BYD encarará Corolla e RAV4 com SUV e sedan híbridos que fazem 26 km/l
Com Renan Bandeira
Faz anos que a BYD namora o mercado de veículos de passeio no Brasil. A marca chinesa já atua no país desde 2015, com três fábricas e foco em produção de ônibus, empilhadeiras e outros veículos elétricos de trabalho, além de baterias e painéis fotovoltaicos.
Desde aquela época já se especulava um possível ingresso da empresa na área de automóveis. Ao que tudo indica, isso enfim vai acontecer em 2022, através de um plano de ação mais abrangente do que se imaginava em princípio, e que deve ser revelado em novembro deste ano.
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Os colegas da Quatro Rodas cantaram a bola sobre o ingresso da BYD no mercado brasileiro de elétricos premium a partir do ano que vem. O SUV de sete lugares Tang e o sedan esportivo Han, ambos 100% elétricos e de porte grande, marcarão a estreia da fabricante no setor de veículos leves já no primeiro semestre do ano que vem.
Mas não ficará só nisso. A Mobiauto pode afirmar que a companhia lançará no segundo semestre de 2022 outros dois modelos híbridos, um SUV e um sedan, com dimensões menores e preços mais acessíveis, para atuar no segmento de Toyota Corolla e Corolla Cross híbridos flex, além do Toyota RAV4 Hybrid.
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Tang e Han: elétricos enormes e de luxo
Como dissemos, a BYD iniciará sua empreitada nacional pelos carros de passeio com dois elétricos de pegada premium: o SUV de sete lugares Tang (pronuncia-se “Tam”) e o sedan Han.
“Entendemos que os dois segmentos que têm abertura para veículos 100% elétricos no Brasil, por enquanto, são o de luxo e o de veículos corporativos”, explicou à nossa reportagem o diretor comercial da BYD no Brasil, Henrique Antunes.
O executivo não detalhou o posicionamento dos modelos, mas podemos estimar que serão vendidos acima de R$ 300.000, com objetivo de brigar com modelos de Volvo e Audi.
O Tang é um SUV para até sete passageiros com 4,87 m de comprimento, 2,82 m de entre-eixos, 1,95 m de largura e 1,72 m de altura. Tentará roubar clientes de Toyota SW4 e Jeep Commander.
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Suas versões 100% elétricas possuem duas opções de motorização: com apenas um propulsor elétrico, dianteiro, ou dois, um sobre cada eixo. Cada um deles rende 245 cv de potência e 33,6 kgfm de torque. Quando há propulsão nas quatro rodas, são cerca de 490 cv e 67 kgfm combinados.
Sua autonomia, medida no sistema americano NEDC, menos rígido do que o europeu WLTP, chega a 560 km na configuração com apenas um motor e 500 km na bimotor, visto que a tração integral demanda mais energia para propulsionar as quatro rodas ao mesmo tempo e não somente duas.
Já o Han é um sedan grande, medindo 4,96 m de comprimento, 2,92 m de entre-eixos, 1,91 m de largura e menos de 1,50 m de altura. Sua motorização é similar à do Tang, mas com autonomia maior, devido ao coeficiente de arrasto superior. O três-volumes promete rodar mais de 600 km com apenas uma carga de baterias no modo FWD, ou 550 km quando possui motor traseiro e tração AWD.
O Brasil, provavelmente, deve receber sempre as versões com motorização dupla e tração nas quatro rodas. Outra particularidade de ambos é que os módulos de bateria são compostos por lâminas no lugar de cubos, o que aprimora a alocação e o espaço interno.
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Song e Qin: as apostas híbridas
Já para o segundo semestre de 2022, a BYD deve lançar no mercado nacional os dois primeiros automóveis híbridos. O colega Fernando Miragaya, do WM1, já havia apontado para eles. A questão é que ambos devem chegar ao mercado antes mesmo do que se previa.
Questionado sobre o assunto, Henrique Antunes confirmou que a marca estuda ingressar no segmento e confirmou novidades para a segunda parte do próximo ano, mas não abriu quais seriam os modelos.
O diretor comercial da marca no país apontou, apenas, que serão modelos “mais acessíveis” do que os elétricos. “Não há demanda de modelos mais compactos elétricos ainda, então a alternativa [em uma faixa de preços menor] é trabalhar com híbridos”, comentou Antunes.
Segundo ele, a BYD já vem fazendo testes de rodagem e homologação de automóveis híbridos no Brasil. “Nossa gama na China é bem ampla, então há várias opções”, resumiu. Apesar do ar de mistério, a Mobiauto aposta que dois modelos já foram escolhidos para a missão: o SUV Song (pronúncia “Som”) e o sedan Qin (“Tim”).
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O primeiro possui 4,65 m de comprimento, 2,71 m de entre-eixos, 1,86 m de largura e 1,70 m de altura na carroceria SUV, conhecida como Song Pro, chegando a 4,70 m e 2,76 m nas duas primeiras medidas na variante SUV cupê, Song Plus. Chegaria, portanto, para competir com o Corolla Cross Hybrid ou RAV4, a depender da configuração e faixa de preço.
Já o segundo mede, respectivamente, 4,76 m, 2,72 m, 1,84 m e 1,49 m nas mesmas dimensões. Brigaria, assim, diretamente com o Corolla sedan em sua vertente híbrida flex. A diferença é que, além de serem alimentados só com gasolina, Song e Qin são híbridos do tipo plug-in, ou seja, com recarga externa.
O sistema híbrido mais recente da BYD é conhecida como DM-i (Dual Mode-intelligent). Nele, há uma usina de 1,5 litro naturalmente aspirada, com ciclo Atkinson, de 133 cv e quase 14 kgfm propulsionando as rodas dianteiras. Já o eixo traseiro possui um motor elétrico. São cerca de 180 cv e 33 kgfm de potência e torque combinados.
A propulsão pode ser 100% a combustão, híbrida de fato ou 100% elétrica. A promessa é de consumo “nunca inferior” a 26 km/l.
Sobre o SUV Song, ele é comercializado na China em três variantes de carroceria: SUV convencional (Song Pro), SUV cupê (Song Plus) e minivan (Song Max). Apenas os dois primeiros têm chances de aportar aqui e foi o Song Plus que os colegas do AutoMais flagraram em testes pelo interior do Estado de SP há algumas semanas.
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Jornalista Automotivo