Avaliação: vale a pena economizar R$ 8 mil e levar o Honda City EXL no lugar do Touring?
Desde sua apresentação, no começo deste ano, o Honda City Hatch, carroceria inédita no Brasil, colhe elogios em relação ao espaço, lista de equipamentos e consumo de combustível. O grande Calcanhar de Aquiles é o preço, já que a versão topo já é tabelada em R$ 132.600.
Será que a configuração de entrada, EXL, mantém as características a ponto de ser favorável economizar e pagar os R$ 123 mil pedidos pela Honda? É isso que vamos te responder nessa avaliação.
As duas versões possuem o mesmo conjunto motor: 1.5 16V flex aspirado com quatro cilindros e injeção direta de combustível. Esse motor rende 126 cv a 6.2000 rpm independentemente do combustível, enquanto o torque varia entre 15,8 kgfm e 15,5 kgfm.
O câmbio é automático do tipo CVT com simulação de sete marchas, que está bem alinhado com o motor e entrega acelerações bem comedidas, o que ajuda muito no consumo. O 0 a 100 km/h é feito na casa dos 10 segundos, o que não é ruim, mas não chega a empolgar.
O ponto alto do City, sem dúvidas, é o consumo, uma vez que segundo o Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE), do Inmetro, o consumo do novo City Hatch é de 9,1/13,3 km/l (E/G), na cidade, e de 10,5/14,8 km/l (E/G), na estrada. No entanto, durante nossos testes, chegamos a marcar 16,5 km/l na estrada com gasolina.
Honda City Hatch EXL 2022 – Preço: R$ 123.000. Branco Topázio Perolizado: R$ 2.000. Total: R$ 125.000.
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Honda City Hatch EXL – Quais as diferenças para a versão Touring?
Visualmente, o City EXL se diferencia pouquíssimo do Touring. A única diferença perceptível está nos faróis, que na versão mais cara são Full-LED, enquanto a configuração de entrada utiliza luz halógena e projetor.
A diferença maior fica para os assistentes de direção. O City Touring foi o segundo modelo a contar com o pacote Honda Sensing no Brasil, antes dele somente o Accord, que já foi embora e teve até a nova geração vazada pelo INPI.
Esse pacote de assistências engloba itens como frenagem autônoma de emergência com detecção de pedestres, ciclistas e carros cruzando à diagonal; controle de cruzeiro adaptativo (ACC); assistente de permanência em faixa; alerta de troca involuntária de faixa.
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Honda City Hatch EXL 2022 – Itens de série
Visual: faróis com projetor e luzes diurnas integradas, acionamento automático; faróis de neblina; lanternas com guias e luzes de freio de LED; rodas de liga leve aro 16 polegadas com acabamento diamantado e preto brilhante; antena tipo barbatana de tubarão.
Conforto e acabamento: chave com sensor presencial; partida do motor por botão; travas elétricas; vidros com função “um-toque” e antiesmagamento; volante multifuncional com regulagem de altura e profundidade; retrovisores externos com rebatimento elétrico; ar-condicionado automático e digital, bancos com revestimento em couro sintético na cor preta; teto em tom claro; bancos dianteiros rebatíveis em modo cama; banco traseiro bipartido com encosto e assento rebatíveis.
Tecnologia: quadro de instrumentos parcialmente digital de 7”; central multimídia de 8 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay sem fio; sensores de traseiros; câmera de ré com gráficos dinâmicos e três modos de visualização (130°, 180° e visão superior); modos de condução Eco, Normal e S.
Segurança: estrutura de deformação progressiva; controles de estabilidade e tração; assistente de partida em rampa; seis airbags (frontais, laterais e de cortina); alerta de não afivelamento dos cintos de segurança; monitoramento de pressão dos pneus; câmera para redução de ponto cego à direita.
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Acabamento referência, versatilidade superior aos SUVs compactos e dirigibilidade refinada
Quem entrar no City encontrará apenas um rival com qualidade superior em acabamento: o Peugeot 208. O Honda usa até couro no painel, além de ter encaixes perfeitos e nenhuma rebarba aparente.
