Toyota GR Corolla: 9 itens animalescos do hot hatch que queríamos no sedan

A Toyota não demorou para trazer um rival para o Honda Civic Type R ao Brasil. O GR Corolla foi o escolhido para essa missão, e aposta na relação entre o bom motor turbo, o câmbio manual e a tração integral para entregar mais diversão que seu rival histórico.

O Toyota GR Corolla terá 99 unidades oferecidas no Brasil em um primeiro momento, e duas versões: Core e Circuit. A primeira custa R$ 416.990 e a segunda, R$ 461.990. Ambas contam com motor 1.6 turbo a gasolina de 304 cv de potência e 37,7 kgfm de torque, surpreendentemente com apenas três cilindros! O câmbio é manual de seis marchas.

A configuração testada pela Mobiauto é a mais completa, pois conta até com teto de carbono para aliviar peso. Ele impressiona pelo 0 a 100 km/h abaixo dos 5 segundos e traz modos de tração, com distribuição em 60:40, 50:50 ou 30:70 entre os eixos dianteiro e traseiro, respectivamente. A pista é seu habitat natural, e mostramos todos os seus detalhes no vídeo abaixo:

No entanto, não dá para deixar de comparar o GR Corolla hatch com o Corolla sedan que temos no mercado. Claro que, mecanicamente, o esportivo se sobressai, mas ele possui outros bons itens de série que poderiam muito bem estar presentes no três-volumes produzido aqui. É isso que vamos contar neste artigo.

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9 coisas que queríamos do GR Corolla no Sedan

1) Visual: o GR Corolla é produzido no Japão e seu visual é diferente do que vemos no Corolla sedan brasileiro. As linhas são mais ousadas e deixam o hatch distante de qualquer outro modelo de família. Os faróis são mais afilados e têm design diferente, tornando a dianteira mais agressiva. A traseira, obviamente, é a mais distinta, já que temos um hatch. A grade exclusiva, as bitolas maiores e as saias frontais e laterais ajudam na esportividade e são complementadas por um defletor traseiro marcante, com lacunas para encaixe do sistema de escapamento com três saídas.

2) Motor turbo: Toyota e Honda são as marcas que mais seguem apostando em motores aspirados. Sinal do conservadorismo japonês. Porém, no caso do GR Corolla, a marca japonesa resolveu ousar ao fazer uso de um três-cilindros 1.6 turbo a gasolina, com impressionantes 304 cv de potência e 37,7 kgfm de torque. Claro que a marca não instalaria algo nesse nível no nosso Corolla, e nem podemos reclamar do 2.0 flex Dynamic Force. Porém, um motor turbinado talvez fizesse o sedan médio ir além dos 177 cv de potência e 21,4 kgfm de torque, quem sabe até se aproximando do VW Jetta GLi.

3) Dinâmica:  o motor turbinado combinado com o câmbio manual de seis marchas e a tração integral tornam o GR Corolla um “brinquedo” único. E a dinâmica de condução entra nessa equação. Além da incrível aceleração de 0 a 100 km/h em 4,9 segundos, quase metade do tempo de um Corolla sedan e seus 9,2 segundos, o GR Corolla é um carro inteiramente no chão, com suspensões rígidas e muita aderência proporcionada pela tração nas quatro rodas.

4) Rodas forjadas: as rodas BBS do GR Corolla são as cerejas do bolo: forjadas, elas são mais leves e resistentes. Isso não seria algo tão útil para o uso do Corolla Sedan no dia a dia, mas quando o assunto é design, com certeza deixariam nosso sedan invocado e com uma pegada mais esportiva.

5) Estepe: é comum vermos os novos carros com estepe que nada têm a ver com as rodas realmente usadas. Carros mais modernos costumam oferecer o tipo emergencial ou, em alguns casos, kit de reparo. O Corolla Sedan não é diferente: traz uma quinta roda com medidas 205/55 R16, enquanto usa conjuntos 225/45 R17 como “titulares”. No caso do GR Corolla, a história é bem diferente, já que o estepe é composto por uma roda igual às quatro principais, com pneus de mesmas dimensões.

6) Tração integral: o GR-Four é um sistema de tração que permite o motorista escolher entre uma distribuição de 60:40, 50:50 ou 30:70 entre os eixos dianteiro e traseiro. Basta girar o seletor rotativo para selecionar um dos modos. Isso ajuda demais na dinâmica e dá um toque especial à brincadeira. Nosso Corolla Sedan é 4x2 convencional, tracionando só as rodas dianteiras.

7) Bancos esportivos: a versão GR-Sport 2.0 do Corolla Sedan tem um acabamento até interessante, mas nada que chegue perto dos bancos do GR Corolla, com suas abas laterais proeminentes que deixam o motorista com o tronco mais bem encaixado. No hot hatch, os revestimentos internos misturam as cores preta e vermelha e contam até com faixas em suede.

8) Punta-taco eletrônico: um botão no canto esquerdo do painel muda toda a experiência de condução. O punta-taco eletrônico faz o motor roncar mais alto em reduções de marcha, instigando o motorista a pisar mais no acelerador. Claro que o Corolla sedan não tem isso. Afinal, sequer há opção de câmbio manual para ele.

9) Suspensões: o Corolla Sedan merecia ter recebido um conjunto de suspensão independente no eixo traseiro quando ganhou a nova geração, em 2019, mas isso não aconteceu e ele segue com o eixo de torção. Já o GR Corolla traz arquiteturas McPherson na dianteira e multilink com braços duplos triangulares (os populares double wishbones ou braços duplo-A) na traseira.

Toyota GR Corolla 1.6 turbo 2023 – Ficha Técnica

Toyota GR Corolla 1.6 turbo 2023 – Itens de série

• Quadro de instrumentos digital de 12,3 polegadas;
• Central multimídia de 7 polegadas com Android Auto e Apple CarPlay
• Ar-condicionado digital de duas zonas
• Frenagem automática de emergência
• Alerta de saída de faixa com correção no volante
• Controlador de cruzeiro adaptativo
• Airbags laterais, de cortina e de joelho para o motorista
• Acesso por chave presencial e partida por botão
• Faróis de LED com acendimento automático e facho alto automático.
• Teto de fibra de carbono
• Head-up display
• Alerta de ponto cego
• Carregador de celular por indução.

Toyota GR Corolla é mais negócio que o Honda Civic Type R?

Com preços páreos, essa deve ser a maior dúvida na cabeça dos entusiastas. Os dois hatches são muito bons de guiar na pista (não tivemos a experiência de dirigi-los na cidade, mas sabemos que não será tão legal quanto). Motores e câmbios são bem calibrados, mas o Civic tem engates mais fáceis de encontrar que o GR Corolla – nada que desabone o Toyota, diferença pequena.

Fato é que a GR-Four é um diferencial. Com ela, o GR Corolla se torna um brinquedo até para os motoristas sem as habilidades de piloto, como é o meu caso. Cola o carro no chão, interfere nos momentos certos e ainda pode virar um tração traseira. O Civic Type R é um passo acima nessa circunstância, tipo uma “licença Pro”, mais arisco em curvas e slalon, um carro que vai assustar os mais inexperientes.

Dessa forma, entre Honda e Toyota, o GR Corolla seria o melhor negócio. É quem pode tornar a direção mais segura sem perder o prazer que se espera de um veículo desse tipo.