Novo BYD Song Pro: motivos para comprar e para não comprar o SUV
A BYD segue com sua enxurrada de lançamentos no Brasil. O próximo será a Shark, picape média híbrida, o último foi o Yuan Pro, um SUV compacto elétrico com preço de VW T-Cross. Mas um dos principais produtos apresentados neste ano foi o Song Pro, modelo de entrada da linha Song e que tem a missão de bater de frente com o Corolla Cross híbrido.
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O Corolla Cross foi o primeiro SUV híbrido flex fabricado e vendido no Brasil. Já a BYD tem sido importante para democratizar a eletrificação em nosso território com modelos de valores mais acessíveis e de boa qualidade construtiva. Nesse confronto entre Toyota e a marca chinesa, o Song Pro surgiu como uma forma de abocanhar vendas de um segmento importante por aqui, que é o de modelos médios.
E para saber se ele, de fato, é uma boa opção, a Mobiauto separou alguns bons motivos para você escolher o SUV, e outros pontos para ver se te incomodam no dia a dia, e para o uso desejado. Para isso, o SUV foi testado na versão GS por sete dias em condições reais de trânsito. Veja:
- BYD Song Pro GS 2024 - Preço: R$ 199.800
Novo BYD Song Pro: motivos para comprar
Consumo: o consumo de combustível do BYD Song Pro é um de seus melhores pontos para validar a compra. O modelo mostra na etiqueta no Inmetro números de 44,2 km/l na cidade e 36,7 km/l na estrada com gasolina. Na prática a realidade, obviamente, não é essa, mas os números ainda assim são bem bons.
Com ar-condicionado ligado, tivemos uma média de 5 litros de combustível para cada 100 km rodados. É uma forma diferente de marcar no painel que o modelo fez 20 km/l. Isso considerando um trajeto 70% rodoviário e 30% urbano. Em condições 100% urbanas, Mobiauto pode afirmar que o modelo pode ir até melhor nesse quesito.
Afinal, durante o percurso urbano, o motor elétrico é o preferido do sistema híbrido para tracionar, o que reduz consideravelmente o consumo.
A bateria de 18,3 kWh é capaz de rodar 68 km em ciclo PBEV, que é bastante pessimista. No dia a dia, o alcance é próximo disso e às vezes supera o valor declarado pelo programa brasileiro.
Desempenho: os números não são de encher os olhos. Com um 0 a 100 km/h em 7,9 segundos, não estamos diante de um esportivo, tampouco um SUV que tenha a patada instantânea de um elétrico. Mas a boa capacidade da bateria torna o motor elétrico bom para arrancadas e retomadas de velocidade, que torna o veículo ágil.
O motor elétrico é usado nos primeiros quilômetros, e é a sensação de usar um elétrico. No entanto, com aceleração linear e não abrupta como nos veículos desse tipo, que dá conforto aos ocupantes. Na prática, o Song Pro leva boa vantagem contra o Corolla Cross híbrido nesse quesito.
O motor a combustão tem 98 cv de potência e 12,4 kgfm de torque. Ele trabalha junto de um elétrico de 197 cv de potência e 30,6 kgfm, que combinados entregam 235 cv de potência.
Acabamento interno: Independentemente da versão do Corolla Cross, o SUV compacto-médio não entrega um acabamento que condiz com o valor que cobra nas lojas, assim como o VW Taos. No segmento, apenas o Jeep Compass é que entrega um material mais primoroso.
No caso do Song Pro, temos um acabamento melhor que o de Taos e Corolla Cross, mas que não chega ao que entrega o Compass. Todo o envolvente do painel frontal é macio ao toque, as peças são bem encaixadas, as portas têm bom revestimento, os bancos são bem construídos e todo o interior tem materiais de qualidade relevante.
Espaço interno: são 4,74 metros de comprimento e 2,71 m de entre-eixos. São 7 cm a mais do que oferece o SUV da Toyota, e o espaço interno é bom para as pernas dos passageiros. O modelo é alto, e isso também reflete em um bom espaço para a cabeça. Para os ombros é que fica mais apertado, mas ainda é possível levar cinco adultos no veículo.
Multimídia: a tela tem 12,8 polegadas e tem capacidade para espelhar Android Auto e Apple CarPlay. As funcionalidades do ar-condicionado estão nelas, e é fácil de mexer - ainda que eu prefira botões físicos para acessar e controlar o sistema.
É possível controlar todo o sistema híbrido do Song Pro pela multimídia, e isso é ótimo. Afinal, dá para alterar as preferências de uso entre elétrico, híbrido, combustão e até mesmo alterar os modos de condução do veículo.
Novo BYD Song Pro: motivos para não comprar
Porta-malas: O porta-malas tem 520 litros de capacidade, que são distribuídos em partes com formas não tão proveitosas. Aproveitáveis mesmo são menos litros, e uma viagem de quatro dias em cinco pessoas pode fazer parte das malas irem dentro da cabine. Para o dia a dia, o compartimento é mais que suficiente, mas é possível ajeitar melhor as malas em Taos e Corolla Cross que no modelo da BYD.
Estabilidade: Alto, estreito e com suspensões mais moles, o modelo fica devendo em estabilidade ao entrar em curvas. Ele é mais macio para rodar na cidade e passar por valetas e buracos é verdade, mas não passa segurança na estrada. A rolagem de carroceria é elevada.
Assistências de condução: o preço é competitivo e o modelo se mostra melhor que o Corolla Cross em vários aspectos, mas não oferecer assistências de condução é um tendão de Áquiles. O Song Pro conta com controle de velocidade convencional, monitoramento de pneus e assistente de partida em rampa. Enquanto isso, o Corolla Cross tem o Toyota Safety System com frenagem autônoma de emergência, assistente de saída de faixa e controle de velocidade adaptativo, por exemplo.
Gerente de conteúdo
Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.