No entanto, o ponto alto do interior é o sistema Magic Seat. Ele permite abaixar o encosto dos bancos para criar uma planície e um porta-malas enorme e, se necessário, ainda é possível abaixar o encosto do carona para levar até uma prancha de surf, por exemplo.
Caso você precise levar itens como uma cadeira ou vaso maior, é possível levantar os assentos do banco de trás e travá-los junto ao encosto, criando um espaço equivalente a altura da carroceria. Isso é possível graças ao deslocamento do tanque de combustível, que tem apenas 39,5 litros.
Aliás, esse é um dos pontos negativos, por mais econômico que seja, por conta da sua capacidade de armazenamento de combustível, o City não dispõe de uma boa autonomia.
A Honda compensa isso com uma dirigibilidade afinada. As suspensões foram mantidas com o esquema anterior – McPherson na dianteira e eixo de torção na traseira, mas ganharam acertos e até stop hidráulico. Com isso, o City é consideravelmente mais confortável que o Fit ou mesmo que a sua geração anterior, que só era vendido na versão sedan.
Motor: 1.5, dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, aspirado, flex, DOHC, comando variável de válvulas de admissão, injeção direta de combustível
Taxa de compressão: não divulgada
Potência: 126/126 cv (G/E) a 6.200 rpm
Torque: 15,5/15,8 kgfm (G/E) a 4.600 rpm
Peso/potência: 9,4/9,4 kg/cv (G/E)
Peso/torque: 76,1/74,7 kg/kgfm
Câmbio: automático CVT, 7 marchas simuladas
Tração: dianteira
0 a 100 km/h: 10,6 segundos
Velocidade máxima: não divulgado
No entanto, apesar da boa comunicação entre câmbio e motor, basta reduzir algumas marchas com as borboletas atrás do volante para ouvir os gritos do trem de força. O barulho é menos evidente do que nos CVTs de anos anteriores da Honda, mas não deixa de ser notado.
Dimensões: comprimento, 4.341 mm; entre-eixos, 2.600 mm; largura, 1.748 mm; altura, 1.498 mm; porta-malas, 268 litros; tanque de combustível, 39,5 litros; peso em ordem de marcha, 1.180 kg.
Dados técnicos: direção elétrica progressiva; suspensões tipo McPherson (dianteira) e eixo de torção (traseira); freios a disco ventilados (dianteira) e tambor (traseira); diâmetro de giro, 10,6 m; vão livre do solo, 144 mm; ângulo de ataque, 15,3°; ângulo central, não divulgado; ângulo de saída, não divulgado.
Consumo Inmetro: 9,1 km/l com etanol e 13,3 km/l com gasolina na cidade / 10,5 km/l com etanol e 14,8 km/l com gasolina em rodovia.
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Conclusão
Quando foi lançado, em fevereiro desse ano, o City Hatch EXL custava R$ 114.200, com R$ 10 mil de aumento desde então, sua escolha fica mais complicada de se justificar, caso o condutor acredite ser fundamental os assistentes de condução.
Neste caso, o consumidor poderá optar pelo Hyundai HB20, recém-apresentado, e que detém boa parte dos itens por R$ 114.390. Outra opção é o Fiat Pulse Audace, que sai por R$ 115.290. No entanto, nenhum deles possui controle de cruzeiro adaptativo, além de entregarem menos espaço, acabamento e dirigibilidade inferiores.
Agora, caso o consumidor não se atente a este tipo de tecnologia e procura por um bom carro, o City EXL atende muito bem e custando consideravelmente menos do que a versão topo de linha, preservando boa parte da lista de itens de série.
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Editor de conteúdo
Prefere os hatches com vocação esportiva, ainda que com um Renegade na garagem. Formado em jornalismo na Fiam-Faam, há 10 anos trabalha no setor automotivo com passagens pelo pioneiro Carsale, além de Webmotors e KBB.