Carro elétrico chinês em risco? Europa taxará veículos da BYD, GWM e outras

Veículos feitos na China poderão ficar até 40% mais caros no mercado europeu
Diego Dias
Por
14.06.2024 às 16:11
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Veículos feitos na China poderão ficar até 40% mais caros no mercado europeu

Não é segredo para ninguém que os carros elétricos chineses estão conquistando outros países além do seu quintal, que vale dizer, é um mercado gigante por si só. Mas isso parece estar incomodando alguns mercados, especialmente a União Europeia, que anunciou nesta semana que vai taxar veículos elétricos chineses em até 38,1% a partir de julho.

Antes de mais nada, vale lembrar que os carros elétricos made in China já eram taxados em 10% no mercado europeu. Para má notícia das fabricantes chinesas (leia-se BYD, Geely e GWM), as novas tarifas de importação da União Europeia não vão substituir a atual, mas sim serão adicionadas aos atuais 10%. Dado desse cenário os veículos feitos no outro lado do mundo vão disparar de preço no velho continente.

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A justificativa da Comissão Europeia para impor a maior tarifa aos modelos importados é de que as fabricantes chinesas de carros elétricos recebem grandes subsídios do Governo chinês, o que colocaria as montadoras europeias em desvantagem no mercado interno. A definição de optar pela taxação veio após investigação da comissão da União Europeia sobre os subsídios governamentais chineses a carros elétricos feitos por lá, os quais foram considerados “injustos”.

O detalhe é que a alíquota tem percentual variável na medida em que as fabricantes chinesas cooperaram com a investigação feita pela União Europeia. A SAIC (grupo que controla a MG e Maxus na China) parece não ter cooperado muito, já que será taxada em nada menos do que 38,1%, o que na prática chegará aos 48,1% considerando a alíquota atual de 10% sobre os veículos chineses.

Já a Geely, grupo que controla a marca homônima, bem como a Volvo, Smart, Lotus e Lynk & Co e a luxuosa Zeekr, terá que pagar uma taxa de 20% (irá para 30% no total) para comercializar seus veículos elétricos. Por fim, a BYD, maior fabricante de veículos eletrificados do mundo, terá a menor taxação percentual, que ficará em 17,4% - ou 27,4% na prática. Demais fabricantes que não foram investigadas terão modelos 21% mais caros, mas podem recorrer.

Ainda provisória, a nova taxação já começa a valer em 4 de julho para todos os veículos chineses vendidos na União Europeia, período no qual a União Europeia discute com o governo chinês novas soluções para chegar num consenso sobre o tal subsídio.

O ponto curioso é em relação a fabricantes como a Tesla, de origem norte-americana, mas que produz seus carros elétricos na China para exportar para a Europa. Segundo a comissão da União Europeia, a empresa ”pode receber uma alíquota calculada individualmente na fase definitiva”.

A medida da União Europeia de taxar os veículos chineses veio depois da invasão dos modelos no mercado europeu, que chegaram com preços baratos. Claramente trata-se de uma medida para proteção da indústria local, algo que vai contra o livre mercado. A questão é que tal decisão pode complicar as montadoras europeias que exportam carros para a China, que podem vir a ser taxadas na mesma moeda pelo governo chinês.

No Brasil até pouco tempo os carros eletrificados eram isentos de imposto, mas o Governo vem retomando a taxação para qualquer carro eletrificado, seja o país que for. Atualmente há uma taxação de 12% para híbridos de todos os tipos e 10% para elétricos. Mas em julho esse imposto vai subir para 25% para híbridos leves e plenos, 20% para híbridos plug-ins e 18% para elétricos.

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