Avaliação: Mercedes-Benz EQB elétrico de 7 lugares para brigar com BYD Tan
O Mercedes-Benz EQB chega ao mercado brasileiro para atender a um público bem específico: os que fazem questão de um carro elétrico com sete lugares. Até o lançamento do EQB, a única opção que tínhamos era o novato BYD Tan.
Ambos são oferecidos na faixa de meio milhão de reais. O Mercedes-Benz EQB custa exatos R$ 502.900. O que o posiciona entre os irmãos a combustão GLB por R$ 386.900 e GLB AMG que custa 532.900.
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O GLB é o carro mais vendido da Mercedes atualmente, justamente pelo seu custo-benefício. Com o EQB, a marca além de chamar atenção dos proprietários e possíveis donos do GLB, ela atende também a um público de nicho. Mas será que EQB terá o mesmo sucesso do irmão, só que no mundo dos elétricos?
A estratégia é bem definida, mas a Mercedes precisará mais do que isso para fazer alguém pagar meio milhão no seu elétrico. Nossa missão depois de sete dias com o EQB é contar todos os seus detalhes nesta avaliação para decidir se ele vale a pena ou não. Sem mais delongas, pois há muito chão pela frente. Então, vamos ao que interessa.
Design: o que é do GLB e o que é do EQB
O design do Mercedes-Benz EQB e do irmão GLB de quem ele é derivado são bem parecidos, com mesmo desenho de carroceria, mas com alguns detalhes distintos para distingui-los.
A dianteira do carro é um dos principais elementos responsáveis por diferenciá-los. Enquanto, o GLB tem grade e para-choque para entrada e saída de ar e faróis retangulares, o EQB tem apenas uma placa na grade (algo comum no design de carros elétricos). Inclusive, a peça se integra aos faróis e tem uma faixa luminosa abaixo do capô.
No EQB o para-choque também é mais amplo que no irmão a combustão, tomando toda a parte inferior da dianteira. Outra diferença é que o modelo elétrico não tem faróis de neblina. Mas os faróis têm tecnologia Full LED.
No EQB, a parte das lanternas que fica nas extremidades da traseira são iguais a do GLB. Porém, no elétrico elas se diferenciam por serem ligadas uma a outra através de uma faixa luminosa localizada na tampa do porta-malas.
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As rodas também são diferentes, no EQB são assinadas pela divisão esportiva AMG, são em liga leve aro 19. Por último, os dois contam com um belíssimo teto solar panorâmico.
No interior, o EQB oferece uma estética ainda mais refinada que seu exterior. Desde as portas ao painel, o acabamento é muito bom, com materiais de boa qualidade que se destacam ainda mais à noite, quando as faixas luminosas das portas e painel ficam evidentes. São várias cores para o motorista escolher a que mais lhe apetece.
O volante tem uma excelente empunhadura e tem acabamento em couro Nappa e, assim como as portas e o painel, tem costuras contrastantes na cor vermelha. O aço escovado é distribuído na medida certa para não cair em um visual ultrapassado, aparecendo em alguns detalhes no painel, nas saídas circulares do ar-condicionado e nas maçanetas das portas.
O console é todo em black piano e couro. O Cockpit Digital de 10 polegadas se une a Multimídia MBUX de 10,2 polegadas formando uma única peça. Como nos outros modelos em linha da Mercedes-Benz, a manopla de câmbio não fica no console. O motorista conta com uma aleta atrás do volante para selecionar o modo Drive, Ré e Parking.
Por fim, os bancos também merecem seu destaque. Além de bem-acabados e em couro, são muito confortáveis, com muita espuma, abas laterais largas e os ajustes, tanto do assento do motorista como do passageiro, são feitos através de botões nas portas, que inclusive são dispostos de uma forma que imita um banco.
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Espaço: é maiorzinho que o GLB
O EQB tem 20 mm a mais de comprimento e é 19 mm mais alto que o GLB. Além de ser impossível ser notado por quem olha de fora, a diferença é praticamente imperceptível para quem está no habitáculo.
