recebeu o Fusca (na época, branco), que já contava com o projeto de uma Startup para aplicar o motor elétrico. 

Assim que o carro chegou, os pesquisadores da Fueltech decidiram melhor a conversão. O trabalho demorou cerca de um ano e ficou pronto em julho do ano passado. Quer dizer, “pronto” é uma palavra muito forte, visto que o projeto continua em desenvolvimento. 

“Carros em desenvolvimento nunca ficam prontos de fato. Sempre estamos implementando alguma coisa para tornar a solução ainda melhor”, conta Fabiano Isoton, gerente de pesquisa e desenvolvimento da Fueltech. 

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Autonomia de 150 quilômetros 

Projeto piloto de empresa brasileira converteu Fusca 1977 em elétrico com alcance de 150 km, velocidade máxima de 140 km/h e computador de bordo digital

A bateria utilizada para alimentar o motor elétrico do Fusca foi dividida em duas partes, sendo que cerca de dois terços dela ficam sob o capô, na parte da frente do veículo. O restante fica atrás do banco traseiro, próxima ao motor. Que, por sinal, segue traseiro, assim como a tração, como manda a tradição do velho e bom Fusca.

Uma recarga total lenta em corrente alternada (AC) demora cerca de 9 horas e permite que o carro tenha uma autonomia de 150 quilômetros. Contudo, o especialista destaca que existe a possibilidade de reduzir esse tempo pela metade. 

“Esse veículo [ainda] não tem implantado nele um carregador rápido. A bateria permite que, no mínimo, a gente diminua pela metade esse tempo de recarga, mas é uma questão de componentes que precisam ser trocados. Como estamos em fase de desenvolvimento, ainda não chegamos a essa fase”, afirma Fabiano Isoton. 

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Se o objetivo é economia, os desenvolvedores calculam que o gasto para cada quilômetro rodado com o carro é de R$ 0,17. Isso significa que “completar o tanque” do Fusca elétrico custa aproximadamente R$ 25,50. Bem menos do que encher o tanque de gasolina de qualquer automóvel nos dias atuais.

A bateria utilizada pelo motor elétrico é de 25 kWh e possui tensão de 130 Volts. De acordo com o especialista da Fueltech, o motor é capaz de gerar 66 cv de potência e 13,2 Kgfm de torque. É mais do que um Fusca 1300 (46 cv e 9,1 kgfm) ou 1500 (55 cv e 12 kgfm) daquela época rendiam, ficando quase na medida de um Fusca 1600 (67 cv e 14 kgfm).

Por isso mesmo, segundo a Fueltech, sua velocidade máxima é de 140 km/h, bem perto dos 144 km/h que o velho Fuscão 1600 alcançava.

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Câmbio "quase" manual

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De acordo com Fabiano Isoton, os idealizadores do projeto decidiram manter o câmbio manual no Fusca, algo que não é comum para veículos elétricos. Contudo, o funcionamento é um pouco diferente do que estamos acostumados. 

Isso porque os giros do motor elétrico são muito mais rápidos que o de um motor a combustão. Logo, o motorista não precisa ficar trocando de marcha toda hora, tendo necessidade disso apenas no momento de uma subida íngreme.  

Na prática, o câmbio funciona como se fosse o de um veículo CVT, com uma marcha reduzida para os momentos em que o veículo precisa de mais força e outra voltada a velocidades de cruzeiro. 

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“No dia a dia, deixamos uma marcha engatada e basicamente precisamos frear e acelerar. Apesar de o câmbio ser manual, o funcionamento é como se fosse automático. Você engata a marcha parado, antes de ligar, e depois precisa apenas acelerar”, explica o gerente de pesquisa. 

Outro ponto interessante é o ruído. Esqueça o barulho característico dos motores boxer refrigerados a ar e pense em um carro totalmente silencioso passando ao seu lado na rua.

“Escutamos apenas os ruídos do banco do carro. Por mais que a gente tenha mudado alguns componentes internos, é um carro de 1977, então é isso que acabamos escutando do lado de dentro, já que o barulho do motor não existe”, completa o engenheiro.

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Computador de bordo digital

Projeto piloto de empresa brasileira converteu Fusca 1977 em elétrico com alcance de 150 km, velocidade máxima de 140 km/h e computador de bordo digital

Outro trunfo do Fusca 1977 elétrico gaúcho é possuir um computador de bordo digital no centro do painel, para consulta de informações como nível de carga e autonomia da bateria, velocidade, odômetro etc.

Imagens: Divulgação/Fueltech

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