VW Pointer tinha versão com motor de Gol GTi mais cara que um Jetta hoje

A Autolatina, joint venture entre Ford e Volkswagen entre 1987 e 1996, gerou tanto no Brasil quanto na Argentina alguns produtos interessantes, entre eles, o Volkswagen Pointer.
LA
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13.03.2024 às 23:24 • Atualizado em 12.11.2024
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A Autolatina, joint venture entre Ford e Volkswagen entre 1987 e 1996, gerou tanto no Brasil quanto na Argentina alguns produtos interessantes, entre eles, o Volkswagen Pointer.

Considerado o Volkswagen mais bonito da década pela própria VW alemã e a grande cartada da Volkswagen Brasil, o hatch era fabricado em cima da plataforma do Ford Escort MK5, ao qual compartilhava para-brisas, o problemático sistema de suspensão e parte dos acabamentos.

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Desenho de Luiz Alberto Veiga, ex-designer da VW, o modelo começou a ganhar forma em 1988, e teve várias etapas. Inovava por ser um hatchback com quatro portas, pouco comum àquela época, mas impressionava por suas linhas arrojadas, modernas e bastante agradáveis.

 

O vidro do porta-malas possuía uma queda delicada, sem recortes retos, terminando com um pequeno spoiler de 6 centímetros estampado na própria tampa, conjugando solidez, em harmonia com as belas lanternas traseiras fumê.

O teto não trazia calhas, algo pouco usual àquela época, e o modelo também não tinha quebra-ventos. Seus vidros eram colados, bem rentes à carroceria, e seu porta-malas com excelentes 323 litros de capacidade, tinha um vão de abertura 10 cm maior que o do VW Logus e Ford Verona, projetos irmãos.

 

O Pointer trazia um belíssimo conjunto ótico, com farol de longo alcance integrado à lanterna e luzes, além de faróis de neblina integrados ao para-choque. Seu visual era considerado agressivo e ao mesmo tempo elegante, e fora usado inclusive nas versões do Logus a partir de 1996, inclusive a edição especial Wolfsburg Edition.

 

O VW Pointer chegou ao mercado nas versões CLi, GLi e GTi. A CLi trazia como itens de série retrovisores com controle interno, ventilação, porta-copos, branco traseiro rebatível, regulagem de altura dos cintos dianteiros, além dos belíssimos faróis halógenos já citados.

 

Já a versão GLi trazia ainda vidros verdes, limpador e lavador do vidro traseiro, rádio AM/FM, relógio digital, conta-giros, console e desembaçador, além de opcionais como direção hidráulica, ar-condicionado e vidros e travas elétricas.

A motorização de ambas as versões era sempre o ótimo motor AP-1800 com 89 cv a 5.500 rpm e 14,5 kgfm a 2.500 rpm, capaz de levar os veículos a 176 km/h de velocidade máxima, e fazer de 0 a 100 km/h em 11,9 segundos. Com gasolina, faziam 9,5 km/l na cidade e 13,8 km/l na estrada, números excelentes para os idos de 1994.

 

A versão GTi era ainda mais completa, e adicionava aos itens: faróis de neblina no para-choque, antena no teto, direção hidráulica, regulagem de altura e distância da coluna de direção, ar quente, bancos Recaro com regulagem lombar, regulagem de altura do banco do motorista, vidros e travas elétricas, retrovisores elétricos e sistema de som do tipo toca-fitas. Como opcionais, podia trazer CD Player com equalizador, ar-condicionado e teto solar. As rodas eram sempre de liga-leve em aro 14, calçadas com pneus 185/60.

 

Usando o conjunto motriz do VW Gol GTi, o motor AP-2000 tinha 116 cv a 6.100 rpm e 17,4 kgfm de torque a 3.000 rpm. Seu câmbio era o mesmo do VW Golf GTi, que desembarcava por aqui no mesmo ano, e ajudava a levar o VW de 0 a 100 km/h em 10,73 segundos e atingia a máxima de 188,4 km/h, números expressivos até mesmo para os dias de hoje.

Era relativamente econômico para seu tempo, com médias de 8,10 km/l de gasolina na cidade e 12,24 km/l na estrada, principalmente se considerando suas pretensões esportivas, câmbio de relações curtas e seu peso de 1.190 kg.

 

As primeiras unidades do GTi tinham a relação de quinta marcha muito curta, o que fazia o motor girar a quase 3.500 rpm a 100 km/h, sendo que carros de cilindrada e potência semelhantes tinham potência e torque de sobra para trabalhar a 2.800 rpm, na mesma velocidade. O problema foi sanado em julho de 1994, com a adoção de uma relação de quinta marcha mais longa, reduzindo seu consumo em estrada, nível de ruído e melhorando ainda mais a sua velocidade máxima, chegando a 192,3 km/h e fazendo 13,7 km/l na estrada.

O modelo era mais luxuoso que esportivo e fez fama. Custava US$ 31.000 em fevereiro de 1994, equivalentes a CR$ 14.488.160, com a cotação vigente à época a CR$ 467,36. Hoje, de acordo com o índice INPC (IBGE) do Banco Central, este valor representa R$ 256.732. Os modelos CLi e o GLi tinham excelente acabamento e também faziam bonito, custando quase 1/3 do modelo GTi.

 

As únicas mudanças foram na linha 95/96, onde os para-choques passaram a ser pintados para os modelos CLi e GLi, com nova padronagem dos tecidos. O GTi também ganhou nova forração em veludo, muito mais sóbria, bonita e confortável (similar ao Logus Wolfsburg Edition), volante e manopla em couro e novas rodas aro 14, usadas futuramente no Polo Classic.

 

O modelo teria uma versão 1998, e estava em desenvolvimento conforme arquivos do Veiga,mas com o fim da Autolatina, o projeto foi descontinuado e o modelo saiu de linha em meados de 1996.

Existem registrados no Detran 36.561 unidades do modelo em circulação, sendo 2.623 do modelo GTi.

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Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

Leonardo França é formado em gestão de pessoas, tem pós-graduação em comunicação e MKT e vive o jornalismo desde a adolescência.  Atua como BPO, e há 20 anos, ajuda pessoas a comprar carros em ótimo estado e de maneira racional. Tem por missão levar a informação de forma simples e didática. É criador do canal Autos Originais e colaborador em outras mídias de comunicação.

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