Já que estamos falando de um carro de sete lugares, nada mais justo que começar falando do espaço da terceira fileira de bancos. Quem nunca teve um carro dessa categoria, pode achar que o espaço é o mesmo da segunda fileira, mas isso é um doce engano.
Como a terceira fileira fica alocada justamente no porta-malas, o espaço é limitado. No caso do EQB ou GLB, o indicado para manter o mínimo de comodidade durante a viagem é que os passageiros não passem de 1,65 m.
O principal ponto de atenção não são nem os bancos do meio, pois eles podem ser ajustados através dos trilhos corrediços. Então, é possível chegar em um meio termo de espaço para terceira e segunda fileira.
Porém, esse não é o principal problema. A questão é que os assentos são mais baixos, isso deixa as pernas dos passageiros muito dobradas. Mas não teria outra saída, se os bancos fossem mais altos, só poderiam acomodar pessoas de no máximo 1,50 m ou 1,55 m.
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Além disso, não há saída de ar-condicionado para a terceira fileira. O que pode gerar um desconforto em dias demasiadamente quentes. Pois o ar-condicionado terá que ser regulado para uma temperatura mais baixa e com uma maior intensidade de fluxo de ar para atender quem está no fundão. O que pode deixar os outros passageiros com frio.
Quem vai na fileira do meio desfruta de um bom espaço. Até mesmo se precisar ceder um pouco para a fileira de trás. Mas outro fator que merece atenção é o porta-malas. São bons 500 litros se o carro estiver configurado para cinco passageiros. Mas com sete ocupantes a bordo, sobram apenas 130 litros de espaço para as bagagens.
Dimensões Mercedes-Benz EQB: 4.684 mm de comprimento, 2.829 mm de entre-eixos, 1.834 mm de largura, 1.688 mm de altura e 495 litros de porta-malas com 5 passageiros a bordo ou 130 litros com 7 passageiros
Dimensões Mercedes-Benz GLB: 4.634 mm de comprimento, 2.829 mm entre-eixos, 1.834 mm de largura, 1.659 mm de altura, e 500 litros de porta-malas 5 passageiros a bordo ou 130 litros com 7 passageiros
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Desempenho
O desempenho do Mercedes-Benz EQB é agradável. Como a maioria dos carros elétricos, tem aquela patada de torque na arrancada. Aqui são 38,2 kgfm de torque entregues instantaneamente quando o motorista pisa no acelerador, depois o desempenho fica equilibrado.
O EQB tem um desempenho semelhante ao GLB. Apesar de entregar 23 cv a mais e quase 18 kgfm de torque de vantagem, devido ao conjunto de baterias, ele é mais pesado. São 2.110 kg contra 1.635 kg do irmão a combustão. Estamos falando de uma diferença de 475 kg.
O EQB vai de 0 a 100 km/h em 8,9 segundos, enquanto o GLB precisa de 9,1 segundos. A diferença é mínima e quase imperceptível ao volante. De fato, o que faz o motorista diferenciar que está dirigindo um EQB e não um GLB é o torque total entregue na largada.
Motorização e desempenho:
Motor: elétrico dianteiro
Potência: 190 cv
Torque: 38,2 kgfm
Peso/potência: 11,1 kg/cv
Peso/torque: 55,2 g/kgfm
Câmbio: Automático, 1 marcha
Tração: dianteira
0 a 100 km/h: 8,9 segundos
Velocidade máxima: 160 km/h limitados eletronicamente
De forma geral, o EQB não deixa nada a desejar em termos de desempenho. É um carro esperto, com respostas ágeis desde retomadas, mas principalmente nas saídas.
É um carro muito interessante para a cidade, não só pela performance. Mas pelo acerto de suspensões e por ser mais altinho. Em uma cidade como São Paulo, que há mais buracos no asfalto do que estrelas no céu, o EQB ameniza bem os impactos de pisos desnivelados e esburacados.
Além disso, tem um rodar macio, mesmo oferecendo uma dirigibilidade mais firme. O que faz dele um carro gostoso de guiar. Na estrada ele também tem o fôlego necessário e passa uma ótima sensação de segurança e estabilidade, muito graças as baterias no assoalho que deixam o carro mais colado no chão, o que inclusive é uma grande vantagem para um SUV.
