Avaliação: BYD Dolphin é elétrico com espaço de Corolla e preço de Kwid

Hatch é o modelo mais barato da marca chinesa para o Brasil, mesmo que encoste nos R$ 150 mil, mas impressiona pelo espaço interno
Renan Rodrigues
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28.06.2023 às 17:01 • Atualizado em 12.11.2024
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Hatch é o modelo mais barato da marca chinesa para o Brasil, mesmo que encoste nos R$ 150 mil, mas impressiona pelo espaço interno

Querendo crescer no Brasil antes mesmo de começar a fabricação de carros por aqui, a BYD anunciou mais um veículo elétrico para o nosso mercado. Trata-se do BYD Dolphin 2023, modelo de entrada da marca que chega abaixo do Yuan Plus.

Construído sobre a plataforma e-Platform 3.0, o Dolphin 2023 é um hatch elétrico com 4,13 metros de comprimento, basicamente o mesmo que um Chevrolet Onix mede. No entanto, se destaca pelo entre-eixos de 2,70 m, algo encontrado em carros médios como o Toyota Corolla.

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Além do bom espaço, o hatch tem como outro pilar a autonomia. São 400 km declarados pela BYD, mas que ainda precisa passar pelo crivo do Inmetro, que geralmente derruba a autonomia em 30%, o que diminuiria oalcance para 280 km.

Mas nada supera o preço. Afinal, os R$ 149.800 pedidos pela marca chinesa o colocam como concorrente de Jac e-JS1, Renault Kwid e-Tech e Caoa Chery iCar, mas com um porte maior, semelhante ao do Nissan Leaf 2023, pelo menos em entre-eixos.

Lembrando que o hatch da Nissan sai das lojas por R$ 298.490, e o BYD é mais em conta até que um Kwid e-Tech, que parte de R$ 149.990.

BYD Dolphin 2024 - como ele é

Integrante da filosofia “Ocean” de design da BYD, o Dolphin – Golfinho em português -, tem visual menos rebuscado que modelos como Tan e Han. O Yuan Plus é quem mais se aproxima, especialmente visto de traseira.

Na dianteira, o Dolphin tem faróis de LED e poucos vincos. O grande destaque fica para a assinatura da luz diurna, que percorre a região em que ficaria uma grade e conecta os dois faróis.

A lateral chama atenção pelos vincos mais marcados nas portas, enquanto as rodas são de 16 polegadas com desenho voltado para melhoria da aerodinâmica. Na traseira, as lanternas conectadas e com desenho entrelaçado, são as peças que mais encantam os olhos.

No interior, a cabine segue minimalista, com direito a cluster de instrumentos com tela de cinco polegadas e central multimídia de 12,8 polegadas – e sim, ela também muda para vertical ou horizontal ao comando de um botão.

O acabamento é feito com plástico rígido, mas as peças são bem montadas e não há rebarbas. Os painéis de porta possuem revestimento em couro onde os passageiros apoiam os braços. Na parte central do painel há também um material diferente, mas não chega a ser macio ao toque.

Outro detalhe é que o console central do Dolphin é elevado, mas não possui um baú como porta-objetos. Apesar disso, não é difícil acomodar os pertences, uma vez que há ainda outros dois espaços para carteira, chave e um nicho pensado para o celular, mas sem o carregador de indução que há em outras versões destinadas para China e Europa.

Como anda o BYD Dolphin

Os números da ficha técnica não chamam atenção. São 94 cv e 18,3 kgfm de torque extraídos do motor elétrico. No entanto, quem acompanha o universo automotivo já sabe que o torque total é entregue instantaneamente, o que colabora muito para o desempenho.

O 0 a 100 km/h é feito na casa dos 7 segundos, o que o coloca acima de qualquer carro 1.0 turbo, por exemplo. Para se ter uma ideia, o Fiat Pulse Abarth leva 7,6 s para fazer a mesma arrancada e estamos falando de um carro com 185 cv e 27,5 kgfm de torque.

De fato, o desempenho é bom, especialmente na cidade, onde seu uso é facilitado pelo porte. Também não há problemas para uso em rodovias, exceto pela falta de resistência do pedal do acelerador e de progressividade na direção.

Durante nosso contato com o Dolphin, percebemos que em velocidade mais altas era mais fácil ativar o piloto automático para economizar bateria, uma vez que o sistema exerce o menor esforço possível para manter a velocidade, enquanto ao pressionar o acelerador o gasto será maior.

Já a direção elétrica não ganha peso com o aumento de velocidade, o que atrapalha na manutenção do veículo em linha reta, já que qualquer angulação no volante fará o Dolphin responder.

Em compensação, o Dolphin está com o conjunto de suspensão bem acertado para o solo brasileiro. Os pneus com perfil mais alto também contribuem. Apesar do conforto, o sistema de suspensão não apresenta problemas de estabilidade.

BYD Dolphin 2024 - Principais itens de série 

A lista de equipamentos não chega a ser um grande atrativo, uma vez que o Dolphin é um carro de entrada. Confira abaixo os principais equipamentos de série do Dolphin:

  • Seis airbags
  • Faróis de LED
  • Luz de rodagem diurna de LED
  • Lanternas de LED
  • Vidro elétrico nas quatro portas com função one touch para o motorista
  • Retrovisores externos elétricos com desembaçador e rebatimento manual
  • Rodas de liga leve de 16 polegadas com pneus 195/60
  • Antena shark
  • Banco traseiro bi-partido (40/60)
  • Bancos em couro bicolor
  • Cluster de cinco polegadas com tela de TFT
  • 3 portas USB (duas tipo A e uma tipo C)
  • Central multimídia de 12,8 polegadas com Apple CarPlay e Android Auto sem fio
  • Chave presencial
  • Controle de tração e estabilidade
  • Câmera de ré com linhas dinâmicas
  • Direção elétrica
  • Auxiliar de partida em rampa e sistema de limpeza do disco de freio.
  • Sistema de monitoramento dos pneus
  • Modos de condução neve, esporte e eco

BYD Dolphin 2024 – Ficha técnica

Motor elétrico, transversal, dianteiro
Potência 94 cv
Torque 18,3 kgfm
Cãmbio automático, 1 marcha
0 a 100 km/h 7 segundos
Velocidade máxima 160 km/h
Bateria fosfato de ferro e lítio (LFP)
Capacidade 42 kWh
Autonomia Inmetro não divulgada
Autonomia teste Mobiauto 400 km 
Recarga rápida (DC) 30% a 80% e 28 minutos a até 60 kw

Dimensões: 4.125 mm de comprimento, 2.700 mm de entre-eixos,1.770 mm de largura, 1.570 mm de altura e 345 litros de porta-malas

Dados técnicos: direção elétrica / suspensão independente McPherson e molas helicoidal (dianteira) e eixo de torção e molas helicoidal (traseira) / freios a disco ventilados (dianteira) e tambor (traseira) / peso em ordem de marcha: 1.405 kg

BYD Dolphin 2024 – vale a pena?

O BYD Dolphin 2024 chega ao mercado para aumentar as possibilidades da marca e promete roubar vendas de veículos menores e mais baratos, como Renault Kwid E-Tech, Peugeot e-208 e JAC E-JS1.

Apesar do modelo não se destacar em equipamentos, oferece um ótimo custo-benefício, uma vez que é tabelado em R$ 149.800, ocupando o posto de segundo carro elétrico mais barato do mercado, mas oferece muito mais espaços que os concorrentes.

Portanto, com boa autonomia e espaço como destaque, se estiver pensando em um elétrico, o Dolphin é uma alternativa bem interessante.

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