Volvo cobrará carga de elétricos e custo será maior que rodar com gasolina
Desde que a Volvo iniciou seu processo de eletrificação no país, a marca investiu em fornecer carregadores tanto nas grandes cidades quanto nas rodovias. No entanto, se sentindo isolada nessa questão, a fabricante sueca tomou uma decisão drástica.
A partir do dia 10 de julho, todos os carregadores da fabricante no país se tornarão pagos, menos para clientes da marca. O valor é de R$ 4,00 por kWh, o que é bem caro. A justificativa dos executivos passa pela demanda onde os carregadores de estradas estão instalados, além de suporte e outras questões.
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Além dos R$ 4,00, há mais duas cobranças: uma de R$ 2,50 no momento do plug no carro, e R$ 5,00 por minuto após 15 minutos de ociosidade com o carregamento completo, essa cobrança por minuto vem com o foco das vagas nos carregadores serem liberadas mais rapidamente e é válida para motoristas de modelos Volvo, o pagamento de tudo é feito pelo cartão de crédito no aplicativo da marca.
Segundo a marca, dos motoristas cadastrados no aplicativo, motoristas da Volvo representam 24%, BYD e GWM se destacam com 47% e 13%, respectivamente. O restante dos cadastros é formado por marcas como BMW, Chery, entre outras.
Justamente por conta desses números que a fabricante se sentiu incomodada. Em 2023, os postos da Volvo foram responsáveis por 40 mil recargas. Marcelo Godoy, presidente da Volvo Cars Brasil, afirmou: “Hoje é notório que não vemos outras marcas colocando carregadores nas ruas”, o executivo ainda complementou que a marca está aberta a conversas com outras fabricantes para a realização de um “pacto da eletrificação”.
No dia 10, o aplicativo da marca será atualizado, e os condutores da fabricante sueca terão de cadastrar o chassi do seu modelo. Um ponto negativo para os donos de Volvo é que, caso um carro seja utilizado por duas pessoas no dia a dia, apenas uma delas poderá ter o aplicativo cadastrado em seu celular.
Colocando o valor no papel
No entanto, falar que o kWh custa R$ 4,00 parece vazio, por isso trouxemos diferentes comparações na ponta do lápis.
A conta é feita da seguinte maneira: nos modelos elétricos multiplicamos o preço de R$ 4,00 pela quantidade de kW/h da bateria e adicionamos no valor os R$ 2,50 (preço da conexão), após isso é realizamos a divisão desse custo sobre a autonomia do modelo escolhido segundo o Inmetro.
Já nos veículos a combustão, a conta é invertida, pegamos a autonomia do carro elétrico que está sendo comparado, e dividimos pelo consumo do carro a combustão na cidade segundo o Inmetro, assim chegamos a quantos litros de combustível precisamos para alcançar a mesma quilometragem do elétrico, multiplicamos o valor do combustível e logo em seguida dividimos pelo consumo, assim chegando no custo por km rodado.
Primeiramente começamos pelo BYD Dolphin, líder entre os elétricos no mercado, e escolhemos o Honda City que possui carroceria hatch e sedan. O custo do BYD Dolphin ficou em R$ 0,62 por Km rodado, enquanto o Honda City custa R$ 0,44 na gasolina e R$ 0,41 no etanol.
Subindo um pouco mais, vamos para a categoria de SUVs, onde os líderes do mercado eletrificado são os híbridos, no entanto como estamos falando de modelos elétricos, trouxemos o Peugeot e-2008, em comparativo com o Jeep Compass de motor T270.
O Peugeot e-2008 totalizou R$ 0,86 por km, valor superior ao Jeep Compass T270 que na conta rendeu R$ 0,57 na gasolina e R$ 0,53 no etanol.
Subindo ainda mais o nível, e comparando dois modelos basicamente iguais, o BMW X1 na configuração de motor 2.0 que roda somente com gasolina, com sua versão elétrica, o iX1. O padrão se repetiu, enquanto o iX1 carregado no posto da Volvo ficou com custo de R$ 0,78 por quilômetro rodado, sua versão a combustão resulta R$ 0,55 por km.
Vale ressaltar que não escolhemos nenhum modelo da Volvo justamente pelo carregamento dos modelos da marca continuarem de graça.
Jornalista Automotivo