Dados técnicos: direção elétrica progressiva; suspensão dianteira McPherson com molas helicoidais; suspensão traseira multibraço com molas helicoidais; freios dianteiros a disco ventilados e freios traseiros a disco sólidos; diâmetro de giro: 11,4 m; Cx: 0,28 vão livre do solo: 154 mm; ângulo de ataque: 18,5º, ângulo central 13,7º, ângulo de saída 19,2º; carga útil: 410 kg; pneus 235/50 R19.
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Assistentes de condução
Assim como o Mercedes-Benz GLB, o EQB conta com pacote de assistentes a condução de série. O que torna a direção mais segura e mais confortável.
O Controle de Cruzeiro Adaptativo (ACC) com certeza é um dos assistentes que mais merece destaque. Pois ele é muito preciso. Basta regular a velocidade máxima que quer que o veículo atinja a distância que quer que ele mantenha do carro a frente e tudo funciona como um relógio.
Claro que por ser um sistema semiautônomo, o motorista não tem permissão para tirar as mãos do volante e sequer os olhos da direção. Pois a qualquer momento pode ser necessário a intervenção do condutor.
O sistema não sabe por exemplo que em uma curva é preciso desacelerar, se não tiver um carro a frente ele permanecerá na velocidade máxima programada, por isso o motorista precisa estar sempre atento.
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Inclusive, se o motorista tirar as mãos do volante, em alguns minutos aparece um alerta no cockpit para que o condutor coloque novamente as mãos no volante. Se o motorista não colocar, o sistema realiza a desaceleração total do veículo e ativa o pisca alerta.
O Mercedes-Benz EQB também é equipado com alerta de ponto cego, assistente de permanecia em faixa e frenagem autônoma de emergência.
Autonomia: pontos a se avaliar
Quando pensamos em um carro elétrico, depois do preço, a autonomia é um dos itens que mais desperta preocupações e ponderações por parte dos consumidores. Porém, o EQB equilibra muito bem desempenho e autonomia.
No ciclo WLTP, o EQB registrou 474 km de autonomia. O que é número muito favorável para o segmento. Mas claro que pode variar para menos ou para mais a depender do estilo de condução e do terreno, como em um carro a combustão.
Se o dono percorrer cerca de 60 km por dia, é possível carregar o carro apenas uma vez por semana. Isso é realmente muito bom. A forma mais fácil e cômoda de recarregá-lo é com um Wallbox em casa. Se ele estiver com 10% de bateria, basta colocá-lo na tomada antes de dormir e em cerca de 6h30 ele estará 100% carregado.
Em uma estação rápida de carregamento, a Mercedes-Benz fala de 32 minutos para uma carga de 10% a 80%, já que todo carro elétrico entra em carregamento lento quando atinge os 80% de carga.
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O Mercedes-Benz GLB roda 525 km com o tanque cheio, segundo dados do Inmetro. Considerando o valor médio nacional da gasolina está semana de R$ 5,54. O proprietário de um GLB gasta R$ 288,00 para encher o tanque.
Se o dono rodar os mesmos 60 km diárias que colocamos como exemplo no EQB, o dono gastaria cerca de R$ 12.000 em um ano com gasolina. O que daria R$ 60.000 em cinco anos. Isso quer dizer que a economia com gasolina não paga a diferença de preço do GLB para o EQB.
Sendo assim, para comprar o EQB, o consumidor não pode ter apenas a economia de combustível em mente.
Bateria: 66,5 kWh
Autonomia: 474 km (Ciclo WLTP)
Carregamento: carga CC 10%-80% SOC (líquido) estação de carregamento rápido: 32 minutos / carga CA 10%-100% SOC (líquido) wallbox/estações de carregamento públicas: 6h25
Mercedes-Benz EQB – Lista de itens de série completa
· Acabamento de painel iluminado
· Acabamento painel
· Ajustes elet. para lombar
· Ar Condicio. Thermotronic
· ARTICO/DINAMICA preto
· Banco pas. elétrico memor.
