Chevrolet Celta: o que tem de verdade no possível retorno dele ao Brasil?
Basta mencionar o nome de um carro que fez sucesso no Brasil, que saiu de linha e ligá-lo a um novo projeto de montadora. Eis a fórmula quase perfeita, mas nem sempre honesta, para chamar atenção nas redes sociais e levantar expectativas dos mais entusiastas. É o caso do saudoso Chevrolet Celta.
Não é incomum se deparar com notícias de um possível retorno do Celta ao mercado brasileiro. O problema é que as ideias apontadas para a volta do popular não condizem com a realidade.
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O Chevrolet Celta foi lançado em 2000 para concorrer com Uno Mille, Ford Ka e VW Gol. Após 15 anos de serviços prestados, o compacto foi aposentado em 2015 com 1,5 milhão de unidade produzidas.
Com os preços de “carros populares” acima da média dos R$ 70.000 atualmente, como VW Polo Track, Fiat Mobi e Renault Kwid, o cenário para o retorno do Celta está sempre propício. Porém, não é tão simples quanto parece.
Chevrolet Celta vai voltar?
Nesse sentido, um olhar menos criterioso pode apontar para que a Chevrolet retorne com hatch ao país. No entanto, o vídeo de mais sucesso que cogita a volta do Celta usa imagens do Chevrolet Aveo, lançado ano passado no México.
O projeto do modelo é de origem chinesa, onde também é vendido, mas com o nome de SAIC/Wuling. O Aveo é equipado com um motor 1.5 de quatro cilindros, com 110 cv de potência e 13,8 kgfm de torque.
Com preço competitivo, o Aveo retornaria para cá com o nome de Celta. Seria a segunda geração do compacto. Alguns veículos de comunicação indicam que essa movimentação substituiria o Chevrolet Onix Joy, a versão de entrada do Onix, que já saiu de linha.
Entretanto, com as novas regras de emissões e segurança, projetos como o Aveo ficam difíceis de se justificar aqui no Brasil, pelo menos com o preço competitivo que ele é vendido lá fora. Valor final este que fica abaixo do Onix.
Além disso, o Chevrolet Onix já toma “todo espaço” da grade de entrada dos veículos vendidos pela montadora aqui no Brasil.
Crise dos hatchs
Ainda na esteira do segmento dos hatchs, a Chevrolet já indicou que os próximos passos são em direção da produção de SUVs e investimento em híbridos. A fabricante segue a preferência do público brasileiro, o qual tem optado por SUVs e até picapes. Exemplo disso, é que o carro mais vendido em 2023 no país foi a Fiat Strada.
Outro movimento que confirma o sentido oposto ao que já foi veiculado são os investimentos anunciados pela Chevrolet e o fim da produção do Chevrolet Cruze. Até o momento, a montadora não deu nenhuma pista de que vai usar parte dos R$ 7 bilhões na produção ou importação de um carro popular como o Aveo.
Esse movimento poderia condenar as vendas do Onix, que em 2023 vendeu 99.430 unidades apenas com a carroceria hatch. Por tudo isso, fica quase impossível defender a chegada do Aveo ao Brasil.
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Repórter
Encontrou no jornalismo uma forma de aplicar o que mais gosta de fazer: aprender. Passou por Alesp, Band e IstoÉ, e hoje na Mobiauto escreve sobre carros, que é uma grande paixão. Como todo brasileiro, ainda dedica parte do tempo em samba e futebol.