VW Gol Special: como o popular virou colecionável que já custa R$ 30.000

VW Gol Special: como o popular virou colecionável que já custa R$ 30.000
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12.07.2023 às 22:57 • Atualizado em 12.11.2024
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VW Gol Special: como o popular virou colecionável que já custa R$ 30.000

Sempre houve um hiato razoável de 14 anos entre as gerações do Gol. Talvez, mera coincidência. Sucesso incontestável, o Gol foi lançado em 15 de maio de 1980, vendeu mais de 8,5 milhões de unidades no Brasil e em alguns países do mundo.

Fabricado em três gerações, identificada pelo mercado como oito, foi o carro mais vendido do Brasil por 27 anos consecutivos, e em seu último ano de produção, voltou à posição por alguns meses, incomodando a então líder de vendas Fiat Strada.

Muito acertado para o mercado nacional, o Gol fez história e seu legado fala por si. A geração mais vendida foi a segunda, lançada em 1994, com a plataforma AB-9, uma evolução ante a plataforma BX (mesmo com o motor ainda disposto na posição longitudinal). Trazia mais espaço interno e maior rigidez torcional, além de maior conforto, sobretudo, para os passageiros do banco traseiro.

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Em 1995, sua gama de motores se resumia ao AE-1000 (de origem Ford ou CHT para os mais íntimos), exclusivo dos Gol 1000i e Gol 1000 e os motores 1.6, 1.8, e 2.0.

Com a extinção da Autolatina, joint venture firmada entre VW e Ford no período de 1987 a 1996, a Volkswagen lançou naquele último ano, precisamente em 12 de outubro, uma nova fábrica de motores e um novo motor para sua gama mais vendida, que era a de carros populares de 1000 cilindradas. Era lançado também o motor AT-1000, antecessor do EA-111.

Em 1997 chegava também o motor Hitork 1.0 16v, e a gama do Golaumentava. Neste ano, o Gol bateu recorde de vendas, com 361.402 unidades comercializadas no Brasil. Os modelos populares eram Gol Mi, Gol Mi Plus, Gol Mi 16v, Gol Mi 16v Plus.

Em 1998, a Volkswagen ampliava mais a gama com uma configuração ainda mais simples, considerada por muitos o melhor popular já feito pela marca: o VW Gol Special.

Um popular bem equipado

O Special trazia como itens de série o essencial: acendedor de cigarros, hodômetro digital e ventilação forçada com três velocidades. Seu painel, com uma vistosa iluminação verde, perdeu o termômetro e ganhou, no lugar, uma luz espia que indicava quando o motor atingisse a temperatura máxima, além de um indicativo de pressão ideal para a calibragem dos pneus. Muitos proprietários instalavam o painel do Gol Mi, que tinha o termômetro, ou mesmo o painel do Gol 16v, que tinha, além do termômetro, o conta-giros.

O modelo contava também com o elogiado motor AT-1000 com injeção multipoint, de 54,4 cv ABNT a 5.200 rpm e 8,6 kgfm de torque a 3.500 rpm, capaz de levar o popular de 910 kg a 141 km/h de velocidade máxima e fazer de 0 a 100 km/h em 17,44 s. Parece pouco, mas era possível fazer viagens a 120 km/h constantes e, sabendo usar bem o câmbio, não perdia velocidade nas longas subidas.

Além de valente, era muito econômico fazendo médias encontradas em carros atuais. Na cidade, usando gasolina, fazia 12,25 km/l e na estrada 15,77 km/l. Lembrando que a média de estrada pode ser de 2 km/l para mais ou para menos dependendo do pé do motorista.

Com o interior cinza claro, seus bancos em tecido eram confortáveis, mesmo sem regulagens adicionais, e os cintos de segurança eram retráteis no banco traseiro. Havia tecido também nos forros de porta, que contavam com porta-objetos integrais.

Até 2001, seu único opcional era a pintura metálica. A partir de 2002, passou a ser oferecido também o ar-condicionado. O modelo nunca teve, nem como opcional, a direção-hidráulica.

Em 2003, o modelo foi simplificado, quando o interior passou a ser na cor preta, com plásticos mais finos e rústicos. Os cintos traseiros passaram a ser fixos e alguns revestimentos de acabamento foram substituídos ou mesmo retirados, como o acabamento do painel traseiro (próximo a fechadura do porta-malas), tornando-o um carro bastante espartano. Apesar disso, recebeu calotas integrais e pneus 175/70 R13, em substituição aos pneus 145/80 R13.

No mesmo ano, foi lançada a versão Free, vendida com frete grátis exclusivamente pela internet (daí o nome Free). Externamente, o modelo mantinha os pneus 145/80 R13 e rodas de ferro claras vindas do antigo Gol CL Mi, com calota central (o famoso copinho).

No documento, o modelo era identificado como Gol Special, e a maioria deles perdeu sua identificação externa original, uma vez que seu adesivo de identificação não era encontrado para reposição com facilidade nos concessionários e se desgastava com certa facilidade.

Naquele ano surgiu também a versão 1.6, com o cultuado motor AP-1600 de 99 cv ABNT a 5.750 rpm e 14,4 kgfm de torque a 3.000 rpm, capaz de levar o popular de 910 kg a 184 km/h de velocidade máxima e fazer de 0 a 100 km/h em 11,20s.

Em meados de 2004, o Gol Free e o Gol Special 1.6 foram descontinuados, e o Gol Special Mi recebeu para-sol esquerdo com espelho e regulagem de altura do banco do motorista como itens de série. Seus bancos agora tinham revestimento parcial em curvim, e o painel recebia iluminação vermelha.

Externamente, o “bigodinho” (peça de acabamento externa do painel frontal próximo aos faróis) passou a ser integrado ao para-choque, em plástico cinza-naval, deixando-o com a aparência ainda mais espartana. Os piscas dianteiros ganharam lentes brancas.

Com esta plataforma, o Gol teve mais duas remodelações que foram chamadas de nova geração pelo marketing da marca. Em 1999, quando foi apresentado o Gol G3 para a linha 2000 e em 2005, quando foi apresentado o Gol G4 para a linha 2006.

No ano de 2005, curiosamente os três modelos foram fabricados. Desde 1999 a Volkswagen usava a estratégia de ter como carro de entrada o modelo de geração anterior, representado, à ocasião, pelo Gol Special que utilizava a carroceria da “geração 2”. Enquanto isso, os modelos mais caros tinham a carroceria da “geração 3”. Em agosto do mesmo ano, G2 e G3 foram substituídos pela “geração 4”. 

Robustez e equipamentos fizeram dele um neo-colecionável

Sempre bem valorizado no mercado de usados e desejado, dentre outros atributos, por sua resistência, o modelo chega hoje ao mercado de colecionadores, onde unidades com menos de 80 mil km tem preço médio de R$ 30.000.

Quem dirigiu afirma que o carro é muito agradável de guiar e entendendo como era o mercado no final dos anos 90 e início dos anos 2000, junto com o Fiat Mille, o modelo representava uma boa opção e atendia à proposta de carro popular.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em Comunicação Empresarial e Marketing Digital, e vive o jornalismo desde a adolescência. Atua há 18 anos com gestão e consultoria automotiva, auxiliando pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. É criador dos canais Autos Originais e Auto e Autos…

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