Por que o Jeep Renegade foi de arrasta pra cima nos EUA

A exemplo do Cherokee, que saiu de cena em fevereiro deste ano, SUV compacto abre caminho para eletrificação completa da gama Jeep, nos EUA, até 2025
HG
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06.12.2023 às 17:30 • Atualizado em 12.11.2024
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A exemplo do Cherokee, que saiu de cena em fevereiro deste ano, SUV compacto abre caminho para eletrificação completa da gama Jeep, nos EUA, até 2025

Uma espécie de símbolo da Jeep cosmopolita, que conquistou o consumidor urbano, o Renegade está sendo descontinuado no mercado norte-americano, onde será aposentado tanto nos Estados Unidos quanto no Canadá.

Lá, o SUV parte de US$ 29.445 (o equivalente a R$ 145.720 mil), o que é considerado um valor bastante acessível para quem ganha em dólar, mas a pequena diferença – míseros US$ 500 – em relação ao irmão “maior”, o Compass, bem como a queda vertiginosa nas vendas, que despencaram de 106,6 mil unidades, em 2016, para menos de 28 mil, no ano passado, selaram o destino do modelo na “terra da liberdade”.

Até o último mês de setembro, o Renegade acumulava perdas comerciais de 35%, em 2023, deixando claro que não haverá uma recuperação milagrosa, muito menos uma reviravolta na preferência do consumidor.

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A estratégia por trás da saída de cena do Renegade é abrir caminho para a eletrificação da gama, que engata a segunda marcha em 2024, com o Avenger, o Wagoneer S EV e o inédito Recon, além do RAM 1500 REV, mas só no além-mar – por enquanto, o Brasil seguirá sendo mercado de desova para motores a combustão interna, condenados pelos avanços regulatórios nos países de Primeiro Mundo.

O Renegade que deixará de ser vendido nos EUA é importado da Itália, onde divide a linha de montagem com o Fiat 500X, que já disse ‘ciao’ ao Tio Sam no início deste ano.

Por falar na Fiat, o novo 500e teve seu retorno confirmado aos EUA, nesta terça-feira. “A Fiat se insere de vez na virada da eletromobilidade, de uma forma que só nós conseguimos fazer, combinando o espírito da ‘dolce tita’ com sustentabilidade e zero de emissões”, disse o presidente-executivo (CEO) da marca, Olivier François, em seu comunicado desta terça-feira.

Nesta dança das cadeiras, o consumidor norte-americano já foi informado de que terá que encarar a inflação: é que o 500e que chega nos revendedores no primeiro trimestre de 2024, com autonomia de 230 quilômetros sem necessidade de recarga das baterias, terá preço sugerido de US$ 34.095 (o equivalente a R$ 169.930), cerca de 12% mais caro que o próprio Jeep Compass.

Na Brasil, ele segue ‘firme’

De volta ao Renegade, além do Brasil, as vendas do jipinho seguirão “firmes” em outros mercados, como México, alguns países da Europa, América do Sul e Ásia-Pacífico. Nos EUA, o SUV sai de cena logo após o Cherokee, que teve sua produção encerrada em Illinois, em fevereiro deste ano, também dentro do planejamento de eletrificar toda sua gama norte-americana, até 2025.

Em termos de marca, a Jeep chegou muito próxima do volume comercial de um milhão de unidades nos Estados Unidos, em 2018, mas vendeu pouco mais de 490 mil unidades, entre janeiro e setembro deste ano – lá, suas perdas de 9,5%, em 2023, contrastam com um ganho de 14% para o setor automotivo em geral. Uma curiosidade é que o Renegade que segue vivo nesses mercados é o primeiro modelo da Jeep produzido exclusivamente fora dos limites norte-americanos.

Pouco se comentou disso no Brasil, mas no ano passado a Jeep sofreu um duro golpe, dando uma marcha à ré histórica, na China. “O fato é que não houve demanda para a marca no mercado chinês”, resume o consultor Michael Dunne, contando em uma frase como a joint venture da Jeep com a GAC fracassou, atrás da Grande Muralha.

”Se você não consegue ganhar dinheiro produzindo SUVs no maior mercado do mundo, talvez você deva simplesmente parar. Os negócios não iam bem, embora o relatório anual da Stellantis apontasse para um lucro de US$ 317 milhões de euros, por lá, em rendimentos de capital, mas, sem uma perspectiva de sequer controlar os passos da joint venture, a marca deu no pé”, acrescentou.

Este texto contém análises e opiniões pessoais do colunista e não reflete, necessariamente, a opinião da Mobiauto.

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