Por que a Fiat pode ter complicado a vida da Toyota com Pulse híbrido?
A Toyota é pioneira em nosso mercado quando o assunto é híbrido. Nesse quesito, nem tanto o Prius, primeiro modelo com esse tipo de tecnologia a ser vendido no Brasil pela marca, mas o Corolla marcou a indústria nacional por ser o primeiro híbrido flex vendido por aqui.
Na sequência, o Corolla ganhou o irmão SUV Corolla Cross com a mesma tecnologia. Desde a apresentação do sedan, em 2019, a Toyota conta em seu catálogo com o híbrido mais barato do Brasil. E só perdeu esse posto para o Kia Stonic, um micro híbrido apresentado em novembro de 2021.
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Ainda assim, Corolla e Corolla Cross eram os únicos híbridos flex do Brasil. E a marca trabalhava no planejamento de um novo SUV para retomar esse posto de mais barato do nosso mercado, que é o Yaris Cross.
Atualmente, um Kia Stonic parte de R$ 149.990. E a expectativa é para que o novo SUV da Toyota chegue ao mercado com preços partindo de R$ 130 mil para as versões de entrada, tendo uma configuração híbrida abaixo da faixa dos R$ 150 mil – justamente para superar o modelo da Kia.
No entanto, a Fiat parece ter jogado “água no chope” da Toyota em novembro último. Ainda que não seja um híbrido pleno como o Toyota Yaris Cross será, o Fiat Pulse, apresentado no último mês, é um híbrido e tem hoje o posto de modelo mais barato do nosso mercado com tal tecnologia.
O preço sugerido é de R$ 125.990, que fez o SUV ter mais unidades emplacadas que o próprio Corolla Sedan. Foram 466 unidades vendidas com pouco mais de 20 dias de comercialização, contra 351 emplacamentos do modelo da Toyota – em 30 dias.
O valor mais baixo dificulta a vida da marca japonesa em retomar o posto de híbrido mais barato do Brasil. E isso não deve acontecer por causa do preço mais elevado da tecnologia que será aplicada no Toyota Yaris Cross, que é parecida com a do Corolla Cross.
Dito isso, a Fiat deve seguir com o Pulse sendo o híbrido mais barato do Brasil, e o Yaris Cross que era o mais cotado para assumir esse posto, não deve mais conseguir tal façanha.
Qual a diferença do sistema híbrido de Yaris Cross e do Fiat Pulse?
Enquanto o Fiat Pulse usa uma bateria 12V sob o banco do motorista para alimentar o motor elétrico substituto de motor de partida e alternador, o Yaris Cross terá um sistema mais parrudo. No caso do modelo da Stellantis, o conjunto elétrico não dá mais potência e torque ao veículo, e o consumo pouco melhora.
A ideia é reduzir os poluentes que saem do escapamento com um motor elétrico de baixa capacidade atuando nas saídas de semáforo, por exemplo, que é onde o veículo mais consome combustível e, consequentemente, expele mais poluentes.
Enquanto isso, o Yaris Cross terá um motor 1.5 aspirado flex de ciclo Atkinson com 91 cv de potência e 12,3 kgfm de torque com gasolina. Com etanol, a expectativa é que esses números subam um pouco.
Ele trabalhará junto de um motor elétrico de 80 cv e 14,4 kgfm, curiosamente 5 cv mais potente do que o motor elétrico dos irmãos Corolla, embora 0,1 kgfm mais fraco em torque. Na Ásia, a potência combinada com gasolina é de 111 cv.
O câmbio será o mesmo de Corolla e Corolla Cross híbridos, do tipo transeixo, assim como a PCU (unidade de controle de potência). As baterias têm capacidade menor, de apenas 0,7 kWh, praticamente a metade do 1,3 kWh oferecido pelo conjunto dos primos maiores. Com isso, o conjunto deve entregar um consumo de 20 km/l com gasolina dentro da cidade.
Gerente de conteúdo
Formado em mecânica pelo Senai e jornalismo pela Metodista, está no setor há 5 anos. Tem passagens por Quatro Rodas e Autoesporte, e já conquistou três prêmios SAE Brasil de Jornalismo. Na garagem, um Gol 1993 é seu xodó.