Vale a pena comprar um GWM? Veja prós e contras da marca
A invasão de automóveis chineses no Brasil não é uma novidade recente. Seja pelo preço ofertado ou pela proposta inovadora nos modelos, os automóveis de marcas como GWM e BYD têm chamado a atenção. No caso da GWM (sigla para Great Wall Motors), a marca aposta na tecnologia e na eletrificação para conquistar o público brasileiro. Por isso, vende apenas veículos híbridos e elétricos em nosso mercado. Mas será que vale a pena comprar um GWM?
A montadora chinesa iniciou suas vendas no Brasil em março deste ano, com o . Atualmente, a GWM tem um portfólio composto por cinco modelos. Os preços são competitivos com os existentes no mercado, nos segmentos de SUVs e picapes.
Você também pode se interessar por:
- GWM Poer Hi4-T: picape híbrida flex terá motor revolucionário de 414 cv
- GWM e BYD fazem preços de elétricos e híbridos despencarem no Brasil
- BYD tem não só um, mas os 3 carros elétricos mais vendidos no Brasil
- BYD Dolphin: novo elétrico queridinho dos brasileiros será feito no País
O nome Great Wall Motors tem como inspiração a Grande Muralha da China, considerada o maior símbolo do país asiático. A intenção da GWM em fazer parte do mercado automotivo brasileiro não é recente. No entanto, apenas nos últimos três anos esse objetivo da montadora chinesa avançou, após acordo com autoridades brasileiras.
A GWM foi fundada em 1984 e é uma das maiores montadoras chinesas do mundo. Atualmente, possui operações na Rússia, Tailândia e Filipinas. Na América do Sul, antes de iniciar suas atividades no Brasil, a GWM já tinha uma linha de montagem no Equador, responsável pela distribuição para os vizinhos sul-americanos: Uruguai, Peru, Bolívia, Paraguai, Argentina e Chile.
Aqui, além de ter iniciado sua jornada importando veículos da China, a fabricante terá uma fábrica em Iracemápolis (SP), onde começará a produzir em maio de 2024. O primeiro produto será uma picape média da linha Poer, que deve se chamar P5. Terá um revolucionário motor híbrido flex chamado Hi4-T.
Modelos (e versões) da GWM disponíveis no Brasil
Ora 03 (elétrico): alimentado por uma bateria de 48KWh, o hatch médio
elétrico tem proposta esportiva oferece um carregamento rápido, entre 30% e 80%
da capacidade, em apenas 30 minutos, com autonomia de até 300 km. O interior do
veículo surpreende pelo acabamento. Custa R$ 150.000.
Ora 03 GT (elétrico): na versão GT, o Ora 03 também possui 171 cv de potência, mas com um sistema exclusivo de controle de largada, o que permite ao condutor atingir de 0 a 100km/h em 8,2 s. A autonomia da bateria, nesta versão, é maior. O carro pode andar até 400 km com uma carga. O preço é de R$ 184.000.
Haval H6 HEV:
equipado com motor elétrico combinado com propulsor 1.5 turbo de ciclo Miller a
gasolina, o SUV médio de cinco lugares gera 243 cv de
potência e 54 kgfm de torque combinados nesta versão, híbrida plena. O modelo
consegue atingir de 0 a 100 km/h em 7,9 s e tem um desempenho no consumo de
12,3 km/litro na cidade e 13,6 km/litro na estrada, segundo o Inmetro. Na versão de entrada,
HEV, que custa R$ 215.000, o SUV concorre com versões de topo do Toyota Corolla Cross, apesar do porte bem
maior. O H6 deve trazer mais competitividade ao mercado de SUVs.
Haval H6 PHEV: a linha H6 também conta com as versões versão PHEV AWD, que conta com um motor elétrico extra sobre o eixo traseiro, formando tração nas quatro rodas, e uma bateria mais robusta, com 34,7 kWh de capacidade. Assim, além de entregar 393 cv de potência e 77,7 kgfm de torque, ele alcança 170 km de autonomia em modo só elétrico.
