VW Gol e Parati Atlanta: séries olímpicas viraram ouro para colecionadores

A Volkswagen do Brasil lançava em meados de 1994 a segunda geração do Gol, usando a plataforma AB-9. Mesmo com o motor ainda disposto na posição longitudinal, a linha 1995 trazia mais espaço interno, maior rigidez torcional e maior conforto, principalmente para os passageiros do banco traseiro.

Sucesso instantâneo, o popular “Gol bolinha” deixou a concorrência de cabelos em pé com um carro totalmente novo e adequado aos novos tempos. O carro resolvia problemas da antiga geração, mesmo sendo o líder em vendas no Brasil há sete anos consecutivos, desde 1987.

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Àquele tempo, o VW Gol representava nada mais nada menos que 60% das vendas da marca. Esforços não eram poupados para manter o modelo atrativo, atendendo a um público que passava a ter mais opções na concorrência e ficava mais seletivo.

Primeiro, foram lançados em agosto as versões GLi 1.8 e CLi 1.6 ou 1.8. Em meados de novembro, chegou o GTi 8v. No começo de 1995, a VW apresentou a configuração de entrada, 1000i e, no decorrer do mesmo ano, a primeira série especial, Rolling Stones, além do cultuado esportivo GTi 16V, o modelo mais forte da família Gol em toda a sua história.

Para 1996, a VW trazia o reforço da perua Parati totalmente remodelada, seguindo as linhas do hatch, e preparava mais versões. Aproveitando a boa maré e a tradição em séries especiais, a VW investiu à ocasião US$ 5 milhões e preparou uma dupla para as Olímpiadas daquele ano: as séries especiais Gol Atlanta e Parati Atlanta.

A campanha de lançamento teve três fases. A primeira começou em abril e foi até junho. Durante a realização dos Jogos, o destaque foi o comercial do Gol, com participação do treinador Zagallo e do goleiro Dida, da seleção olímpica. Confira no vídeo abaixo:

As edições especiais foram baseados na versão CLi. Seu acabamento era um charme à parte, com para-choques e retrovisores pintados da cor da carroceria, além de adesivos alusivos à versão na tampa do porta-malas e nas laterais.

Como itens de série, o Gol Atlanta trazia faróis de dupla parábola do Gol GTi, rodas de aço aro 14 calçadas com pneus 185/60 e calotas, ambas herdadas do Golf GL, vidros verdes, limpador e desembaçador do vidro traseiro, antena de teto, preparação para som com alto-falantes, volante de três raios também do Gol GTi, direção hidráulica, regulagem de altura do banco do motorista e bancos e forros de porta com padronagem exclusiva.

Já a VW Parati Atlanta acrescentava bagageiro do teto. Como opcionais, ambos ofereciam ar-condicionado e vidros elétricos.  E contavam com duas opções de motor: 1.6 AP-1600, com 76 cv de potência e 12,3 kgfm de torque; 1.8 AP-1800, com 90,6 cv de potência e 14,3 kgfm de torque. O câmbio era sempre manual de cinco marchas.

A campanha de Gol Atlanta e Parati Atlanta continuou mesmo depois de encerradas as Olimpíadas de 1996. As duas séries especiais continuaram a ser comercializadas com uma forte campanha de varejo, baseada na valorização do carro usado na troca pelo novo.

Foram mais de 14 mil unidades de Gol Atlanta e Parati Atlanta produzidas. Porém, apenas 60 sortudos ganharam uma unidade como prêmio da campanha realizada pela Revista Olímpica Série Ouro de 1996. Foram 50 Gol Atlanta 1.6 e dez apartamentos com uma Parati Atlanta 1.6 sorteados no Domingão do Faustão, pela TV Globo, durante as Olimpíadas.

Foto: Reprodução/Leonardo França

De acordo com o Denatran, existem registrados em 2023 14.827 unidades das duas séries especiais, sendo 6.741 do Gol Atlanta 1.6, 4.135 do Gol Atlanta 1.8, 1.585 da Parati Atlanta 1.6 e 2.366 da Parati Atlanta 1.8.

Muito valorizado no Brasil, o Gol Atlanta tem espaço cativo nas garagens dos amantes deste artilheiro. A tendência de valorização é alta no mercado cada vez maior de colecionadores. Fora de linha no Brasil desde o final de 2022, o Gol foi o modelo mais vendido da história nacional, com mais de 8.500.000 de unidades comercializadas. Com certeza, a versão Atlanta é uma das mais lembradas e procuradas.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua há 18 anos com gestão e consultoria automotiva, auxiliando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. É criador dos canais Autos Originais e Auto e Autos…

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