Nissan Sentra Advance 2023 é puro custo-benefício e ótima opção anti-SUV

Versão de entrada custa o mesmo que SUVs compactos intermediários, entrega mais desempenho, espaço e até itens de série
Renan Rodrigues
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08.05.2023 às 21:00 • Atualizado em 29.05.2024
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Versão de entrada custa o mesmo que SUVs compactos intermediários, entrega mais desempenho, espaço e até itens de série

O segmento de sedans médios tem um dono muito claro: o Toyota Corolla. São anos de dominação e, quando falamos dessa fatia do mercado, é imediato na imaginação do consumidor a imagem do modelo japonês. 

No entanto, há um novo desafiante que pode ser uma alternativa interessante. Estamos falando do Nissan Sentra, que está em sua oitava geração e acumula mais de 40 anos de história. 

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O lançamento do Sentra, realizado em março desse ano, é um suspiro de esperança para o consumidor que viu o segmento ser engolido pelos SUVs. Nos últimos anos, o Brasil perdeu: Citroën C4 Lounge e Ford Focus, além das versões “convencionais” de Honda Civic, agora vendido muito acima do segmento e somente híbrido, e Volkswagen Jetta, vendido apenas na configuração esportiva GLi. 

Mas será que além do sopro de esperança, o Nissan Sentra é um bom negócio? Ficamos com a versão de entrada, Advance, durante uma semana e te responderemos abaixo. 

Posicionamento

Versão de entrada custa o mesmo que SUVs compactos intermediários, entrega mais desempenho, espaço e até itens de série

Começando pelo posicionamento do Sentra Advance, ele custa R$ 148.490. Parece muito para uma versão de entrada, mas este é o mercado atual. Seu único rival direto é o Toyota Corolla, que tem as versões GLi por R$ 146.890 e XEi por R$ 153.390. 

Portanto, o preço está dentro do esperado. E se considerarmos que todos os SUVs compactos ultrapassam essa faixa de preço, percebemos que o Sentra está bem colocado no que diz respeito ao custo-benefício. 

Vale lembrar também que ele é bem equipado, mais que alguns desses SUVs. E eu sei que o leitor provavelmente se perguntou a respeito de Chevrolet Cruze e Caoa Chery Arrizo 6, mas o volume de vendas atual de cada um mostra que ambos possuem pouca relevância - e o primeiro está cada vez mais próximo da aposentadoria. 

Equipamentos

Versão de entrada custa o mesmo que SUVs compactos intermediários, entrega mais desempenho, espaço e até itens de série

Já que falamos dos equipamentos, o Sentra possui uma interessante lista de itens de série. Destaque para os seis airbags e o alerta de colisão frontal. Aliás, este segundo é muito bem calibrado e só emite alertas de fato quando há necessidade.

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Confira os principais itens de série do Nissan Sentra Advance:

Nissan Sentra 2023 - Principais itens de série

Versão de entrada custa o mesmo que SUVs compactos intermediários, entrega mais desempenho, espaço e até itens de série

  • Acabamento dos bancos em material sintético na cor preta
  • Acendimento inteligente dos faróis (sensor crepuscular)
  • Airbags duplos na frente, laterais e cabeças (6)
  • Alerta Avançado de Colisão Frontal (I-FCW)
  • Alerta de Objetos no Banco Traseiro
  • Alerta Inteligente de Atenção do Motorista (I-DA)
  • Ar-condicionado automático digital de duas zonas
  • Assistente Inteligente de Frenagem (FEB)
  • Assinatura dos faróis dianteiros em LED
  • Banco do motorista com regulagem elétrica
  • Banco traseiro bipartido e dobrável com tecnologia Zero Gravity®
  • Bancos dianteiros aquecidos e com tecnologia Zero Gravity®
  • Câmera de estacionamento traseira
  • Central multimídia de oito polegadas
  • Faróis dianteiros e de neblina de LED
  • Fixadores traseiros para cadeiras de crianças (ISOFIX)
  • Freios a disco nas 4 rodas, com ABS, controle eletrônico de frenagem (EBD) e
  • Assistência de frenagem (BA)
  • Painel de instrumentos com display central em TFT de sete polegadas
  • Portas USB dianteiras (Tipo A + tipo C) e traseira (Tipo A)
  • Retrovisores externos com regulagem elétrica e LED indicador de direção
  • Rodas de liga leve de 17” diamantadas e pneus 215/50 R17
  • Sistema de monitoramento de pressão dos pneus (TPMS)
  • Sistema inteligente de partida em rampa (HSA)
  • Sistema de som com 6 alto-falantes
  • Troca de marchas no volante (paddle shift)

Acabamento e ergonomia

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Uma das vantagens de um sedan é sua posição de dirigir, ao menos para que prefere dirigir com as pernas mais esticadas. Em um SUV, de maneira geral, você fica sentado como se estivesse em uma cadeira, portanto, com joelhos dobrados, enquanto no sedan, naturalmente, você consegue esticar mais as pernas. 

Isso evita o cansaço nas articulações e promove uma sensação de maior conexão com o veículo. Isso associado aos comandos sempre às mãos, garantem uma boa acomodação no banco do motorista. 

Também é muito fácil se encontrar no banco do Sentra, uma vez que o ajuste é elétrico e o volante também se ajusta em altura e profundidade. 

Algo que merece destaque é o acabamento. A cabine é consideravelmente mais bonita e bem acabada que a do Toyota Corolla. As portas, por exemplo, recebem os mesmos materiais dos bancos e painel. 