Haval H6 GT: com o mesmo trem de força do H6 PHEV, porém carroceria estilo SUV cupê e uma dianteira com visual próprio.
5 pontos positivos de comprar um GWM
- Tecnologia: a montadora chinesa não só vende apenas veículos elétricos e híbridos no Brasil, como oferece produtos com um bom pacote de tecnologia para os consumidores. Os modelos vêm de fábrica recheados e trazem itens como um inovador sistema de reconhecimento facial, algo inédito no mercado brasileiro.
- Garantia: a GWM oferece cinco anos de garantia sem limite de quilometragem nos modelos elétricos. Já para os modelos híbridos, a garantia é de oito anos com limite de até 200.000 km rodados. Além disso, o consumidor poderá ter acesso à oficina móvel para pequenos reparos pelo período de dois anos.
- Compra online: a GWM aposta firme na modalidade de vendas online, não como substituta, mas em conjunto com o sistema tradicional de comercialização presencial em concessionária. Por isso, oferece toda sua gama de produtos à venda no Mercado Livre, com entrega disponível em todos os municípios brasileiros. O cliente dá um sinal de R$ 9.000 por qualquer modelo e recebe o carro em casa, através de centros de distribuição em todo o Brasil. Ao mesmo tempo, já conta com 50 pontos de vendas físicos no País e promete chegar a 133 até o segundo semestre de 2024.
- Preços únicos: a GWM também é a primeira montadora no Brasil a utilizar o método de venda com preço único em todo o País. Ou seja, o preço de catálogo do veículo é fixo para qualquer comprador, sem possibilidade de aplicação de ágio ou bônus por parte de concessionários. Isso ajuda a tornar o valor de compra mais previsível.
- Segurança: os carros da GWM costumam tirar boas notas em segurança nos testes de impacto os quais participam em mercados como Europa e Ásia. O H6, porém, tem cinco estrelas na avaliação do ANCAP, prima asiática do do nosso Latin NCAP.
5 pontos negativos de comprar um GWM:
- Pós-venda: não estamos dizendo que é ruim, mas sim uma incógnita. A marca promete criar uma estrutura robusta de distribuição de peças e formar um pós-venda eficiente, mas a logística pode não ser tão favorável a depender da regiões do País. Afinal, os produtos por enquanto vêm importados da China, o que por si é um desafio a mais para promover um serviço de qualidade. E se houver atraso na importação de peças e acessórios?
- Construção da marca: por enquanto, a GWM vem fazendo um excelente trabalho de construção de reputação da marca no Brasil. Manter esse nível será primordial para ter clientes mais satisfeitos e favoráveis às decisões da empresa.
- Desvalorização: o item acima impacta neste outro, que diz respeito a como os modelos da GWM serão posicionados no mercado de seminovos. A estratégia do preço único pelo modelo 0 km ajuda, pois não força uma depreciação do veículo, mas pode não ser suficiente para frear uma desvalorização acima da média na hora da revenda.
- Detalhes de acabamento: os carros da GWM são bem equipados e possuem acabamento de bom nível, num geral, mas ainda pecam em detalhes como partes internas de capô, caixas de roda, porta-malas e assoalho.
- Onde está o estepe? Nenhum Haval H6 possui estepe. Todos contam com kit de reparo emergencial dos pneus. Se não faz falta para você, tudo em casa! Mas é preciso ter essa informação clara antes da decisão de compra.
Onde será a fábrica da GWM no Brasil?
Com estrutura que já pertenceu à Mercedes-Benz, a fabricação da GWM no Brasil será na cidade de Iracemápolis (SP). O objetivo é iniciar a montagem dos carros em território nacional no dia 1º de maio de 2024. Além da picape Poer, a marca produzirá o SUV de sete lugares Tank 500 em nosso País. O Haval H6 e o Ora 03 também são candidatos a produção nacional, um em 2025, o outro a partir de 2026.