· Bancos Esportivos
· Cockpit Digital de 10"
· Compart. Arrum. Console C.
· Encostos reb. bancos tras.
· Iluminação Ambiente
· Multi-link
· Porta copos
· Porta-malas EASY-PACK
· Quebra sol c/ espe. ilumi.
· Revest. do teto em preto
· Tapetes AMG
· Terceira fileira de assentos
· Tomada 12V compar. bagagem
· Volante esp. couro Nappa
· Banco mot. elétrico memor.
· Pacote Advanced Plus
· Pacote AMG
· Pacote de assistência à condução
· Pacote de espelhos
· Pacote de estacionamento
· Pacote de segurança
· Pacote Keyless Go
· Pacote Urban Guard
· Pct. Conforto de Assentos
· Pct. Iluminação e Visibil.
· Acesso HANDS-FREE
· Airbag joelho p/ motorista
· Alarme AntiFurto
· Android Auto
· Antena GPS
· Apoia-Braço Traseiro
· Apple CarPlay
· Assis. estaci. PARKTRONIC
· Assistente ativo direção
· Assistente aviso de saída de faixa
· Barras do teto em alumínio
· Cabo Carreg. Tomada Domes.
· Cabo de carregamento
· Carregamento AC
· Carregamento DC
· Câmera Traseira
· Código controle 10.000 km
· Deslig. aut. airbag acomp.
· DISTRONIC
· Faróis Full Led
· Funções Extendidas do MBUX
· Identificação Número VIN
· Integração p/ Smartphones
· KEYLESS GO
· Luz alta adaptativa
· Manuais em português
· Navegação no disco rígido
· Omissão Kit Primeiros Soc.
· Pacote de compartimento
· Para-brisa c/ sensor chuva
· Preparação para Embarque
· Proteção acústica ambiente
· Rede comparti. ass. diant.
· Retr. ext. rebatível elet.
· Sensor de pres. interior
· Sistema de som com subwoofer
· Sistema Multimidia MBUX
· Soleira Iluminada
· Status correia tras. visor
· Tela central de 10,2''
· Tomada carga elét/hibr
· Touchpad
· Wireless Charging
· Pneus de Verão
· Pneus Run-Flat
· Shift-paddles galvanizados
· Suspensão Comfort
· TPMS
Mercedes-Benz EQB, vale a pena?
Por que vale pagar meio milhão de reais no Mercedes-Benz EQB? Bem, quando olhamos para as opções de carros de sete lugares elétricos, só temos duas opções: EQB ou BYD Tan, que está posicionado na mesma faixa de preço. Se abrimos o leque para carros híbridos, o valor começa ficar mais amigável, mas ainda assim é alto.
Pensando apenas no consumidor que faz questão de um carro elétrico e que tenha sete lugares, o Mercedes-Benz EQB tem vários pontos a favor. Pertence a uma marca premium que é sinônimo de confiança e qualidade. É um carro moderno e com design refinado. Tem um desempenho agradabilíssimo uma boa autonomia e como cereja do bolo um pacote bem completo de assistentes a condução.
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O BYD Tan também está no páreo em todos esses pontos listados, tem a vantagem de ser bem mais potente (517 cv) e ter uma proposta mais luxuosa. Mas é uma marca que o brasileiro ainda não tem familiaridade.
O preço de fato é salgado. Só que essa não é uma característica apenas do EQB. Carros de marcas populares, que não entregam um terço do que o EQB oferece, são ofertados por mais de R$ 300.000.
Sendo assim, o Mercedes-Benz EQB é um carro que vale a pena e atende muito bem um publico mais exigente, que faz questão de ter um carro elétrico e de sete lugares. Agora o que o consumidor precisar pesar é se ele prefere a estrela da Mercedes-Benz na garagem ou o logo da BYD.
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A faculdade me fez jornalista, a vida me fez aficionada por carros esportivos e adrenalina. Unindo paixão e profissão, realizo a missão de conectar pessoas com o universo automotivo, mas confesso que já tentei pilotar um kart e não deu muito certo.