A central multimídia de 8 polegadas tem espelhamento apenas via cabo, o que hoje pode ser considerado um vacilo. O quadro de instrumentos é em TFT colorido e tem tela parcialmente digital de 7 polegadas, mas centralizada, ao contrário do Kicks, por exemplo.

Outro pecado da Nissan é não oferecer o pacote opcional de R$ 1.700 da versão topo de linha que altera a cor do acabamento para caramelo. Há um ganho considerável de qualidade e refinamento nessa opção.

Pedal arisco para compensar os cv a menos

Versão de entrada custa o mesmo que SUVs compactos intermediários, entrega mais desempenho, espaço e até itens de série

O motor do Sentra é um velho conhecido. O 2.0 aspirado a gasolina com quatro cilindros, 16 válvulas, mas que ganhou injeção direta de combustível. E o resultado é muito bom, uma vez que está bem próximo em desempenho e consumo do rival. 

São 151 cv de potência a 6.000 rpm e 20 kgfm de torque a 4.000 rpm, combinado a um câmbio CVT que simula oito marchas. Com esse conjunto, o Sentra vai aos 100 km/h em 9,4 segundos, bem próximo aos 9,2 s do Toyota Corolla 2.0. 

Vale lembrar que o rival usa um 2.0 flex que entrega 177 cv e 21,4 kgfm, casado a um câmbio CVT que simula dez marchas e possui uma engrenagem mecânica para arrancadas. 

O truque para diminuir a distância está, para além da combinação entre motor e câmbio, no pedal do acelerador. No caso do Sentra, o pedal é bem sensível às mudanças de pressão, fazendo com que o conjunto mecânico responda de forma mais rápida. 

Em termos de consumo, o Nissan Sentra é um pouco menos econômico que o Corolla. São 11 km/l na cidade e 13,9 km/li na estrada com gasolina. Enquanto o concorrente faz 11,9 km/l na cidade e 14,2 km/l na estrada, usando o mesmo combustível..

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Motor: 2.0 dianteiro, transversal, quatro cilindros em linha, 16V, aspirado, gasolina, injeção indireta, duplo comando de válvulas no cabeçote
Taxa de compressão: 10,6:1
Potência: 151 cv (G) a 6.000 rpm
Torque: 20 kgfm a 4.000 rpm
Peso/potência: 9,3 kg/cv (G)
Peso/torque: 70,2 kg/kgfm (G)
Câmbio: automático tipo CVT, 8 marchas
Tração: dianteira
0 a 100 km/h: 9,4 segundos
Velocidade máxima: não divulgada

Dados técnicos: direção elétrica; suspensão McPherson (dianteira) e multi-link (traseira); freios a discos ventilados nas quatro rodas; vão livre do solo, 18,45 cm; ângulo de ataque, 20,7°; ângulo de saída, pneus 215/50 R17.

Espaço e convivência

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Ainda nessa disputa com o Corolla, o Sentra 2023 é maior que o rival. Em sua terceira geração vendida no Brasil, o sedan médio da Nissan cresceu 1 cm no comprimento, 0,7 cm no entre-eixos e 6,5 cm na largura.

Dessa maneira, há ótimo espaço interno. Atente-se para pessoas com mais de 1,80 m, já que o sedan perdeu 5 cm de altura, tornando um pouco mais difícil dos grandalhões não encostarem no teto. 

Os compartimentos para os objetos são pequenos, com exceção do console central, com compartimento de 7,7 litros. Há também quatro porta-copos na frente e quatro atrás, que de certa forma também servem como porta-objetos.

O porta-malas de 466 litros é o esperado para a categoria, mas é ligeiramente menor que os 470 litros do Corolla. 

No entanto, algo que chama atenção é que o Sentra claramente não foi tropicalizado. A tropicalização é o processo de adaptação, especialmente da suspensão, para as ruas acidentadas do Brasil e de outros países latinos. 

Não foram raras as vezes que escutamos pancadas secas em buracos maiores. Obviamente, esse é um problema dos nossos asfaltos, mas vale ressaltar para quem estiver interessado no Sentra. Os passageiros certamente sentiram mais as imperfeições do solo do que no Corolla. 

Em compensação, o acerto dinâmico é impecável. O Sentra é muito bom de curva, com a suspensão sustentando bem o peso sem deixar a carroceria rolar demais. 

Dimensões: 4.646 mm de comprimento, 2.707 mm de entre-eixos, 1.816 mm de largura, 1.456 mm de altura, 466 litros de porta-malas e 47 litros de tanque de combustível.

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Visual elegante

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Se um dia a Nissan ouviu que o Sentra era carro de tiozão, esses dias acabaram. Definitivamente, o visual é um dos pontos altos do sedan. As linhas são modernas e agressivas na medida certa, ele certamente envelhecerá bem. 

Por onde passa, a grande grade em V cromada e os faróis em LED chamam a atenção. Reforçamos que a versão topo, com interior caramelo, está ainda mais bonita. 

Vale a pena comprar o Nissan Sentra Advance

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Sabemos que o mercado de carros novos está cada vez mais inflacionado e que quase R$ 150 mil é muito dinheiro. No entanto, em um momento que um Hyundai HB20S pode custar até R$ 122 mil, o Sentra parece cada vez mais interessante. 

Isso também vale se compararmos com SUVs, uma vez que as versões de entrada, menos equipadas que o sedan, partem da casa dos R$ 120 mil, enquanto as topo de linha ultrapassam os R$ 170 mil. 

Por fim, ao comparar com o Corolla, vemos que o Nissan Sentra é melhor acabado, mais bonito, mais espaçoso e tem desempenho próximo. Nesse caso, o teste drive com os dois faz mais sentido na hora de decidir, mas o Sentra voltou definitivamente para o jogo entre os sedans médios.

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